Cirurgiã plástica da Cia. da Consulta esclarece as principais
dúvidas sobre próteses de silicone nos seios
Recentemente, a
primeira-dama Michele Bolsonaro passou por uma cirurgia de reposição de
próteses de silicone nos seios. O fato trouxe à tona uma série de questões a
respeito da cirurgia plástica mais realizada no país. Segundo dados da
Sociedade Brasileira de Cirurgias Plásticas (SBCP), só em 2016 (ano do último
censo realizado pela SBCP) foram realizadas 220 mil mamoplastias de aumento. O
número representa 18,8% de todas as cirurgias plásticas realizadas naquele ano.
Afinal, o implante de
silicone levanta a mama? Atrapalha o aleitamento materno? Existe somente um
formato de prótese? Cirurgiã plástica da Cia. da Consulta, Érika Lopes
Fernandes Nunes, esclarece essas e outras dúvidas. Confira:
- O implante de silicone levanta a mama. Mito. A prótese não melhora a questão da ptose (queda da mama) e do excesso de pele. Pacientes que possuem flacidez na mama devem ser submetidas a mastopexia (retirada do excesso de pele). O implante da prótese e a mastopexia podem ser realizadas na mesma cirurgia.
- A prótese não atrapalha o aleitamento materno. Verdade. As próteses são implantadas abaixo do músculo ou das glândulas mamárias, portanto não atrapalham a amamentação. No entanto, há exceções. Quando a paciente realiza o implante por uma incisão ao redor da aréola (periareolar), pode haver lesão dos ductos lactíferos e interferência na amamentação.
- Existe somente um formato de prótese. Mito. Os implantes podem ser redondos ou anatômicos, cujo formato é parecido com uma gota. Também existem diferentes formas de projeção, podendo deixar o colo mais marcado ou mais natural.
- Hoje em dia, uma vez implantada a prótese, não é preciso repô-la nunca mais. Mito. Devido aos avanços tecnológicos, as próteses de fato se tornaram mais duráveis. No entanto, é incorreto afirmar que existem próteses definitivas. Além disso, de modo geral, todas as pacientes acabam desenvolvendo algum grau de contratura, processo decorrente, entre outros motivos, de próteses muito antigas que perderam suas propriedades. Estudos sugerem que 95% das pacientes vão desenvolver contratura até 20 anos após a cirurgia. Quando há contratura nos estágios 3 ou 4, é preciso repor a prótese.
- A contratura capsular é o efeito colateral mais comum dos implantes de mama. Verdade. Com o passar dos anos, forma-se uma cápsula ao redor da prótese. Este processo recebe o nome de encapsulação e é a evolução natural da prótese no organismo a longo prazo. Essa cápsula, por sua vez, pode enrijecer e evoluir para uma contratura capsular. Nos casos mais graves (estágios 3 e 4), pode ocorrer dor e deformidade nos seios.
- É impossível ocorrer contratura capsular no pós-operatório imediato. Mito. É raro, mas não é impossível – e quando acontece, pode ser decorrente de alguma complicação no pós-operatório. A maioria das pacientes, no entanto, desenvolve contratura pelo menos 10 anos após a cirurgia.
- É possível ocorrer ruptura da prótese. Verdade. É muito raro – acontece com menos de 1% das próteses –, mas pode acontecer.
- Os riscos de ruptura da prótese são mais altos nos primeiros meses após a cirurgia. Mito. Na realidade, os ricos de ruptura da prótese são mais altos depois de um longo período – pelo menos 10 anos – após a cirurgia, quando o material começa a se desgastar.
- O risco de uma prótese se romper durante um exame de mamografia é alto. Mito. Até pode acontecer, mas é muito raro. Isso porque as próteses são implantadas abaixo do músculo ou das glândulas, logo, não são comprimidas durante o exame.
- Certos episódios, como acidentes de carro e quedas, podem ocasionar a ruptura da prótese. Verdade. Especialmente se a prótese estiver velha e desgastada.
Cia. da Consulta
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