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quinta-feira, 7 de maio de 2020

8 de maio: Dia Mundial do Câncer de Ovário


De difícil diagnóstico, câncer de ovário ainda desafia a Medicina, sendo o mais letal entre as mulheres

Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, alerta para a necessidade de se manter os exames ginecológicos em dia e tranquiliza: cistos nos ovários não têm relação com câncer


Ovários são duas glândulas do sistema reprodutor feminino ligadas ao útero, responsáveis pela síntese de hormônios sexuais, produção e armazenamento dos óvulos, as células reprodutivas. Esses órgãos podem apresentar disfunções, como a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), e até doenças graves, como o câncer. No dia 8 de maio, o mundo todo é convidado a atentar-se para o fato de que o câncer de ovário é um problema de difícil diagnóstico e, por isso mesmo, pode levar à morte. “O Dia Mundial do Câncer de Ovário foi criado para conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce. Esse tipo de câncer não é o mais comum, mas é o mais letal entre as mulheres”, alerta a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein e pesquisadora da Faculdade de Medicina do ABC.

Ela explica que o câncer de ovário é silencioso e demora a apresentar sintomas. “Por isso, ele cresce bastante antes de ser detectado e o diagnóstico só é feito quando a doença já está avançada. Alguns casos podem ter componente genético e estar relacionados com o câncer de mama”, comenta. Segundo o Instituto Nacional do Câncer – INCA, são estimados 6.650 novos casos no Brasil em 2020. Em 2017, 3.879 mulheres morreram em decorrência da doença.

Em termos mais específicos, conforme o Instituto Nacional do Câncer – INCA algumas mulheres são portadoras da chamada síndrome familial de mama e ovário, de câncer colorretal hereditário não poliposo (HNPCC), de mutações nos genes BRCA1 e BRCA 2, principalmente, e em alguns outros genes, e têm alto risco de desenvolver câncer de ovário. “Essas pacientes precisam ser constantemente acompanhadas, de maneira a verificar se desenvolvem câncer de ovário, para tratá-lo precocemente. Não existe um tratamento prévio, que impeça o desenvolvimento da doença, mas ela pode ser tratada com eficácia no começo”.

Além dessas alterações genéticas, existem outros fatores de risco para o desenvolvimento da doença, como a idade avançada – metade das pacientes tem mais de 60 anos – , não ter tido filhos e ter casos da mesma doença na família.

O diagnóstico do câncer de ovário é difícil porque seus sintomas podem ser confundidos com os de diversas outras doenças: desconforto abdominal, sangramento entre as menstruações, sensação de má-digestão e estufamento, gases, cólicas, perda ou ganho de peso, perda de apetite. Por isso, é imprescindível que a mulher tenha sempre seus exames ginecológicos em dia. “O exame de Papanicolau não detecta o câncer de ovário, ele é indicado para o câncer de colo de útero. Por isso, é preciso fazer o rol de exames completo, porque, muitas vezes, um ultrassom pélvico pode indicar ao médico alguma anormalidade e ele logo pode solicitar o exame que mede, no sangue, o marcador tumoral CA-125, que é o indicador do tumor de ovário. É a forma mais rápida de diagnosticá-lo”, explica a médica. Tomografia e biópsia, por laparoscopia, também são solicitadas, como exames complementares, nos casos suspeitos. O tratamento dependerá do estágio da doença e pode incluir cirurgias para retirada de tumores e quimioterapia.


Cistos de ovário: sem relação com o câncer

Dra. Mariana Rosario acalma quem tem medo que a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) se transforme em câncer de ovário. “Isso não acontece, são patologias distintas. A SOP é uma doença multifatorial, desencadeada pela síndrome metabólica (conjunto de fatores de risco, como obesidade, hipercolesterolemia e resistência à insulina), que precisa ser tratada com mudança de estilo de vida. Interfere na produção de hormônios e na chance da mulher engravidar. Já o câncer de ovário tem outras causas e consequências bem graves”, ressalta.










Dra.  Mariana Rosário - Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979

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