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quarta-feira, 10 de março de 2021

Ibovespa oscila mais de 10 mil pontos em fevereiro

No segundo mês do ano, Ibovespa tem queda de -4,37%

 

No segundo mês do ano, o Ibovespa teve queda de -4,37% e chegou a perder mais de 10 mil pontos, da máxima para o fechamento do mês, segundo avaliação da iHUB Investimentos. Para o sócio fundador do escritório, Paulo Cunha, em fevereiro o mercado externo sofreu uma mudança no perfil das alocações em ações. 

Segundo o especialista, os investidores começaram a apostar nos ativos de commodities, o minério de ferro, papel e celulose e petróleo, por exemplo, de modo a se proteger de uma inflação global maior. Por outro lado, venderam posições que tiveram fortes retornos durante a pandemia, como a  tecnologia.

“Esse cenário impactou diretamente na performance das ações, com o índice S&P 500 na casa dos 2,6%, enquanto o NASDAQ 100, que tem uma maior representatividade no setor da tecnologia, caiu 0,12%”, nos conta Paulo Cunha. 


Como ficaram as ações

Os fundos de renda variável locais, em sua grande maioria, tiveram o segundo mês de queda no ano, no qual acompanham a forte realização observada no índice Ibovespa. “Chegamos a ultrapassar os 120 mil pontos em meados de fevereiro, mas as tensões locais somadas às internacionais levaram o índice a oscilar 10 mil pontos, na segunda quinzena”, explica o executivo da iHUB. 

No entanto, mesmo com a queda expressiva do Ibovespa, as categorias dos fundos de estratégia como, Long Biased e Long Only, performaram acima do índice. 

Abaixo, confira como foi o desempenho dos principais indicadores em fevereiro: 

  • CDI: +0,13%
  • Dólar: +2,49%
  • S&P: +2,61%
  • IBOVESPA: -4,37%


Ambiente doméstico

O ambiente de alta volatilidade, que também marcou o segundo mês do ano, refletiu nos retornos dos multimercados. No mercado local, houve um agravamento da situação sanitária em meio a pandemia, além dos desenvolvimentos negativos no âmbito político. 

Segundo Cunha, as medidas intervencionistas do governo na Petrobras contribuíram, em geral, para o recuo dos multimercados na segunda quinzena do mês, ainda que boa parte dos gestores carregam posições que se beneficiam de um cenário mais otimista. 

O índice de multimercados da Anbima, o IHFA, subiu 2,57 até o dia 17/02, e fechou o mês com retorno de 0,50%, devolvendo assim boa parte da alta inicial. Nos últimos 12 meses, o IHFA subiu 3,91%, contra 2,41 do CDI, conhecido como Certificado de Depósito Interbancário. 

 

Expectativas para março

Apesar das quedas e incertezas que minaram o cenário financeiro, os gestores continuam otimistas com a recuperação da bolsa, tanto no Brasil como no exterior, que existe uma combinação de um ambiente de juros muito baixos. Além disso, há perspectivas de retomada das economias, à medida que as campanhas de vacinação contra o covid-19 continuem avançando. 

“É importante que o mercado continue sensível com as notícias políticas locais e ao fluxo externo. Em 8 de março, as notícias de que os processos do ex-presidente da república, o Lula, foram anulados em Curitiba, fizeram com que a bolsa mergulhasse mais de 3% em um terreno negativo. Além do mais, o dólar disparou acima de R$ 5,80 e os juros futuros retomaram fortes altas, sinalizando o aumento de risco no país”, explica Cunha. 

 



Paulo Cunha - sócio fundador da iHUB Investimentos, empresa especializada em assessoria de investimentos, com mesa de operação atuante em ações, derivativos e câmbio em tempo real. Possui mais de 1,5 mil clientes no Brasil e em 2014, firmou parceria com a maior plataforma de investimentos da América Latina, fundando a iHUB e sendo um escritório credenciado a XP Investimentos. Desde então, é diretor executivo da empresa, que possui matriz na Vila Olímpia e Alphaville, em São Paulo e Barueri. Também é palestrante e professor sobre investimentos de cursos em plataformas EAD.

 

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