Pesquisa da Kaspersky mostra como as mulheres enxergam a questão de gênero no setor; latino-americanas destacam mais a igualdade de gênero do que as norte americanas e europeias
Mais da
metade (58%) das brasileiras que trabalham com tecnologia observaram que, nos
últimos dois anos, houve um progresso na igualdade de gênero em suas
organizações. Para 66% dessas profissionais, experiência e habilidades tiveram
peso maior do que o gênero no momento de suas contratações. Os dados, revelados
por um estudo realizado pela Kaspersky, apontam para um avanço de inclusão no
setor, ainda que as estatísticas mostrem que há espaço para melhorias.
Globalmente, a
pesquisa aponta a liderança das mulheres entrevistadas na América Latina (65%)
em relação à igualdade de gênero no setor de tecnologia, no comparativo com a
mesma resposta das entrevistadas na América do Norte (57%) e na Europa (50%).
Em relação à América
Latina, o relatório mostra que a ideia de igualdade de gênero vai além da
presença física das mulheres na indústria: ela inclui também percepções,
sentimentos, estereótipos e oportunidades. Nesse sentido, um sinal positivo vem
do fato de que 71% confiam que suas opiniões são respeitadas desde o primeiro
dia de trabalho no setor de TI e 67% destacam que suas experiências foram
levadas em consideração - mais do que seu gênero - quando buscaram seu primeiro
emprego no setor.
No comparativo entre
os Países da região, o Brasil fica atrás de Peru e México na quantidade de
mulheres que destacaram o reconhecimento das opiniões (71% contra 89% e 72%,
respectivamente); e atrás de Peru e Argentina na quantidade de mulheres que
destacaram o reconhecimento das experiências (66% contra 88% e 72%,
respectivamente).
Sobre o formato de
trabalho de home office, que aumentou consideravelmente desde o ano passado, a
pesquisa também mostrou efeito positivo na opinião das profissionais: 43% das
entrevistadas na América Latina concordam que a igualdade de gênero melhora com
o trabalho remoto. Já no Brasil, essa porcentagem é superior (48%), o que deixa
o País com índice inferior apenas ao de Argentina e Colômbia (52% e 50%, respectivamente).
Porém, apesar de uma
melhora global e regional na percepção da representação de gênero, 39% das
brasileiras afirmam que a falta de mulheres na indústria de tecnologia faz com
que elas hesitem em ingressar no setor. Embora esses números possam parecer
baixos, elas enfatizam que há uma lacuna entre a melhoria gradual e a igualdade
total. Essa noção é apoiada por uma impressão ainda mais ampla: 36% das
mulheres do País afirmam que os homens progridem mais rápido do setor.
Tendo em conta que um
número ligeiramente superior (48%) considera que um ambiente de trabalho
igualitário seria o melhor para a sua progressão profissional, o relatório pode
concluir que ainda não foi estabelecida a relação entre representação e
trabalhadores, comportamentos, oportunidades e igualdade.
Para garantir que as
experiências profissionais positivas das mulheres sejam refletidas em todo o
mundo, são necessárias medidas e iniciativas essenciais, incluindo o
fornecimento de mais programas de mentoria ou estágio que forneçam
oportunidades.
"Na minha
opinião, o problema não é só da indústria: a questão dos estereótipos de gênero
deve ser abordada tanto em casa quanto na escola, pois é justamente onde a
inclusão e o interesse pela tecnologia devem ser estimulados. Porém, a maioria
das garotas ainda não considera a tecnologia como alternativa de trabalho,
apesar de apenas o setor de segurança cibernética representar atualmente quase
três milhões de vagas em todo o mundo.", comenta Daniela Dias, diretora de
marketing da Kaspersky no Brasil.
A análise completa
sobre os resultados da pesquisa está disponível no site: https://wit.kaspersky.com/
Metodologia
A Kaspersky encarregou a Arlington Research de realizar pesquisas entre homens e mulheres que trabalham em tecnologia ou funções de TI. As entrevistas foram realizadas de novembro a dezembro de 2020, com 13 mil respondentes de 19 países, sendo 500 deles do Brasil.
O estudo explorou as
percepções das pessoas sobre as diferenças de gênero dentro da indústria, as
barreiras para uma carreira em tecnologia e TI entre ambos os sexos, o que
motivou homens e mulheres a desenvolver uma carreira nessas indústrias e o
impacto da pandemia da Covid-19.
A íntegra do
relatório: "Mulheres em Tecnologia: Onde estamos? Compreendendo a evolução
feminina no setor" está disponível neste link (conteúdo em inglês).
Kaspersky
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