Dinheiro talvez não compre felicidade. Porém, o modo como lidamos com o dinheiro afeta diretamente nossa qualidade de vida e autoestima. De acordo com uma pesquisa da Bankrate, empresa estadunidense de finanças pessoais, 48% dos adultos do país perdem o sono por problemas financeiros - isso antes dos efeitos colaterais da pandemia na área econômica.
Quando olhamos para
esse cenário fazendo o recorte de gênero, a educação financeira se torna ainda
mais importante para as mulheres. Grande parte da população feminina ainda
depende financeiramente do parceiro ou não é a pessoa responsável por tomar as
decisões de orçamento da casa. Essas condições colocam a mulher num lugar de
vulnerabilidade e pode até ser o motivador para que ela não saia de uma relação
onde não é mais feliz.
A diferença salarial
entre homens e mulheres no Brasil é outro tema que merece destaque quando
pensamos em finanças pessoais. Historicamente, no Brasil, homens ganham mais
que mulheres. Um estudo de 2019 demonstrou que os homens com ensino superior
ganhavam em média 47,24% a mais do que as mulheres, com homens ganhando em
média R$ 3.946 e as mulheres R$ 2.680. Os dados são da Quero Bolsa, plataforma
de bolsas e vagas para o ensino superior, com base nos dados do Cadastro Geral
de Empregados e Desempregados (Caged), feitos para a Agência Brasil.
Conhecimento é poder.
Então, para uma vida com liberdade de escolha, a ferramenta chave é o estudo
sobre finanças pessoais. É preciso enxergar o dinheiro como um aliado para
aprender a utilizá-lo a nosso favor.
Para começar a se
organizar, se você possui dívidas, o recomendado é que planeje-se para pagá-las
o quanto antes. Dentre as principais dicas para realizar isso estão: fazer um
melhor controle financeiro, economizar e claro, renegociar suas dívidas. Quando
falamos de economizar, definir prioridades e um teto de gastos, montar um
planejamento financeiro, fazer um consumo consciente e manter o controle da
entrada e saída de gastos, são meios eficazes para iniciar uma poupança. Mas,
se você já tem uma vida financeira mais equilibrada, definir boas metas
financeiras, montar uma reserva de emergência e começar a investir pensando no
futuro é fundamental.
As dicas básicas para organizar o orçamento são: conhecer sua renda líquida, já descontada de
tributo, impostos e taxas; entender quais são os gastos fixos e variáveis;
estipular uma meta de poupança e um teto de gastos para cada categoria de
despesas (essenciais, desejos e investimentos); acompanhar como está gastando
seu dinheiro, analisar e mudar o que for preciso para mantê-lo equilibrado,
seja reduzindo gastos ou cortando despesas supérfluas.
Apesar das diversas
dificuldades de inclusão e igualdade de gênero, hoje é inegável que as mulheres
vêm aprendendo cada vez mais sobre gestão financeira e que os homens têm muito
o que aprender com elas quando o assunto é investimentos.
Ou seja, além de
estarem conquistando cada vez mais espaço na economia do nosso país,
representando a maioria nas universidades brasileiras, mesmo sendo minoria no
mercado financeiro, as mulheres ainda são as melhores investidoras. Por serem
mais conservadoras que os homens e por estarem menos familiarizadas com o
mercado financeiro, elas buscam mais informações e, com paciência e olhar
crítico, acabam fazendo melhores escolhas. O maior diferencial certamente está
na visão de longo prazo, no senso de oportunidade, estudo e cautela que as
fazem escolher os melhores ativos financeiros, contornando riscos e minimizando
perdas quando necessário.
Larissa Brioso -
Educadora Financeira da Mobills
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