Mais seguras,
tomam decisões menos arriscadas, olham para o investimento a longo prazo.
Conheça as principais características das mulheres na bolsa de valores
Não é de hoje que as mulheres investem na bolsa de
valores. Ainda no século XIX, Victoria Woodfhull foi a primeira investidora
ativa de ações de Wall Street, enquanto no Brasil, Eufrásia Teixeira Leite foi
a primeira brasileira a investir na bolsa na década de 1870. Passados 150 anos,
qual a realidade das mulheres no mundo dos investimentos?
Para Denise Abramovici, Head de Marketing Latam da Stake, plataforma
que dá acesso ao mercado de ações norte-americano para pessoas de fora dos
Estados Unidos, é necessário se atentar aos fatos: no Brasil, o número de
mulheres investindo na bolsa de valores bateu um recorde histórico no final de
2020, chegando a 26% do total de CPFs cadastrados. Este número corresponde a
825 mil investidoras. Em 2019, apenas 388 mil mulheres negociavam ações na B3,
ou seja, a presença feminina mais do que dobrou em apenas um ano.
“De modo geral, 26% de mulheres comprando e
vendendo ações ainda é pouco e é reflexo de um distanciamento histórico do
mercado financeiro diante de um papel que por muito tempo foi restrito ao de
esposa e mãe. Além disso, há uma enorme carga imposta às mulheres, tais como
desigualdade salarial, jornada dupla, maternidade, dentre outras”,
contextualiza Abramovici.
Ainda segundo a especialista, os mesmos desafios
também as tornam mais resilientes e capazes de obterem maiores lucros do que os
homens ao investir. Segundo estudos, mulheres podem superar os homens em até
1,8% em retornos em seus investimentos.
Um estudo realizado pela Stake levantou os 5
motivos que provam que mulheres são boas investidoras, confira
abaixo:
1) Mais prazo, menos riscos
Mulheres tendem a tomar decisões menos arriscadas
do que os homens. No curto prazo, elas não estão dispostas a assumir riscos
muito grandes e a longo prazo, apostam em aplicações de risco mais ponderado.
Ou seja, elas se asseguram de informações visando minimizar as perdas com a
volatilidade no longo prazo.
2) Conservadoras e seguras
Mulheres são mais assertivas e decisivas em suas
negociações. Normalmente tomam decisões seguras, baseadas em fundamentos, por
isso são mais conservadoras, até obterem todo o conhecimento que precisam.
Quando munidas de todas as informações, aceitam mais riscos. Mas no geral, são
menos indecisas, compram e mantêm os ativos em carteira por mais tempo, visando
o retorno a longo prazo.
3) Preferem estabilidade à inconstância
Para as mulheres, o dinheiro é entendido como
segurança e garantia de futuro. Por isso, os investimentos tendem a ser mais
certeiros e previsíveis. A estabilidade e consistência de uma estratégia bem
definida, minimiza perdas em “apostas” da moda, evitam que sigam o efeito
manada em momentos de dificuldade, pois enxergam retornos futuros e não
momentâneos.
4) Aprofundamento vem antes do investimento
Segundo o relatório Education at Glance 2019, 25%
das mulheres entre 25 a 34 anos têm ensino superior, dentre os homens esse
número é de 18%. Por isso, até mesmo em virtude da desigualdade salarial,
costumam pesquisar, estudar e consultar especialistas antes de tomar qualquer
decisão de investimento. Enquanto os homens, normalmente pautam suas decisões
de investimento bastante pelo feeling pessoal, individualismo, auto
aprendizagem.
5) Empoderadas!
O ambiente de investimento não é tipicamente
feminino. E nesse ambiente, é o conhecimento e a informação que contribuem para
o seu empoderamento. Levantamento realizado pelo Goldman Sachs, entre os cerca
de 500 fundos de investimento monitorados pelo banco nos Estados Unidos, mostra
que fundos geridos por mulheres são mais rentáveis. Segundo o estudo, em 2020,
os retornos dos fundos com pelo menos um terço dos cargos de gestão ocupados
por mulheres superaram os dos fundos sem presença feminina em 1 ponto
percentual. Por isso, cada vez mais conselhos de administração estão buscando
mulheres para sua composição, cientes de como elas conseguem fazer um
contraponto, em busca de um crescimento econômico sustentável da empresa.
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