De acordo com os
entrevistados, chances de acesso à moradia, serviços sociais e educação também
são impactadas
Um novo estudo realizado pela Ipsos em 27 países
para o Fórum Econômico Mundial avalia o impacto da raça, etnia e nacionalidade
no acesso a oportunidades em diversos setores. No Brasil, os resultados são
preocupantes. No que diz respeito à empregabilidade, 71% dos ouvidos no país
percebem a influência da cor da pele e origem de uma pessoa na obtenção de trabalho.
Destes, 41% acham que influencia muito e 30% acreditam que influencia de alguma
forma.
Considerando todos os entrevistados, a média global
somando as pessoas que responderam que a raça impacta muito e que impacta um
pouco na hora de conseguir um emprego é de 65%. Os países que mais notam essa
influência são África do Sul (80%), Japão (78%) e Bélgica (74%). Por outro
lado, na Malásia (44%), China (50%) e Rússia (54%) o número de respondentes que
percebem essa influência é mais baixo.
Assim como o acesso a empregos, as oportunidades
para a educação também são impactadas pela raça, etnia e nacionalidade, de
acordo com 69% dos brasileiros. Destes, 36% acreditam que a origem e cor da
pele influenciam muito e 33 que influencia de alguma maneira. A média global é
de 60%.
Somando as respostas “muito” e “de alguma forma”, o
Brasil ficou em terceiro lugar entre os que mais acham que a raça, etnia e
nacionalidade influem nas oportunidades de educação. Em primeiro lugar, mais
uma vez, ficou a África do Sul (76%) e, em segundo, a Índia (72%). Para os
russos (39%), suecos (48%) e poloneses (47%) o impacto é significativamente
menor.
A influência da raça nos serviços sociais também é
percebida mais fortemente no Brasil do que no resto do mundo. Enquanto 68% dos
brasileiros acreditam que a cor da pele e origem de uma pessoa pode influir no
acesso a esses serviços - sendo que 32% acham que influencia muito e 36% acham
que influencia de alguma maneira -, no mundo, o percentual é de 59%. As nações
que percebem maior impacto são África do Sul (74%), Índia (74%) e Japão (70%).
Ao final da lista, estão Rússia (41%), Suécia (49%) e Reino Unido (50%).
Perguntados sobre o acesso à moradia, no Brasil,
66% notam a influência da raça - 33% responderam “muito” e 33% responderam “de
alguma forma”. A média global é de 60%. Novamente, o ranking é encabeçado pela
África do Sul (76%), com Índia (74%) e Bélgica (72%) logo atrás. Já o menor
impacto percebido está na Rússia (38%), China (44%) e Polônia (46%).
O levantamento on-line foi realizado com 20.020
pessoas – sendo mil brasileiros – com idade entre 16 e 74 anos de 27 países. Os
dados foram colhidos entre 22 de janeiro e 05 de fevereiro de 2021. A margem de
erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais.
Ipsos
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