Entre janeiro e outubro de 2020, 80 mil pacientes foram a óbito em decorrência de Acidente Vascular Cerebral. Trata-se da segunda doença em mortes no Brasil e uma emergência neurológica, de acordo o projeto Diretrizes, da Associação Médica Brasileira.
O AVC decorre de alteração do fluxo de sangue ao
cérebro. Pode se originar de obstrução de vasos sanguíneos, tipo denominado de
acidente vascular isquêmico, ou de ruptura do vaso, um acidente vascular
hemorrágico, conforme especialistas da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).
Tudo que é súbito e está relacionado ao cérebro tem
de ser investigado. Se a pessoa está bem e no instante seguinte sente
alterações na fala, na força, há 92% de chance de o diagnóstico se confirmar.
“Nesses casos, é preciso procurar socorro
imediatamente para realizar o tratamento o mais rápido possível”, informa o
professor e médico neurologista Paulo César Otero Marcelino.
Os dez principais cuidados
Ele pondera que, além dos fatores hereditários, há
dez razões modificáveis que podem causar a doença do AVC: hipertensão arterial,
tabagismo, vida sedentária, dieta desregulada, obesidade, diabetes, alcoolismo,
estresse emocional, alterações de fundo cardíaco (como arritmias com fibrilação
arterial) e dislipidemias.
A modificação de hábitos e cuidados com a saúde,
além de trazer melhor qualidade de vida, pode prevenir um AVC. A prática do
exercício físico também é um grande aliado no processo.
Possibilidades futuras de tratamento
“Antigamente, a janela terapêutica do AVC era de
até 3 horas. Ou seja, o paciente só tinha 180 minutos para chegar ao hospital e
conseguirmos fazer a reversão do quadro clínico. Hoje, a trombólise, seja
endovenosa ou mecânica, já alcança nove horas, podendo chegar até a 24”,
relata.
Ao longo dos últimos anos, dr. Paulo Marcelino
busca afinar uma equipe especializada em AVC. A ideia é ter o grupo sempre à
disposição da comunidade. O ideal é que já na própria ambulância, a tomografia
seja feita para adiantar o tratamento e diferenciar os tipos de AVC.
“Com uma equipe treinada com esse preceito, o
tratamento pode ser especial; uma espécie de ‘bombeiro neurológico’, já que a
doença queima milhões de neurônios por minuto no cérebro”, compara “Vamos
chegar lá.
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