Medicina
Personalizada têm sido fundamental para garantir maior sobrevida aos paciente,
minimizar efeitos colaterais do tratamento e aumentar as chances de cura
Agosto
é o mês de conscientização sobre o câncer de pulmão, que é o segundo tipo de
neoplasia mais comum no Brasil entre os homens e o quarto entre as mulheres. Em
2015, 16.930 pessoas do sexo masculino e 13.680 do sexo feminino morreram no
país em decorrência da doença, segundo o SIM (Sistema de Informação sobre
Mortalidade).
Segundo
a Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (Iarc), vinculada à
Organização Mundial de Saúde (OMS), nos Estados Unidos, cerca de 5% a 8% dos
casos de câncer de pulmão ocorriam em não tabagistas; dados atuais mostram que
hoje essa taxa chega a 20%. “A poluição ambiental, em especial nas grandes
cidades como São Paulo, a quarta mais motorizada do país, já foi incluída entre
as principais causas do câncer de pulmão”, afirma Dr. Marcelo Cruz, oncologista
e membro do comitê científico do Instituto Lado a Lado pela Vida.
A
incidência global pode chegar a 1.8 milhão de novos casos por ano, sendo o
tumor que mais mata no mundo, com 1.6 milhão de mortes (de acordo com a
Organização Mundial de Saúde – OMS¹). Assintomática em fases iniciais, a doença
pode ser diagnosticada em qualquer pessoa e em qualquer idade. A prevenção é
fundamental para a redução da incidência da doença que, no Brasil, pode checar
a mais de 31 mil novos casos no biênio 2018/2019², sendo 18.740 homens e 12.530
mulheres, de acordo com o INCA.
As
causas da doença variam entre as pessoas e podem incluir histórico familiar,
hábitos como tabagismo e estilo de vida. O excesso de exposição à poluição do
ar e fatores genéticos, por exemplo, também são fatores de risco³.
A
importância do diagnóstico precoce
O
diagnóstico precoce é o principal indicador para a escolha do tratamento e para
o sucesso da terapêutica empregada, como explica Dr. Cruz. “O processo
para o diagnóstico da doença é o primeiro passo para o controle do câncer.
Hoje, o paciente pode ser submetido à análise do genoma do tumor, que
identificará o tipo e as terapias que se adequam ao caso. Os estágios iniciais
apresentarão mais resultados positivos no combate ao tumor”, explica o
especialista.
Por
meio da análise do genoma é possível identificar biomarcadores que podem ser
utilizados como parâmetros biológicos e que determinam, por exemplo, o tipo da
doença e quais as opções terapêuticas mais eficazes para um determinado
indivíduo. O médico ainda explica que a indicação correta do tratamento amplia
as chances de resultados efetivos. “O câncer de pulmão tem variações e cada
caso deve ser tratado com unicidade, o que nos exige tratamentos
personalizados. A medicina de precisão eleva as chances de controle da doença
para 70%, isso aliado à qualidade de vida para o paciente, com menos efeitos
colaterais e resultados em taxas de sobrevida”.
Para
tratar a doença, estão disponíveis no país terapias como: quimioterapia,
radioterapia, cirurgia, remoção por radiofrequência, terapia-alvo e a
imunoterapia.
“A
medicina de precisão avaliará qual é o tratamento certo para o paciente, de
acordo com o estadiamento do câncer de pulmão, no momento em que poderá
apresentar resultados mais satisfatórios”, conclui o oncologista.
A
campanha reforça a relevância do diagnóstico rápido e alerta a população de que
o câncer de pulmão cresce anualmente entre indivíduos não fumantes.
“Atualmente,
20% dos casos registrados são diagnosticados em indivíduos que nunca fumaram,
sendo que, na década de 1990, esse índice variava entre 5% e 8%”, ressalta
Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida.
Fique
atento aos sintomas
O
câncer de pulmão pode ter origens e evoluções diferentes, porém os sinais são
os mesmos. O paciente que apresenta sintomas constantes, como tosse, falta de
ar, dor no peito, cansaço e rouquidão, ou que tenha histórico familiar deve
procurar um médico e solicitar o diagnóstico4.
Radiografia
do câncer de pulmão no Brasil
Pesquisa
realizada pelo Instituto Datafolha em 20165 avaliou a percepção da
população brasileira a respeito do câncer de pulmão e revelou que 76% dos
entrevistados nunca conversaram com um médico sobre a doença. Entre as 2.044
pessoas ouvidas, em cerca de 130 municípios do país, houve a confirmação de que
17% não sabiam o que fazer para reduzir riscos e não desenvolver a enfermidade,
demonstrando o quanto o câncer de pulmão é pouco compreendido pela população.
Desse universo, 39% não se preocupavam com a doença, pois não eram fumantes.
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