Nova edição da Pesquisa de Impacto, realizada pelo Sebrae em parceria com a FGV, revela que queda de receitas se mantém estável desde fevereiro
Apesar do novo movimento de reabertura da economia
e da diminuição das restrições promovidas pelos governos estaduais e
municipais, em função da crise causada pela Covid-19, o percentual de empresas
que continua registrando perdas no faturamento (79%) continua inalterado desde
o último mês de fevereiro. O índice é o pior desde julho de 2020, quando 81%
dos pequenos negócios revelavam perda de receitas. Esse é o resultado da 11ª
edição da pesquisa “O Impacto da pandemia do coronavírus nos Pequenos
Negócios” realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O levantamento também revelou que - na média - as pequenas empresas estão
faturando 43% menos do que o registrado antes da pandemia, o pior resultado
desde julho do ano passado (45%).
De acordo com o estudo, o número de empresas que
atuam em locais com restrição caiu de 54%, em fevereiro (2020), para 32%, em
maio e a quantidade de pequenos negócios operando (com ou sem mudança) se
manteve estável em 80%, nesse mesmo período. “A pesquisa nos permite perceber
que apenas a autorização para reabertura das empresas não é fator suficiente
para influenciar de forma positiva o faturamento desses negócios. Por isso é
fundamental que a vacinação seja acelerada e que sejam criadas novas políticas
que amparem os empreendedores, ampliem o acesso ao crédito e reduzam o custo
desses empréstimos de forma rápida”, analisa o presidente do Sebrae, Carlos
Melles.
A queda no movimento de recuperação também tem
deixado os donos de pequenos negócios cada vez mais aflitos e apreensivos. Eles
acreditam que o retorno à normalidade ocorrerá apenas em outubro de 2022, ou
seja, daqui a 18 meses. Esse índice tem crescido desde novembro do ano passado,
quando o tempo de retorno estimado estava em 14 meses. “Todo esse cenário tem
feito com que 56% dos entrevistados estejam aflitos e preocupados com o futuro
das suas empresas, já que para 75% deles a empresa é a principal fonte de renda
da família”, observa o presidente do Sebrae.
Inadimplência e crédito
O número de pequenos negócios com inadimplência
subiu pela segunda pesquisa consecutiva e atingiu o patamar de 36%, três pontos
percentuais acima do detectado em fevereiro e se equiparou com o nível
constatado em julho de 2020. "Reduziu o movimento de endividamento. O
cenário ainda não é grave, mas precisamos ligar o sinal de alerta e acompanhar
essa evolução, além de ficarmos muito atentos aos MEI que apesar de estarem
menos endividados estão mais inadimplentes do que as micro e pequenas
empresas”, ressalta o presidente do Sebrae.
Metade dos donos de pequenos negócios buscaram
crédito desde o início da pandemia, sendo que 45% deles procuraram as
instituições financeiras em 2021, o que pode representar uma nova tendência de
crescimento de procura por crédito. Além disso, o percentual de sucesso nos
pedidos de crédito subiu de 11%, em abril do ano passado, para 52% nesse último
mês. “Esse índice cresceu muito de fevereiro para cá. Na penúltima edição da
pesquisa, 39% tinham obtido aprovação em seus pedidos de empréstimos. Essa
evolução pode ser explicada pela forte queda no número de pedidos represados ao
longo do último ano. Agora apenas 5% ainda aguardam uma resposta dos bancos, o
que mostra uma maior velocidade para diminuir a quantidade de empréstimos
estocados”, pontua Melles.
Metodologia
A
pesquisa quantitativa entrevistou 7.820 microempreendedores individuais (MEI) e
donos de pequenos negócios entre os dias 25 de maio e 1º de junho, em todos os
estados e no Distrito Federal, por meio de formulário online. O erro amostral é
de +/- 1% para os resultados nacionais. O intervalo de confiança é de 95%.
Nenhum comentário:
Postar um comentário