Enquanto
uns aceitam suas características de nascença, outros optam por aprimorá-las.
Seja um nariz avantajado, seios pequenos ou uma barriga saliente, são muitas as
queixas de quem procura um profissional para realizar uma transformação
corporal. Mas será que essa necessidade de mudança implica a ausência de amor
próprio?
A
relação com o outro, a sociedade, a mídia e ideais externos são alguns dos
fatores que podem levar uma pessoa a querer mudar algo em seu corpo. Nas redes
sociais, diversas youtubers e influencers promovem a autoaceitação e
compartilham dicas para que os internautas não se tornem reféns de padrões de
beleza estabelecidos pela mídia. Apesar disso, a procura por cirurgias e
procedimentos estéticos tem crescido cada vez mais nos últimos
anos.
De
acordo com a psicóloga da Clínica Penchel, Marena Petra, é possível se amar e,
ainda assim, querer mudar algo em si. "Uma pessoa pode fazer alguma
intervenção estética no corpo sem que isso signifique que ela não tenha amor
próprio. Muitos realizam esses tratamentos justamente porque se amam e estão em
busca da sua melhor versão", aponta.
No
entanto, a profissional lembra que é um erro procurar na cirurgia plástica a
solução para os problemas. "A busca pela perfeição pode gerar muito
sofrimento, pois se trata de uma ilusão. A pessoa que não gosta de nada em si
mesma deve procurar atendimento psicológico para compreender melhor o que está
acontecendo, não só fisicamente, mas internamente", explica.
Segundo
Marena, uma intervenção na aparência pode tanto aumentar a autoestima de quem
está insatisfeito com algo no corpo, como também prejudicá-la, caso o resultado
esperado não seja alcançado. "Os procedimentos estéticos são capazes de melhorar
a imagem que uma pessoa tem de si mesma. Medidas simples, como um corte de
cabelo, uma limpeza de pele ou uma micropigmentação nas sobrancelhas, já são
suficientes para devolver a autoestima daquela mulher que trabalha o dia todo e
não sobra tempo para se cuidar", comenta a profissional.
O
acompanhamento psicológico é fundamental para o autoconhecimento de cada um.
"O amor próprio não tem a ver apenas com a imagem, mas com a relação com o
outro, ou seja, com o mundo externo. Fazer uma cirurgia plástica é apenas um
detalhe, não se amar envolve muito mais o emocional e a forma da pessoa se ver
e se colocar no mundo", conclui Marena.
Nenhum comentário:
Postar um comentário