Especialista alerta da gravidade da doença que acomete principalmente crianças menores de cinco anos
Febre, dor de cabeça,
confusão mental e náuseas podem ser sintomas de meningite. A doença é
caracterizada pela inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula
espinhal, resultando em uma infecção. São quatro tipos de agentes causadores da
doença: bacteriana, viral, por fungos e por parasitas. O Ministério da Saúde
alerta que o quadro geral da enfermidade é grave e pode levar à morte. O Dia
Mundial da Meningite, celebrado no dia 24 de abril, marca a importância da
vacinação ainda na infância, pois a doença é mais comum em crianças até os
cinco anos de idade.
“A meningite aguda é
considerada uma doença grave, com grande potencial de levar a sequelas e até
mesmo a morte. Por este motivo, a suspeita deve ser sempre considerada uma
emergência médica. A grande maioria dos casos de meningite é registrada em
crianças menores de cinco anos, especialmente as abaixo de um ano. Os tipos de
meningites mais frequentes no Brasil são as causadas por vírus e bactérias,
sendo a primeira mais comum”, explica a pediatra da Maternidade Brasília Sandi
Sato.
Sandi Sato explica que a
transmissão da meningite ocorre geralmente de pessoa para pessoa, por meio das
vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e garganta. A infecção
também pode acontecer no contato com fezes contaminadas, na inalação acidental,
ou não, de fungos da doença, no ambiente hospitalar e com a ingestão de
produtos ou alimentos contaminados.
“A prevenção para
minimizar o risco de contágio é incentivar os pais e as crianças a criarem
hábitos de higiene como lavar as mãos, não compartilhar talheres e alimentos,
manter os espaços limpos e os brinquedos higienizados e, sempre que possível,
evitar lugares lotados com pouca ou nenhuma ventilação. É importante também
garantir uma boa alimentação e hábitos de atividades físicas, pois eles
auxiliam a manter o sistema imunológico em dia”, aconselha a pediatra.
Vacinação em dia
De acordo com a
infectologista e especialista em vacinas do Exame Imagem e Laboratório/Dasa
Maria Isabel de Moraes Pinto, a criança pode adquirir a meningite tuberculosa,
na maioria das vezes, dentro de casa, nos primeiros meses de vida. A
transmissão ocorre quando pessoas que estão em contato direto com a criança têm
uma forma de tuberculose pulmonar e acabam tossindo e expondo o bebê ao bacilo.
Desta forma, como o sistema imunológico da criança nessa fase ainda é muito
imaturo, o corpinho não consegue combater a doença de forma eficiente.
Confira as formas
bacterianas de meningite que possuem vacinas:
BCG - É a vacina aplicada nos primeiros dias de vida contra a tuberculose.
Uma das funções do imunizante, que deixa uma marquinha no braço na maioria das
pessoas para o resto da vida, é a de proteger da meningite tuberculosa. “A
proteção com esta vacina é especialmente importante nos primeiros dois anos de
vida, quando é mais comum a criança desenvolver meningite tuberculosa. O
imunizante é encontrado tanto na rede pública quanto na rede particular e não é
necessário repetir a dose”, explica.
Haemophilus influenzae tipo b – Esta bactéria costumava causar meningite em
crianças pequenas. “Com a introdução da vacina em 1998, temos muito menos casos
atualmente”. A vacina contra o Haemophilus influenzae tipo b (Hib)
está presente nas vacinas Hexavalente, Pentavalente, que são administradas aos
2, 4, 6 e 15 meses de idade.
Pneumocócica - Também aplicada nos primeiros meses, serve para proteger contra as
formas invasivas de pneumococo, como a meningite pneumocócica e a infecção
generalizada. “O imunizante é encontrado na rede pública pelo nome de vacina
pneumocócica 10-valente. A aplicação é feita em duas doses, com um reforço após
a criança completar um ano. Na rede privada, a vacina é conhecida por vacina
pneumocócica 13-valente e são três doses: aos dois, quatro e seis meses de
vida, com um reforço após ano de idade”, ressalta Maria Isabel.
Meningite meningocócica
C - Bebês entre três e seis meses devem receber a imunização contra
a meningite bacteriana com um reforço depois de um ano de idade. "Desde o
ano passado, foi introduzida a vacina ACWY na adolescência, entre 11 anos e 12
anos na rede pública. Esta imunização vai proteger contra os sorogrupos de
meningite A, C, W e Y. Na rede privada, esta vacina é aplicada desde os
primeiros meses de idade, com um reforço acima de um ano, outra dose com 5 anos
e mais uma aplicação na adolescência”, indica Maria Isabel. A infectologista
ainda aponta que somente na rede privada é encontrada a vacina Meningocócica B,
aplicada entre três e cinco meses de idade, com um reforço entre 12 e 15 meses.
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