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sexta-feira, 25 de junho de 2021

Redução de medidas restritivas não é suficiente para a retomada do faturamento dos pequenos negócios

 Nova edição da Pesquisa de Impacto, realizada pelo Sebrae em parceria com a FGV, revela que queda de receitas se mantém estável desde fevereiro

 

Apesar do novo movimento de reabertura da economia e da diminuição das restrições promovidas pelos governos estaduais e municipais, em função da crise causada pela Covid-19, o percentual de empresas que continua registrando perdas no faturamento (79%) continua inalterado desde o último mês de fevereiro. O índice é o pior desde julho de 2020, quando 81% dos pequenos negócios revelavam perda de receitas. Esse é o resultado da 11ª edição da pesquisa “O Impacto da pandemia do coronavírus nos Pequenos Negócios” realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O levantamento também revelou que - na média - as pequenas empresas estão faturando 43% menos do que o registrado antes da pandemia, o pior resultado desde julho do ano passado (45%).

De acordo com o estudo, o número de empresas que atuam em locais com restrição caiu de 54%, em fevereiro (2020), para 32%, em maio e a quantidade de pequenos negócios operando (com ou sem mudança) se manteve estável em 80%, nesse mesmo período. “A pesquisa nos permite perceber que apenas a autorização para reabertura das empresas não é fator suficiente para influenciar de forma positiva o faturamento desses negócios. Por isso é fundamental que a vacinação seja acelerada e que sejam criadas novas políticas que amparem os empreendedores, ampliem o acesso ao crédito e reduzam o custo desses empréstimos de forma rápida”, analisa o presidente do Sebrae, Carlos Melles.

A queda no movimento de recuperação também tem deixado os donos de pequenos negócios cada vez mais aflitos e apreensivos. Eles acreditam que o retorno à normalidade ocorrerá apenas em outubro de 2022, ou seja, daqui a 18 meses. Esse índice tem crescido desde novembro do ano passado, quando o tempo de retorno estimado estava em 14 meses. “Todo esse cenário tem feito com que 56% dos entrevistados estejam aflitos e preocupados com o futuro das suas empresas, já que para 75% deles a empresa é a principal fonte de renda da família”, observa o presidente do Sebrae.


Inadimplência e crédito

O número de pequenos negócios com inadimplência subiu pela segunda pesquisa consecutiva e atingiu o patamar de 36%, três pontos percentuais acima do detectado em fevereiro e se equiparou com o nível constatado em julho de 2020. "Reduziu o movimento de endividamento. O cenário ainda não é grave, mas precisamos ligar o sinal de alerta e acompanhar essa evolução, além de ficarmos muito atentos aos MEI que apesar de estarem menos endividados estão mais inadimplentes do que as micro e pequenas empresas”, ressalta o presidente do Sebrae.

Metade dos donos de pequenos negócios buscaram crédito desde o início da pandemia, sendo que 45% deles procuraram as instituições financeiras em 2021, o que pode representar uma nova tendência de crescimento de procura por crédito. Além disso, o percentual de sucesso nos pedidos de crédito subiu de 11%, em abril do ano passado, para 52% nesse último mês. “Esse índice cresceu muito de fevereiro para cá. Na penúltima edição da pesquisa, 39% tinham obtido aprovação em seus pedidos de empréstimos. Essa evolução pode ser explicada pela forte queda no número de pedidos represados ao longo do último ano. Agora apenas 5% ainda aguardam uma resposta dos bancos, o que mostra uma maior velocidade para diminuir a quantidade de empréstimos estocados”, pontua Melles.


Metodologia

A pesquisa quantitativa entrevistou 7.820 microempreendedores individuais (MEI) e donos de pequenos negócios entre os dias 25 de maio e 1º de junho, em todos os estados e no Distrito Federal, por meio de formulário online. O erro amostral é de +/- 1% para os resultados nacionais. O intervalo de confiança é de 95%.


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