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sábado, 26 de junho de 2021

Avistamento de cetáceos reforça potencial de turismo sustentável no Litoral Norte de São Paulo

Divulgação/ Projeto Baleia à Vista
Junto às secretarias de Turismo municipais, Circuito Litoral Norte vem trabalhando na capacitação e profissionalização do turismo na região para atender essa demanda.

Com uma temporada cada vez mais estendida, a região do Litoral Norte de São Paulo entrou e vez na chamada Rota das Baleias, recebendo um número cada vez maior de cetáceos de diversas espécies.

Segundo o Projeto Baleia à Vista, nas temporadas de 2019 e 2020, mais de 300 baleias passaram pelas águas da região. As gigantes nadadoras vêm das águas mais geladas do hemisfério Sul em busca de águas mais quentes para a reprodução e, do litoral paulista, seguem para o sul da Bahia, onde têm seus filhotes.

As águas do Litoral Norte de São Paulo são atrativas, principalmente, em razão das temperaturas do Canal de São Sebastião, que têm, em média, 23ºC. E, graças a todo esse potencial, as cidades da região vêm percebendo uma demanda cada vez maior para o desenvolvimento do turismo de observação.

De acordo com Julio Cardoso, idealizador do Projeto Baleia à Vista, o turismo de avistamento de cetáceos se faz embarcado, portanto é fundamental que os municípios tenham uma infraestrutura adequada de píeres de embarque e desembarque de passageiros para esse tipo de atividade.

“Para este tipo de turismo náutico, essa infraestrutura e também operadores e embarcações adequadas e habilitadas são fundamentais. Todas as nossas cidades do litoral precisam investir e melhorar isso para poder atender a uma demanda de turismo náutico de qualidade”, diz.

O Litoral Norte de São Paulo tem uma fauna marinha bem rica e diversa e mesmo em águas mais costeiras é possível se observar 4 espécies de baleias e 7 espécies de golfinhos, além de tartarugas, raias-manta, tubarão-baleia e uma enorme diversidade de aves pelágicas. As baleias jubarte, grandes estrelas da região, costumam ser avistadas entre maio e agosto.

“É uma natureza muito rica e de grande biodiversidade que pode ser explorada de forma sustentável pelo turismo de natureza responsável, que é o tipo de turismo que mais cresce no mundo”, acrescenta Cardoso.

©Projetobaleiaavista/ Julio Cardoso

Regras são necessárias para desenvolver atividade responsável

Nas atividades de avistagem, é importante seguir regras para garantir a prática sustentável. Entre elas estão:

-Não se aproximar das espécies com motor engrenado a menos de 100 metros;

-Não reengrenar o motor antes de estar a uma distância mínima de 50 metros;

-Não interromper o curso de deslocamento do cetáceo;

-Não praticar mergulho ou natação não autorizada com as espécies;

Por isso, é tão importante realizar a capacitação do trade regional e a profissionalização deste tipo de turismo na região.

“Nós do Projeto Baleia a Vista, em parceria com o Instituto Baleia Jubarte, já fizemos um treinamento e certificação do trade em Ilhabela e São Sebastião para a operação de Whale Watching e é fundamental que isso seja feito para o turismo operar dentro das normas e de forma sustentável e adequada com sucesso”, finaliza o idealizador do projeto.

Também focado em apoiar as práticas sustentáveis das cinco cidades da região turística, o Circuito Litoral Norte vem dando todo o suporte para que Bertioga Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba possam desenvolver esse potencial tanto em estrutura física, quanto de serviços.

“Em trabalho conjunto com a Setur/SP, o Circuito Litoral Norte está desenvolvendo um guia temático de atrativos turísticos regionais que deve reforçar a vocação turística da região. O avistamento de cetáceos será um dos destaques desse material, entre outros potenciais naturais, que devem orientar e organizar o produto regional para turistas e trade que buscam turismo o sustentável”, afirma o presidente Interino do consórcio, Gustavo Monteiro.

Segundo a secretária de Turismo de São Sebastião, Adriana Augusto Balbo, os turistas e até moradores estão procurando cada vez mais os passeios para a observação de cetáceos, se tornando uma ótima alternativa para fomentar o turismo na baixa temporada.

“Estamos em constante parceria com o Projeto Baleia Jubarte, o Projeto Baleia à Vista e Instituto Argonauta, fortalecendo as ações e promovendo trabalhos de orientação junto às operadoras de turismo de avistagem, além de campanha informativa voltada a proprietários de embarcações particulares e população em geral, prezando por um turismo responsável e seguro”.

O secretário de Turismo de Bertioga, Ney Carlos da Rocha, também acredita que o turismo de experiência, onde se inclui o avistamento de aves, animais selvagens e animais marinhos tem crescido muito.

“No caso específico dos cetáceos, temos posição privilegiada, pois estamos na rota das baleias que vêm do sul do país e margeiam o canal de Bertioga, devido à grande concentração de alimentos como crustáceos e matéria orgânica. É um Turismo que respeita o habitat dos animais e uma atividade de alto valor agregado, gerando diversos empregos diretos e indiretos desde o guia de avistamento, o piloto da embarcação, a manutenção de embarcações, marinas, restaurantes e rede hoteleira, valorizando o turismo ecológico e favorecendo a economia”.

Para a secretária de Desenvolvimento Econômico e do Turismo de Ilhabela, Luciane Leite, a atividade também pode auxiliar a economia do turismo na região.

“Ilhabela é um destino de natureza, o Turismo de Observação de Baleias e Golfinhos está diretamente ligado à identidade do município. Somos um arquipélago com 165 Km de costa e temos 11 espécies de cetáceos que nos visitam frequentemente. Trabalhar este nicho significa diversificar nossa oferta, contribuir para aumentar o ticket médio dos passeios e gerar emprego e renda. Temos feito isso com bastante responsabilidade e seguindo as regras de avistagem. Lançamos o Guia de Observação de Baleias e Golfinhos de Ilhabela, realizamos uma série de capacitações para as marinas, marinheiros, proprietários de embarcações, trade turístico e especificamente para agências de receptivo e guias tivemos um treinamento que incluiu saídas embarcadas. Temos ainda a Exposição Fotográfica Baleias e Golfinhos de Ilhabela, na FUNDACI (Vila) e que segue aberta ao público até setembro. Venha para a ilha, reserve seu passeio e descubra que navegar pelo arquipélago e desfrutar de toda essa beleza é uma experiência inesquecível”.

Já para a secretária de Turismo de Caraguatatuba, Maria Fernanda Galter Reis, a expectativa é de que essa atividade desperte a consciência ambiental de turistas e moradores.

“O avistamento de cetáceos, esses animais incríveis que a gente vê aqui no nosso oceano, faz com que a gente se sinta um pouco mais próximo da natureza e talvez, assim, desperte um pouco ainda mais a consciência ambiental das pessoas. Afinal de contas, a gente só pode ver esses animais, avistá-los aqui, se nós cuidarmos dos nossos oceanos, cuidarmos do meio ambiente, para que esse ecossistema ainda permita que eles existam e nos visitem. Então, é de suma importância que as pessoas despertem para um desenvolvimento do turismo sustentável e responsável, fazendo com que a nossa natureza seja mantida, para que a nossa e as próximas gerações possam desfrutar de tudo que ela nos oferece. Essa aproximação é muito importante nesse sentido”, conclui.


Sobre o Circuito Litoral Norte

O Consórcio Intermunicipal Turístico Circuito Litoral Norte de São Paulo vem se consolidando como referência neste segmento para o Estado, apresentando uma gestão integrada e focada no desenvolvimento conjunto das cidades participantes (Bertioga, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba).

O Circuito soma atrativos, equipamentos e serviços turísticos das cinco cidades integrantes, com o objetivo de enriquecer a oferta turística, ampliar as opções de visita e a satisfação do turista, com consequente aumento do fluxo e da permanência dos visitantes na região do Litoral Norte paulista, assim como a geração de trabalho, renda e qualidade de vida.

Nessa retomada, o consórcio vem realizando importantes parcerias com a Secretaria de Turismo do Estado e Ministério do Turismo, entre outras entidades, para garantir o retorno das atividades turísticas de forma segura e apoiar o trade regional a se restabelecer da melhor forma.

 

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