O período de entrega da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física teve início no último dia 01º de março e já aparecem as primeiras ofertas de antecipação desses valores pelas instituições financeiras, para muitos contribuintes brasileiros essa ação parece ser muito interessante. Mas, diante a uma necessidade financeira, será que realmente é correto e vale a pena antecipar?
"A realidade
está muito diferente nestes últimos anos, sempre preguei que utilizar essa
linha de crédito demonstrava falta de educação financeira, mas vivemos tempos
de guerra contra o Covid-19 e seus impactos financeiros, assim, esse dinheiro
se mostra uma ótima alternativa para quem está com redução ou sem renda. Mas,
lembrando que a situação não está fácil, sendo necessário pensar nos hábitos
financeiros e buscar economia imediatamente", alerta o presidente da
Associação Brasileira de Educadores Financeiros (ABEFIN), Reinaldo Domingos.
Lembrando que a
antecipação é um serviço que faz com que o contribuinte não necessite esperar
pelos lotes para receberem os valores devidos da restituição. "Esse é um empréstimo
que tem como garantia o valor devido pela Receita Federal de restituição. Outro
ponto importante é que o contribuinte tem que estar atendo ao calendário de
restituição", explica Reinaldo Domingos.
Importante lembrar
que, para pedir a antecipação aos bancos, os contribuintes devem ter a certeza
de que tudo está correto na declaração entregue ao governo. Caso apresente
problemas, ela pode cair na malha fina da Receita Federal e o contribuinte terá
que arcar com o empréstimo do próprio bolso. Por isso, é sempre recomendável
muito cuidado ou mesmo o apoio de especialistas contabilistas.
"Cair na malha
fina é mais fácil do que parece, principalmente com a ampliação de cruzamentos
de informações feita pela Receita Federal. Às vezes, a pessoa faz tudo corretamente,
como manda o manual, e, assim mesmo, vai parar na malha fina. Isso acontece,
por exemplo, quando a fonte pagadora fornece à Receita uma informação diferente
da qual liberou para o colaborador", explica o presidente da Abefin.
Reinaldo Domingos
explica que para que possa ter segurança ao fazer essa antecipação, o
recomendado é que o contribuinte prepare e entregue a restituição o quanto
antes. "O próprio sistema de entrega do Imposto de Renda demonstra ao
contribuinte inconformidades, assim, o quanto antes reparar, maior a chance de
ajustar inconsistências".
Também é importante
ter o valor exato que terá de restituição para realizar a antecipação de forma
segura. Mas mesmo já tendo entregado e sabendo que não terá problema com a
malha fina o contribuinte tem que tomar alguns cuidados antes de antecipar
esses valores.
"Aconselho que
o contribuinte faça uma pesquisa nos bancos. A disputa pelos clientes é tão
grande que as taxas de juros cobradas nesses empréstimos flutuam muito entre as
instituições financeiras. A primeira pesquisa pode ser pela Internet, para,
depois, sentar com o gerente do banco e negociar melhorias na proposta que eles
oferecem", explica Reinaldo Domingos.
O presidente da
ABEFIN explica que é interessante que essa renda extra seja utilizada de forma
inteligente. "O momento é de extrema dificuldade e todo dinheiro extra
recebido deve ser tratado com muito respeito, criando uma reserva estratégica
pois o período de dificuldade será muito grande para a população",
finaliza Domingos.
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