Estudo conduzido pelo Grupo Rabbit com 600 escolas de todo o país analisou como as práticas de mercado sobre mensalidades, rematrículas e descontos serão realizadas; a estimativa é que o reajuste das mensalidades para 2022 fique entre 8 e 10%
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mais de um ano lidando com todas as turbulências geradas pela pandemia, o
avanço da vacinação em todo o país enfim pode trazer um horizonte otimista para
a maior parte das escolas privadas. A gradual redução das restrições de
circulação às redes de ensino passa a ser debatida mais intensamente entre
pais, professores e alunos no segundo semestre de 2021.
Estimativas
feitas pelo Grupo Rabbit – maior consultoria de gestão educacional da América
Latina – com 600 instituições privadas de ensino brasileiras apontam que, com a
retomada das aulas presenciais e a melhora da economia, o retorno de alunos que
ficaram fora da escola durante todo o período pandêmico vai movimentar o
mercado, como esclarece Christian Coelho, CEO do grupo.
“Muitos
alunos saíram no ano passado devido à impossibilidade da realização das aulas
presenciais e por questões econômicas, como a redução de salário e perda de
emprego. Com a retomada das aulas e a melhora da economia, existe uma grande
chance desses alunos retornarem, pois a maioria não conseguiu ingressar na rede
pública”, explica.
Após
o período das férias de julho, dependendo do nível de satisfação, as famílias
começam a pensar na permanência ou não dos seus filhos nas escolas. É nesse
momento que as instituições precisam pensar no seu planejamento. Segundo
Coelho, esse fenômeno vai acontecer até o final do ano, indo na contramão dos
últimos anos, em que a alta sazonalidade ia até meados de setembro.
Coelho
afirma que as escolas ainda irão se deparar com um “forte sentimento de recusa
em normalizar os seus valores das mensalidades.” Uma das alternativas sugeridas
por ele é conceder um benefício aos pais em troca do pagamento integral da
mensalidade. “Pode ser a troca da mensalidade por atividades
extras sem custos; descontos no material didático; ganho do uniforme; isenção
da taxa de eventos; desconto por desempenho do aluno; essas são algumas
estratégias eficazes para manter o aluno”, diz.
Por
isso, as instituições precisam pensar em uma nova política de mensalidades, que
deve levar em conta dois fatores: a inflação e a primeira parcela da anuidade.
Estimativas feitas pelas escolas entrevistadas projetam o índice de inflação em
cerca 5,40% até o fim do ano. Dessa forma, o CEO explica que os reajustes
deverão ficar entre 8% e 10%. “O valor da anuidade para o ano seguinte é igual
à última parcela do ano anterior, mais a composição do aumento salarial dos
colaboradores, a inflação e o repasse dos investimentos, como os protocolos de
segurança e tecnologia”.
Já
para a primeira parcela da anuidade, o estudo aponta que a tendência das
instituições será praticar algo em torno de 30% de desconto, seguindo a média
dos últimos anos. Essa prática, no entanto, alerta Coelho, precisa ser feita
com transparência com as famílias, para não gerar interpretações equivocadas.
Ele explica que muitas escolas cobram na matrícula um valor menor que nas
demais mensalidades, podendo deixar implícito às famílias de que aquele é o
valor total da mensalidade.
O otimismo com a retomada da economia pode ser benéfico para o mercado educacional começar a se recuperar das perdas da pandemia. Para além da expectativa de procura das famílias, as escolas precisaram se planejar para manter um relacionamento recíproco com toda a comunidade, mesmo para os alunos inadimplentes. Caso isso não tenha ocorrido, agora é o momento certo para iniciar esse trabalho e superar as dificuldades.
Grupo Rabbit
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