Especialista
da Criogênesis esclarece 7 dúvidas sobre o armazenamento do material biológico
e suas aplicações
Dados do INCA
(Instituto Nacional do Câncer) apontam: mais de 12 milhões de pessoas são
diagnosticadas com câncer anualmente no mundo. No Brasil, a doença é a segunda
mais incidente, só sendo superada pelos males relacionados ao coração. Os
números assustam, mas a boa notícia é que a sobrevida desses pacientes é cada
vez maior devido à evolução dos tratamentos. Um dos métodos mais estudados no
momento é a terapia que utiliza células-tronco.
Segundo Dr. Nelson Tatsui,
Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, as
células-tronco do sangue do cordão umbilical são utilizadas para substituir o
transplante de medula óssea no tratamento da leucemia, linfoma e algumas
enfermidades imunológicas. "Elas também são usadas para recuperar o
sistema hematopoiético (responsável pela fabricação das células sanguíneas) de
pacientes submetidos à quimioterapia e/ou à radioterapia. Nessas situações, a
infusão é vital, uma vez que esses tratamentos também destroem o tecido que
produz o sangue do paciente", pontua.
Por se tratar de um
tema complexo, é comum surgirem diversas dúvidas sobre o assunto. Abaixo, o
especialista desvenda as principais questões que permeiam o assunto. Confira:
• QUAIS AS FORMAS DE
APLICAÇÃO DE CÉLULAS-TRONCO?
A terapia celular
possibilita duas formas de aplicação. Uma delas é o transplante autólogo no
qual as células (do próprio paciente), previamente armazenadas, são utilizadas.
Já no transplante alogênico, as células são provenientes de outro indivíduo.
• O PROCEDIMENTO É
SEGURO?
O procedimento de coleta é totalmente seguro, pois o sangue só é retirado da placenta e do cordão umbilical, após a separação do bebê da mãe. A coleta é indolor e ocorre de forma rápida, dura poucos minutos. A drenagem do sangue é feita por meio de uma punção na veia umbilical do cordão e seu acondicionamento é realizado em bolsa contendo anticoagulante.
• A TERAPIA CELULAR
COM CÉLULAS-TRONCO PRESENTES NO SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL APRESENTA
METODOLOGIA E RESULTADOS SEMELHANTES AOS DO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA?
Apesar dos resultados
serem equivalentes, o processo para obter, armazenar e disponibilizar as
células-tronco do sangue do cordão umbilical é mais simplificado do que o
processo a partir da doação de medula. Ao coletar a medula óssea de um doador,
realizam-se várias punções em um osso chamado esterno e/ou do osso ilíaco. Este
procedimento é realizado no centro cirúrgico e com o paciente anestesiado. O
processo é mais complexo do que para a obtenção do sangue do cordão, pois o
mesmo, é mais simples. Uma vez realizado o transplante, as células se
multiplicam no organismo e substituem as doentes em poucas semanas.
• NOS CASOS DE FAMÍLIA
COM HISTÓRICO DE CÂNCER, É RECOMENDÁVEL O CONGELAMENTO?
Sem dúvida. É
importante destacar que as células-tronco, além de serem compatíveis com o
próprio bebê, possuem uma chance elevada de compatibilidade entre irmãos. Com
as células criopreservadas, há maior rapidez no tratamento e, após o
transplante, há a diminuição dos riscos de rejeição e efeitos colaterais.
• É POSSÍVEL COLETAR
CÉLULAS-TRONCO DE PREMATUROS OU EM PARTOS DE EMERGÊNCIA?
Sim. O procedimento poderá
ser realizado a partir de 32 semanas de gestação, conforme descrito na
legislação que rege o funcionamento dos bancos de cordão umbilical e
placentário. A Criogênesis segue a legislação brasileira e a AABB (Associação
Americana de Banco de Sangue), que é uma entidade americana responsável pela
auditoria da qualidade dos bancos de cordão umbilical, a qual exige que a
coleta seja realizada por um profissional da área da saúde previamente
treinado. De forma geral, a coleta é sempre realizada com autorização da mãe ou
dos pais.
• UMA VEZ DOADO, O
SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL PODERÁ SER UTILIZADO PELA FAMÍLIA A QUALQUER TEMPO?
No caso de doação, o
sangue ficará armazenado numa unidade do banco público da rede BrasilCord, à
espera de um paciente compatível com uma doença hematológica. Neste caso, a
família não poderá reivindicar o sangue de cordão, uma vez que foi doado. No
sistema privado, a família dispõe do serviço de coleta e armazenamento, ficando
assim, disponível para o próprio bebê e para potencial uso da própria família.
• QUANTO TEMPO ELAS
PODEM FICAR ARMAZENADAS?
Não há tempo máximo
definido pela literatura. Há relatos que indicam unidades congeladas há mais de
25 anos e que ainda demonstram viabilidade celular adequada. Se o processamento
e a estocagem forem realizados adequadamente (mantidos em temperatura inferior
a -150 C), a expectativa é que as células-tronco continuem boas e viáveis por
décadas.
Criogênesis
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