Quando
se via à beira de uma das mais sérias escolhas de suas vidas, na fase de optar
qual curso universitário seguir, no passado, a geração baby boomers – que hoje
tem entre 55 e 75 anos – pensava em tomar uma decisão baseada em garantir o
sustento da família, além de avaliar sobre as probabilidades em passar no exame
vestibular e, por fim, no prazer que teria em aprender aquele ofício.
Um
outro fator de atração para certas profissões era o glamour que elas geravam
entre os jovens. Não raro, apareciam na lista dos cursos mais desejados opções
que não ofereciam boa remuneração, mas que apresentavam boas chances de se
obter aprovação no vestibular ou que tinham o gostar e a realização
profissional como fatores preponderantes na decisão.
Já
a geração Z, dos nascidos após os anos 2000, examina os possíveis cursos com
critérios semelhantes a de seus pais ou avós. Porém, com uma diferença
determinante: o futuro das carreiras. Isso porque para o jovem de hoje é
evidente que muitas profissões serão extintas nos próximos anos ou décadas,
devido ao avanço da tecnologia, e outras tantas profissões vão ter papel de
destaque.
Esse
raciocínio é corretíssimo, pois é preciso analisar que, se novas atividades
surgiram recentemente, profissões tradicionais tendem a desaparecer, assim como
tantas outras vão passar a existir. E aí está o ponto crucial a ser ponderado
pelos jovens. Isso porque máquinas e programas já substituem uma série de atividades
e, daqui para frente, vão substituir mais ainda uma série de funções.
Ou
seja: decidir qual profissão seguir hoje deve ser encarado como uma tomada de
decisão seríssima, que deve ser estudada atentamente, a partir de informações
embasadas, em vez de simples palpites.
Dados
objetivos é que devem nortear a escolha. Dialogar com professores é um bom
caminho. Procurar fazer contato com profissionais de destaque em suas
atividades também. E outra boa dica é pesquisar em fontes de informação com
credibilidade. Por fim, os consultores de Recursos Humanos e headhunters podem
também trazer uma inestimável contribuição para a escolha profissional.
O
fato é que se pudermos antecipar o avanço da tecnologia nas próximas três
décadas, ficaremos estarrecidos. Para se ter uma ideia da dimensão do que
estamos falando, basta dizer que a internet de uso amplo e pessoal – a rede www
– é de 1992. Ou seja: sequer completou trinta anos de existência. Já as
redes sociais foram todas criadas nos idos dos anos 2000. Por sua vez, os
celulares surgiram no Brasil na década de 90 e eram verdadeiros “dinossauros”
quando comparados aos modelos atuais.
Bastaram,
portanto, apenas trinta anos para o mundo passar por essa grandiosa revolução
tecnológica. E, há bem pouco tempo, se iniciou outra grande mudança: a Era da
Indústria 4.0 ou 4ª Revolução Industrial. Ela compreende áreas como
Inteligência Artificial (AI), Internet das Coisas (IoT), Learning
Machine, Robótica, Bigdata, além das impressões em 3D,
nanotecnologia, computação quântica, entre outros campos do conhecimento. Eles
se misturam, pois são todos interligados.
O
fato é que o futuro ninguém consegue prever, mas as tendências, sim. Veículos
autônomos, tele-entregas por drones, comida feita por robôs domésticos, sistemas
de inteligência artificial operada por cognição são alguns dos avanços
esperados para os próximos anos.
Existe
uma frase popular que diz “É bom, mas é ruim. É ruim, mas é bom”. Assim, apesar
de difícil, tende a se dar melhor quem empreender e investir nessas áreas
inovadoras. Ou seja, será bom para quem desde já estiver atento às futuras
oportunidades mercadológicas. Mas, será ruim para quem não estiver capacitado e
atento às mudanças. Em síntese, em vez de dizer que os mais fortes sobrevirão,
podemos acreditar que os mais aptos e preparados vão dominar o mundo
profissional. Cabe, portanto, questionar: que futuro você vislumbra para si?
Marco Juarez Reichert - Formado em Administração de Empresas, com MBA em Finanças e Governança Corporativa e Pós MBA em Inteligência Empresarial. É escritor, palestrante, consultor empresarial e conselheiro de administração. É também autor do livro Gestão Sem Estresse (Ed. Casa do Escritor).
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