Atualmente no país temos um total de 14,8 milhões de pessoas buscando um trabalho no país, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Isso representa dizer que a taxa de desemprego no país terminou o trimestre fechado em abril em 14,7%.
Essa taxa representa um aumento de 0,4 ponto
percentual acima em relação ao trimestre fechado em janeiro de 2021, quando era
de 14,2%. Isso representa dizer que houve um acréscimo de 489 mil pessoas que
ficaram desocupadas no país neste período.
O desemprego é assim, justificadamente, um dos
maiores temores dos trabalhadores brasileiros, e se torna imprescindível falar
sobre como se deve agir financeiramente caso esse problema atinja as pessoas. O
primeiro alerta: nessa hora é a necessidade de estar centrado, por mais que
possa parecer impossível. Sempre afirmo que é com os tombos que aprendemos a
andar; assim, é hora de buscar uma restruturação financeira, para atravessar
esse período e, posteriormente, estar prevenido para imprevisto. Veja algumas
orientações:
Busque uma reserva estratégica - em caso de desemprego, a primeira medida a ser tomada
é reter os valores ganhos de fundo de garantia, seguro-desemprego e férias
vencidas. Esse dinheiro só deverá ser mexido após ser estabelecida uma
estratégia. Caso a pessoa já não tenha esses valores, é preciso buscar
alternativas para se capitalizar, o que pode ser feito com venda de pertences
ou busca de rendas extras;
Não tenha medo da realidade - evite não olhar para o problema por medo, é
fundamental que tenha total domínio de seus números nesse momento, portanto, se
deve saber o valor que possui de dívidas, parcelamentos, compromissos, dinheiro
guardado e que pode ter para ganhar. Também deverá fazer um levantamento de
todos os gastos mensais, minuciosamente, desde cafezinho até parcela da casa
própria, nada deve passar despercebido. Em caso de dívidas e parcelamentos,
esses devem ser também somados.
Congele ferramentas de crédito - cartões de crédito, cheque especial, cartão de lojas
e outras ferramentas de crédito fácil devem ser prioritariamente esquecidas de
sua vida; evite mesmo em caso de emergência, pois, caso não consiga pagar esses
valores, os juros serão exorbitantes, criando um caminho de difícil volta.
Faça uma faxina financeira - o que realmente é prioridade para a sua vida? Pense
muito bem nessa questão, pois chegou a hora de cortar muitos gastos que não
agregam à vida. Gastos que devem ser repensados pode ser de TV a cabo, celulares
e smartphones, balada e ida a restaurantes, água e energia e outros pequenos
gastos. Priorize o que é realmente é fundamental nesse período.
Mude seu padrão de vida - sei que pode parecer difícil, pois já se acostumou
com um monte de regalias, mas é hora de reestruturação, e não de manter a pose.
Nos momentos de dificuldade, a humildade é um diferencial. Então, o primeiro
passo para mudar sua realidade é aceitar que seu padrão de vida mudou, e não
viver de aparências.
Avalie as dívidas - caso esteja desempregado, ou perca o emprego, e
esteja endividado, por mais que pareça correto querer continuar a quitar esses
valores com o dinheiro do fundo de garantia ou reservas, isso pode ser um erro,
pois, se usar muito deste dinheiro, estará sob o risco de ficar sem receitas
para cobrir gastos à frente. Então, planeje-se melhor em relação a esses
valores antes de qualquer medida.
Negocie as dívidas - ainda falando em dívida e humildade, chegou a hora de
buscar os credores e ser o mais franco possível, mostrar que não quer se tornar
inadimplente, mas que também não possui condições de pagamento, buscando assim
diminuir os juros e esticar os débitos. Lembrando sempre de priorizar dívidas
com juros mais altos e com bens de valor como garantia.
Fuja dos exploradores - infelizmente, por mais que seu momento seja de
desespero, existem pessoas mal-intencionadas prontas para se aproveitarem dos
seus temores. Não permita abusos; muitos tentarão tirar proveito de sua
fraqueza para tentar obter vantagens. Evite promessas e garantias descabidas.
Às vezes, é melhor estar com o nome sujo do que ser explorado pelas pessoas.
Busque fazer bicos - por mais que não seja em sua área de atuação, busque
fontes alternativas de ganhos. Chegou a hora de deixar o orgulho de lado e buscar
garantir um mínimo de renda, por mais que não seja em sua área de atuação.
Levanta e sacode a poeira - agora é hora de buscar o mais rápido possível a
recolocação profissional. Use seu network, se posicione como alguém que está à
espera de oportunidades no mercado. Lembre-se, as oportunidades geralmente
aparecem para quem está atrás dela. Esqueça o desânimo, levante a cabeça e olhe
para o futuro.
Reinaldo Domingos - educador financeiro, apresentador do canal do Youtube Dinheiro à Vista, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, do lançamento Mesada não é só dinheiro, e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.
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