Pesquisa da FEBRAFAR em parceria com a UNICAMP aponta aumento no consumo de 16,2% neste período.
A pandemia transformou a saúde em uma verdadeira neurose, principalmente entre pessoas das classes A e B que passaram a usar remédios indiscriminadamente. É o que mostra pesquisa realizada com 4 mil consumidores pela FEBRAFAR (Federação Brasileira de Redes de Farmácias) em parceria com o Instituto de Economia da UNICAMP.
Para combater o medo da covid que aumentou em 16% o faturamento do setor farmacêutico, o brasileiro comprou um pouco de tudo nas farmácias. Desde ácido acetilsalicílico para evitar trombose após a vacinação, até o kit covid, vitaminas, analgésicos, anti-inflamatórios e antialérgicos. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto usar esta medicação com colírios sem prescrição médica pode causar um tremendo estrago na visão.
Prova disso é um estudo
publicado na revista científica da AMA (Associação Médica Americana). Os
pesquisadores afirmam que o uso prolongado da aspirina pode causar
degeneração macula relacionada à idade (DMRI), maior causa de cegueira
irreparável no mundo. Queiroz Neto explica que a doença geralmente surge após
os 60 anos e pode ser do tipo seca ou úmida. No tipo seca, depósitos se formam
no fundo do olho e provocam a proliferação de vasos abaixo da retina. Isso
resulta em cicatrizes que levam à perda da visão central e de contraste. No
tipo úmida, vasos anormais se formam e extravasam liquido sob a mácula, porção
central da retina responsável pela visão de detalhes. Por isso, recomendação do
oftalmologista para quem é cardíaco e precisa tomar acido acetilsalicílico é
fazer consultas oftalmológicas periódicas. Caso encontre alguma alteração, a
visão pode ser mantida com aplicações de laser e injeções intravítreas.
Como hidratar o
olho
Queiroz Neto afirma que para
hidratar o olho durante o frio é indicado o uso de lágrima artificial que
também precisa de prescrição. Isso porque, i filme lacrimal tem três camadas e
cada fórmula age em uma delas. Ainda assim, alerta, não adianta usar colírio
lubrificante e tomar antialérgico ou pílula anticoncepcional porque estes
remédios diminuem o efeito do colírio. Por isso, quando você for ao
oftalmologista deve mencionar qualquer medicamento de uso contínuo para ter um
atendimento de qualidade. Nos casos mais severos, de olho seco o mais indicado
é a luz pulsada. Isso porque o tratamento desobstrui as glândulas localizadas
na borda das pálpebras que produzem a camada gordurosa da lágrima responsável
por impedir a evaporação.
Cuidados no
glaucoma
O especialista alerta aos
portadores de glaucoma para evitarem o uso de descongestionante nasal, inibidor
de apetite e corticoide porque estes medicamentos inibem o efeito do colírio e
pode causar piora da saúde ocular. Por fim, quem tem asma e glaucoma deve
avisar ao oftalmologista uma vez que o colírio betabloqueador causa falta de
ar, conclui.
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