Fabiano
de Abreu detalha como é o funcionamento da memória e quais os impactos excesso
de estímulos nesse processoDivulgação
O esquecimento de coisas cotidianas, ou
a chamada falta de memória, tem se tornado um problema recorrente da nossa
época. E o excesso de tecnologia tem contribuído para este processo. A grande
quantidade de estímulos que recebemos dificulta o armazenamento das informações
devido às disfunções nos neurotransmissores, que afetam, inclusive, um dos
fatores determinantes para a memorização que é a atenção. A boa notícia é que
existem meios simples e práticos de melhorar a capacidade de memorização.
De acordo com um estudo do pesquisador
Fabiano de Abreu, primeiro deve-se entender que a
memória tem três estágios: o da Codificação, quando entra em contato com a
informação; o do Armazenamento, onde cérebro guarda a informação e o da
Recuperação, que é a evocação tardia dessa informação.
Além disso, segundo Abreu, dois fatores
são essenciais nessa ação: atividade física e boa alimentação. A atividade
física ajuda a configurar a motivação cerebral e deixa o cérebro mais apto para
o raciocínio lógico e a alimentação saudável também contribui para deixar o
cérebro mais turbinado, com velocidade no processamento de dados e encadeamento
de ideias lógicas.
“Há também a facilidade em usar o lobo
pré-frontal coordenando e manipulando as emoções, promovendo mecanismos,
métodos para o foco atencional e na emoção para a memorização”, completa.
É
possível melhorar ainda mais essa habilidade? Para o pesquisador,
sim.
“Vale
destacar, inclusive, que a memória é trabalhada desde muito cedo. Nas crianças,
por exemplo, as que praticam a leitura, em relação às que não praticam, a
memorização de conteúdos acontece de forma muito mais fácil, uma vez que as que
lêem mais, têm mais contato com coisas “novas” e já estivessem com o cérebro
mais adaptado para aprender e, consequentemente, memorizar”, explica.
Fabiano de Abreu afirma que quando já adulto também é
possível favorecer a memorização com hábitos simples. Confira:
• Escutar música clássica, sem
muita mistura de instrumentos, música que não tire o foco, mas possa dividir a
atenção de forma suave de maneira que aumente o foco na aprendizagem.
• Dormir de noite, não de
madrugada, oito horas por dia, evitar luzes diante da vista antes de dormir.
• Ler de forma fracionada, por
curtos períodos de tempo, mas com frequência. As sinapses crescem à noite,
durante o sono, por isso vale mais, por exemplo, estudar aos poucos todos os
dias.
• Evitar distrações, para isso,
desligue tudo o que tiver ao redor, coloque telefone celular em modo avião e se
recolha para aumentar a concentração.
• Leitura de 20 minutos antes de
dormir pode facilitar a consolidação da memória.
• Cria na imaginação histórias
do que pretende memorizar.
• Associe o que quer memorizar
com algo que já é do conhecimento.
Fabiano de Abreu Rodrigues - doutor e mestre em Ciências da
Saúde nas áreas de Neurociências e Psicologia, com especialização em
Propriedades Elétricas dos Neurônios (Harvard). É membro da Mensa
International, a associação de pessoas mais inteligentes do mundo, da Sociedade
Portuguesa de Neurociência e da Federação Europeia de Neurociência. É diretor
do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), considerado o principal
cientista nacional para estudos de inteligência e alto QI.
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