O Dia da Educação é celebrando anualmente em 28
de abril desde os anos 2000, estipulado pelo Fórum Mundial de
Educação, tendo como objetivo estabelecer um compromisso de levar educação
básica e secundária a todas as crianças e jovens do mundo. No entanto, em 2021,
a data traz uma nova perspectiva sobre a reflexão a respeito dos desafios
enfrentados no setor, pois após mais de 1 ano de pandemia a realidade tem
gerado muitos desafios no cumprimento dessa meta.
Com
a necessidade de se reinventar, os principais players da área comentam a
importância da educação em tempos de pandemia e desinformação.
Educação Básica | Escolas
Lucas Seco, diretor do Colégio
Anglo Chácara Sto. Antônio, comenta, como gestor, os desafios
do setor no último ano e as perspectivas para os próximos meses: “O Dia da
Educação está chegando e, em termos de gestão escolar, os desafios são imensos.
Temos desde questões técnicas, passando por desafios de aprendizagem e
imaginando como os alunos vão aprender nesse contexto de ensino híbrido, até
questões emocionais, que a pandemia tem impactado muito. Então, temos que
entender que nos tempos atuais, os desafios são gigantes em diferentes frentes.
Acho que a pandemia e todos essas questões nos trouxeram muitos aprendizados.
Tivemos que nos adaptar a uma outra realidade, fazendo uma escola online - o
que seria impensável há pouco tempo e hoje é possível e viável. Foi preciso
entender que certos aspectos da educação são tão importantes quanto o
aprendizado do conteúdo em si. Também entendemos como todas essas lições foram
importantes e nos trouxeram essa perspectiva de futuro, de que talvez a escola
não funcione exatamente do mesmo jeito após a pandemia. É importante considerar
que a pandemia trouxe um novo jeito de fazer educação, um novo jeito de fazer
escola e que, ainda que a gente volte ao presencial, certas práticas
educacionais ligadas à tecnologia talvez tenham vindo para ficar. E conseguir
fazer a dosagem certa, mesmo após a pandemia, realmente pode ser útil no que
diz respeito à aprendizagem, às facilidades e ao bem-estar da comunidade
estudantil. É nisso que precisamos mirar".
Para a Camino Education, a aprendizagem
vem sempre em primeiro lugar. Com a suspensão das aulas presenciais, certamente
houve muitos desafios. O ensino remoto também trouxe aprendizados que deverão
impactar o processo educacional nos próximos anos. “Um dos principais legados
está relacionado à nossa possibilidade de trabalhar de verdade em comunidade
com os pais e com as famílias dos nossos estudantes. O fato de nos mantermos
abertos, prontos para a escuta e para adaptar nossas expectativas e maneiras de
fazer ao contexto de cada família nos aproximou e garantiu que a aprendizagem
se tornasse muito mais potente”, afirma Leticia Lyle, cofundadora da Camino
Education, da Cloe e diretora da Camino School. Ela aponta ainda que o
ensino remoto resultou em uma aproximação das escolas aos possíveis meios de
uso da tecnologia como ferramenta de apoio, além de um “diálogo” com novos
formatos possíveis.
Arthur Buzatto, diretor-presidente da Escola
Vereda, aponta que apesar dos desafios ocasionados pela
pandemia, ele acredita que a sociedade está mais próxima de olhar a educação
para além de um resultado final. “Aqui, refiro-me à importância da conexão do estudante
com a família e com os seus colegas, do desenvolvimento de habilidades
socioemocionais e da relação entre os responsáveis e a escola. Houve um
sofrimento em relação a isso ao longo desses últimos meses. Hoje, temos uma
visão mais próxima do papel de diversos agentes dentro do desenvolvimento dos
estudantes e entendemos que isso deve ser valorizado de forma ativa. Apenas
assim garantiremos uma educação formal de qualidade, olhando para o
desenvolvimento de habilidades cognitivas, com a adequada apropriação de
conteúdos contextualizados e, ao mesmo tempo, ajudando o estudante a se tornar
partícipe e transformador da realidade que o cerca.”
Educação Básica | Sistemas de ensino
Paulo
Moraes, diretor do Sistema Anglo de Ensino, comenta
que “na pandemia, os médicos arregaçaram as mangas e foram para a linha de
frente salvar vidas. Enquanto isso, os professores, os educadores, arregaçaram
as mangas e foram para linha de frente salvar gerações. A educação é
transformadora na sua essência. Transforma a sociedade e o mundo. Forma
cidadãos que construirão o futuro. Se o futuro da sociedade foi posto em xeque,
cabe a todos nós educadores enfrentar o desafio proposto. E vencê-lo.”
Tecnologia Educacional | Plataformas de Ensino
Rafael Parente, da BEI
Educação, comenta: “Que nesse Dia da Educação nós possamos
lembrar que só teremos um país moderno, sério, justo e fraterno para todos
quando priorizarmos de verdade a educação. Que só a educação pode oferecer a
crianças e jovens brasileiros a oportunidade de desenvolver plenamente as suas
potencialidades. E que nós devemos urgentemente criar políticas públicas de
ação afirmativa para que seja possível estancar e diminuir as nossas
desigualdades educacionais, que estão explodindo nesse momento por conta do
fechamento das escolas”.
A Mangahigh, uma plataforma de
ensino de matemática amparada na gamificação, enxerga que a educação, com o
advento do ensino remoto, ganha um novo lugar nesse cenário de isolamento
social. “Os efeitos da pandemia nos alertaram para o fato de que ainda há muito
o que fazer para oferecer educação de qualidade para todos onde quer que
estejam e em quaisquer circunstâncias. Com o afastamento de alunos e
professores da escola, esse desafio tornou-se ainda maior e urgente. A escola,
temporariamente, deixou de ser o epicentro do aprendizado e ganhou as ruas e os
lares, mas sempre com a mediação dos professores e com um envolvimento maior
dos pais e responsáveis, que tiveram de se requalificar e inventar para
viabilizar essa transição para o ensino-aprendizagem remoto e híbrido, que por
sinal ainda não foi concluída”, afirma George Balbino, VP da Mangahigh para o
mercado brasileiro. A empresa acredita que o emprego dos games pode ser uma
maneira mais eficaz e atraente de engajar os aprendizes da ciência exata.
“Pensamos que a aprendizagem pode – e deve – ser uma experiência prazerosa,
independentemente de qualquer cenário ou contexto histórico”,
complementa.
Contraturno escolar | social
O LAR da Benção Divina se orgulha
por manter suas atividades a pleno vapor, mesmo com as questões trazidas pelo
isolamento social e alteração no cronograma presencial das escolas. A
organização sem fins lucrativos continua atendendo cerca de 500 crianças com
projetos de contraturno escolar em diversas frentes: esportes, cultura e
reforço em disciplinas como português e matemática. “Nosso maior aprendizado na
educação foi com relação a tecnologia. Os professores tiveram que se reinventar
e aprender a usar ferramentas, como Whatsapp, Google Sala de Aula e Google
Meet. Foi necessário ser muito mais criativo para que as atividades fossem
cativantes. O maior desafio se refere aos protocolos de saúde dentro dos nossos
espaços, principalmente com crianças de 1 a 3 anos. Outra questão nesse aspecto
é conseguir alcançar todas e todos. Há lares em que a internet não é muito
veloz ou o celular não conta com uma boa conexão. Mas nosso intuito é não
deixar ninguém para trás. Neste ano, o Dia Mundial da Educação pode ser bem
comemorado, pois muitos olhos se voltaram para essa área. Todo mundo entendeu
sua essencialidade. É uma data para refletir”, salienta Marcia Mattos da Silva
Soares, diretora do CEI do LAR da Bênção Divina.
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