Com novas oportunidades divulgadas e editais previstos, o setor público apresenta retomada gradual
A pandemia de covid-19 gerou impactos negativos não só na economia e saúde do país. A divulgação de editais e processos seletivos de concursos públicos também foram afetados com oportunidades represadas e postergadas, promovendo uma enorme expectativa nos concurseiros. No entanto, a estimativa é que a retomada gradual de concursos seja positiva, com mais de 58 mil vagas disponíveis ainda durante este ano, abrindo espaço para que os candidatos possam se preparar.
A avaliação é de Gabriel Granjeiro, diretor-presidente do
Gran Cursos Online, empresa especializada na capacitação de candidatos para
concursos públicos no Brasil. Segundo o executivo, os entes públicos já estão
se movimentando e divulgando seus regulamentos para realização de concursos.
"Estamos acompanhando a gradual retomada dos concursos. Com o avanço da
vacinação, nossa previsão é de que teremos uma vasta quantidade de editais que
foram represados durante o período de pandemia”, comenta.
Oportunidades
Já no primeiro trimestre de 2021, foi possível notar essas movimentações no setor público. Foram divulgados editais importantes, como os da Sefaz CE (Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará), que abriu 72 vagas e mais 22 de cadastro reserva no começo deste mês, a PM AL (Polícia Militar de Alagoas) que disponibilizou, ao todo, 1.060 vagas, no mês passado e as inscrições vão até o dia 28/06, a Agepen AL (Polícia Penal de Alagoas), está ofertando 300 vagas e o período de inscrição é até o dia 02/07 e a Pefoce (Perícia Forense do Estado do Ceará), que abriu 510 vagas no começo de junho e as inscrições fecham no dia 08/07, que eram muito aguardados pelos candidatos.
Para Rodrigo Calado, vice-presidente e CTO do Gran Cursos Online, a recente decisão do plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) de permitir as provas para alguns concursos fortalece a expectativa de editais e provas a nível nacional para diversas áreas e graus de escolaridade nos próximos meses. “Houve uma hesitação natural em razão da incerteza com relação a possibilidade de aplicação dos exames, mas a permissão para a realização das provas da PF (Polícia Federal), por exemplo, que é um concurso de abrangência nacional, assim como para a PRF (Polícia Rodoviária Federal), fortifica a espera de novos editais e processos seletivos. Tivemos ainda editais recentes ligados à área de controle como os Tribunais de Conta. No judiciário teremos, em breve, o edital no TJ SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) que é o maior do mundo. Juntamente com o TJ RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), que também deve ser retomado em breve, estamos falando de 2.000 nomeações. São concursos muito grandes”, exemplifica.
Além das inúmeras vagas que estão sendo oferecidas nas áreas
policiais, outros órgãos que são muito visados, como o INSS, a Receita Federal
e o Ibama, também estão com possibilidades de aberturas de editais, bem como o
Banco do Brasil, Assembleia Legislativa, entre outros.
Preparação dos candidatos
Com a imprevisibilidade causada pelos efeitos do coronavírus, a publicação de editais representa um avanço para o país e que, aos poucos, as oportunidades para ingressar em um cargo público estarão normalizadas. Segundo Rodrigo, a divulgação de editais gera alterações psicológicas positivas nos candidatos, impulsionando para que eles queiram voltar à preparação e aos estudos. “Os concurseiros vão entender que, se o concurso foi retomado, ele precisa estudar. Com isso, teremos um retorno das atividades que será uma injeção de ânimo nos concurseiros”, destaca.
Um fator a ser levado em consideração
devido a grande quantidade de cargos que podem surgir em breve é de qual
maneira os candidatos vão priorizar e se preparar para as oportunidades. “O
dilema dos concurseiros será como conciliar o estudo para as diversas opções,
vamos ter muitas opções e só quem estiver realmente preparado poderá ser
aprovado em todas elas, dentro de uma carreira, se as provas acontecem em dias
distintos”, avalia.
Importância do orçamento e vagas para o setor público
Com a pandemia, o setor privado foi
bastante afetado, resultando no fechamento de empresas e aumento do desemprego,
além de evidenciar ainda mais a desigualdade social no país. Segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego atingiu
14,8 milhões de pessoas no primeiro trimestre deste ano, representando 14,7% da
população.
Os cargos públicos são o caminho profissional escolhido por milhares de pessoas
ano a ano. Entre os principais motivos, é possível destacar a estabilidade
econômica e empregatícia. Atrelado a isso, de acordo com Rodrigo, por causa da
crise sanitária, o serviço público passou a atrair pessoas que desejam migrar
sua carreira do setor privado para ter mais segurança. “Vemos um aumento nas
taxas de desemprego e a redução dos ganhos de quem tem carteira assinada e vive
na informalidade ou é autônomo. Os concursos públicos não sofreram redução de
suas remunerações, diferente da iniciativa privada, então, essa estabilidade
econômica é um grande diferencial”, contextualiza.
Com isso, os executivos também apontam para a importância da aprovação do
orçamento destinado para vagas no setor público, que ocorreu, com atraso e
vetos, em abril deste ano. “O orçamento sinaliza quais oportunidades estão
previstas e os concursos já detém orçamento. Temos a possibilidade de concursos
para o Senado Federal e Câmara dos Deputados, além de orçamento disponível para
diversos tribunais. Então é uma luz no fim do túnel para os concurseiros. A
aprovação dessas vagas e a abertura de alguns editais são demonstrações de que
os concursos seguem caminhando mesmo em um ritmo mais lento. No entanto,
sabemos que há muitas vagas represadas. Estamos falando aqui de dezenas de
milhares de vagas e toda uma estrutura administrativa para dar conta do país e
servir a população, diz Gabriel.
Deste modo, a aprovação do orçamento serve como uma garantia de que a prestação
dos serviços da esfera pública é importante para a população e incentiva os
concurseiros. “O serviço público não pode parar, temos uma grande estrutura,
três níveis de governo, administração direta e indireta e um crescente número de
aposentadorias. Mesmo com as restrições impostas recentemente pela legislação,
como a abertura de novas vagas, entendemos que é necessária a reposição dos
quadros, ainda que parcial, senão haverá um colapso”, comenta Rodrigo.
Gran Cursos Online
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