Em 2020, o tema de investimentos foi considerado destaque nos veículos de comunicação e nas redes sociais. Como consequência, as pessoas começaram a se interessar pelo universo do mercado financeiro, ao enxergarem uma possibilidade de rentabilizar o dinheiro que elas guardavam na poupança, por exemplo.
De fato, o brasileiro ainda tem medo de investir,
mas não podemos colocar a culpa nas pessoas, pois os motivos que levam a ter
esse receio começam pela desinformação e pelo patamar de juros brasileiro no
passado. Se em 2019 a taxa de juros no Brasil era superior a 6,50% ao ano,
próximo do que foi visto até então como mínimas históricas, é importante
lembrar que chegou a patamares de 45% em 1999, 26,50% em 2003 e 14,25% em 2016.
Taxas tão elevadas fizeram com que os investidores
brasileiros estacionassem no tempo em relação a buscar outras modalidades de
investimentos. Podemos dizer que esses investidores foram apelidados de órfãos
da Renda Fixa. Por outro lado, atualmente, estamos vivenciando o período de
menor taxa da história, com a taxa em 2% ao ano. Consequentemente, um
investimento tradicional como o CDB atrelado a taxa de juros, que tinha uma
rentabilidade em alguns casos de dois dígitos ao ano, hoje pode ser
insuficiente para superar a inflação.
Outros pontos prejudicam essa confiança, como a
dependência do monopólio dos veículos de investimentos pelos bancos
tradicionais brasileiros, o que também vem mudando. A XP e os assessores de
investimento, por exemplo, têm ampliado de forma massificada o conhecimento sobre
o mercado financeiro, simplificando o entendimento sobre como funciona o
mercado.
Para exemplificar esse cenário imagine a seguinte
situação: quando qualquer um de nós procura um médico, esse profissional que
estudou mais de 10 anos nos receita um remédio, ou até faz um encaminhamento
para um procedimento cirúrgico, se for o caso. São raras as vezes que
contestamos esse profissional, porque acreditamos que o médico tem a capacidade
técnica muito superior à nossa, aceitamos a recomendação e seguimos com o
tratamento.
Isso vale também com os assessores de investimento.
É preciso procurar um especialista sobre o tema, alguém capaz de nos dizer
quais são os próximos passos que devemos tomar e as melhores alternativas para
cada caso e perfil de investidor.
A falta de informação
Vale ressaltar que o brasileiro não é ensinado
desde cedo como deve gerir seu patrimônio. Isso vem de uma lacuna na educação
financeira no país, uma matéria fora da grade das escolas que acaba se
estendendo e refletindo na vida adulta.
As fraudes também compõem esse leque do medo por
parte do investidor, muitas vezes associados a falta de informação e
eventualmente a uma necessidade de ganhos imediatos sem o conhecimento
necessário. Os números apresentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
mostram que existe um número cada vez maior de pessoas que caíram em golpes de
investimentos ilegais. As soluções são relativamente simples: a busca por
conhecimento e a ajuda de profissionais qualificados.
Crescimento de Pessoa Física na B3
Atualmente, temos 3.229.318 CPFs cadastrados na
bolsa de valores brasileira, a B3. Isso mostra um crescimento forte de pessoas
interessadas em investimentos. Porém, vale uma ressalva importante, a busca
pelos melhores investimentos não está associada a uma procura pela categoria de
risco, como ações de empresas listadas na bolsa. O melhor investimento é aquele
que reflete adequadamente o perfil do investidor, sem seguir fórmulas mágicas.
A perda do medo de investir não está associada a
busca de ativos de riscos, quando o perfil do investidor pode não suportar
perdas e grande volatilidade. Existem diversas possibilidades na melhoria do
portfólio, inclusive por opções conservadoras e renda fixa. Esse não é mais o
caso da poupança, investimento popular durante muitos anos mas que atualmente
está fora da lista de alternativas rentáveis.
Em 2019, o movimento de investidores pessoa física
em busca de ouras opções financeiras disparou por dois motivos:
1) A queda da taxa de juros, como dito
anteriormente, pressionou o investidor conservador acostumado a rentabilidade
de dois dígitos ao ano, a buscar novas alternativas de diversificação.
2) E o segundo ponto foi uma melhora, mesmo que
ainda haja muito a percorrer, na familiarização dos investidores individuais com
a dinâmica da bolsa, impulsionado pela maior popularização das portas de
entrada para o universo dos investimentos.
Números oficiais mostram que o crescimento de
contas ativas de 2018 para 2019 foi superior a 100%. Já de 2019 para o ano
passado teve um aumento de 92%, números muito maiores do que o observado em
anos anteriores. Além disso, há indicativos de que esse total só tende a
crescer nos próximos meses.
Investir não é só para quem tem dinheiro
O acesso ao investimento é algo democrático. É
possível iniciar com R$ 100,00 em fundos de investimentos pós-fixado, ações:
brasileiras, estatais, small caps, americanas, de tecnologia global e chinesas,
entre outras. Além do mercado cambial de dólar e euro, na inflação curta e
geral, empresas com impacto social, ouro, fundo imobiliário, setor da saúde,
lideranças femininas, entre outras opções.
Com a ajuda de um profissional certificado do mercado financeiro, como um
assessor, inicie seus investimentos e conte com a ajuda de um especialista,
tenho certeza de que o seu medo de investir irá se transformar em conhecimento,
facilitando a sua vida financeira.
Daniel Abrahão - assessor de investimentos e sócio da iHUB Investimentos.
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