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Levantamento da área indica que 84% dos pacientes conseguiram recuperação total dos sintomas após tratamento
O Hospital Paulista de
Otorrinolaringologista decidiu manter os serviços disponibilizados pelo
ambulatório especializado, inaugurado em meio à pandemia, para atender
pacientes com alteração no olfato ou paladar e entender melhor os impactos da
Covid-19.
O Ambulatório de Olfato, como é conhecido, tem
como objetivo ampliar e qualificar o diagnóstico e o tratamento destes
sintomas. Além disso, no atendimento, os pacientes são estimulados a sentir
diferentes cheiros e sabores, como uma terapia para quem perdeu um ou os dois
sentidos após contrair a doença.
"Na consulta, fazemos o questionário de
Triagem de Olfato e Paladar (TOP) e um exame básico com um cheiro
característico. Dependendo do resultado, complementamos com exames específicos,
como o teste da Universidade da Pensilvânia (EUA), baseado em quatro cartelas
com 40 odores diferentes. Assim, conseguimos identificar de forma precisa o
tipo de cheiro que foi perdido e acompanhar, com a mesma cartela, a evolução da
recuperação do paciente", explica o diretor clínico e responsável pela
área, Dr. Gilberto Ulson Pizarro.
Segundo o especialista, o ambulatório foi acelerado pela Covid-19, mas já
estava sendo desenvolvido há dois anos para atender a profissionais que
utilizam o olfato e o paladar como instrumentos de trabalho, como degustadores,
sommeliers e perfumistas, entre outros.
"O
olfato já era algo que me fascinava e ver as pessoas perdê-lo é terrível.
Estamos tendo muito trabalho, mas estamos conseguindo recuperar o olfato e o
paladar das pessoas. Dos pacientes atendidos, apenas 2% permanecem inalterados
após o tratamento; e temos ainda 14% com sequelas. Mas conseguimos a
recuperação em cerca de 84%, em um ano de ambulatório", comemora.
Dr. Gilberto ressalta ainda que, apesar da
diminuição nos casos de Covid-19 e dos avanços no diagnóstico dos sintomas, a
permanência dos serviços do ambulatório é essencial porque o olfato e o paladar
também são responsáveis pela segurança.
"Os dois sentidos estão intimamente
relacionados. Alguns gostos podem ser reconhecidos sem a influência dos odores,
porém sabores mais complexos requerem o olfato para serem identificados. Por
meio deles, é possível identificar incêndios ou verificar se um alimento está
estragado, por exemplo, evitando, assim, o seu consumo. O olfato e o paladar
ainda nos dão prazer na alimentação e nos instiga sexualmente, ambos importantes
para a qualidade de vida", reitera o otorrinolaringologista.
Os serviços do ambulatório continuarão a ser prestados pelo Centro Médico com
Subespecialidades em Otorrino do hospital.
Causas que podem levar à perda de olfato
A perda de olfato é um dos sintomas mais característicos da contaminação pela
Covid-19, mas o problema pode ser consequência também de doenças como H1N1,
polipose nasal e traumas na região da cabeça, além de más formações, como
meningoceles e meningoencefaloceles, e tumores específicos, como o
esteioneuroblastoma.
A anosmia, como é conhecida, contempla dois tipos característicos de perda
olfatória: condutiva, quando a passagem de ar no nariz é impedida, como em
casos de gripe e rinite; e neurossensorial, resultado do comprometimento de
células específicas ou nervos que levam a informação do cheiro para o cérebro.
"Caso o problema persista por cerca de 14 dias, o recomendado é procurar
um otorrinolaringologista. O paciente pode buscar diretamente o ambulatório do
Hospital Paulista, onde será atendido de forma mais completa, por uma equipe
multidisciplinar apta, inclusive, para procedimentos clínicos e cirúrgicos, se
necessário", explica o Dr. Gilberto.
Após o tratamento inicial da causa, se o problema persistir, ainda é possível
administrar um tratamento utilizado mundialmente, conhecido como Treinamento
Olfatório. "Importante saber que neste tipo de tratamento não há melhora
imediata. É preciso que o paciente saiba disso, persista e não desanime ou
desista. Ele deve encarar como uma fisioterapia olfatória", ressalta.
O médico alerta, no entanto, que a prática sem o acompanhamento de um
especialista não é recomendada. "O uso incorreto de produtos e essências,
diretamente no nariz, sem a concentração, distância e intervalos adequados,
pode prejudicar o órgão, já que alguns componentes podem ser tóxicos e levar a
lesões irreversíveis", finaliza.
Hospital Paulista de
Otorrinolaringologia
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