No
Brasil, as Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) atingem 13,25 em cada 100
mil habitantes, sendo 53,83% de doença de Crohn e 46,16% de retocolite
ulcerativa, segundo dados apresentados no “I Congresso Brasileiro de Doenças
Inflamatórias no Brasil (GEDIIB)”, realizado em abril, na cidade de Campinas
(SP). No mundo, essa condição atinge mais de 5 milhões de pessoas, segundo dados
divulgados pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP).
As DII
podem ser definidas como um grupo de doenças crônicas, que causam um processo
inflamatório no trato gastrointestinal. Representadas pela doença de Crohn e a
retocolite ulcerativa, as DII podem
ocorrer em qualquer idade, mas são mais comuns em adolescentes e adultos
jovens, entre 15 e 40 anos, tendo um segundo pico de incidência por volta dos
55 e 60 anos.
A doença
de Crohn é mais comum em mulheres e tem caráter transmural, podendo ocorrer em
qualquer parte do trato digestivo, da boca ao ânus. Já a retocolite
ulcerativa, parece acometer igualmente homens e mulheres e ocorre apenas no
reto e cólon (intestino grosso), com um processo inflamatório restrito a mucosa
e de ocorrência contínua.
De um
modo geral, as doenças inflamatórias intestinais têm maior incidência em países
desenvolvidos, como os do norte da Europa, os Estados Unidos e o Canadá. Nos
últimos anos houve um aumento do número de casos em outras regiões europeias,
no Japão e em algumas regiões da América do Sul, como a Argentina, Chile,
Uruguai e nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.
Existe
uma teoria de que a maior incidência da doença em países desenvolvidos esteja
relacionada ao elevado padrão de higiene. Acredita-se que a falta de contato
com agentes infecciosos e parasitários na infância, faria com que o sistema
imunológico dessas pessoas se tornem incapazes de produzir respostas
imunológicas adequadas, o que contribuiria para o desenvolvimento da doença.
Os
fatores ocasionadores das DII e a maneira que os mesmos se manifestam, ainda
são pouco compreendidos. Alguns autores defendem que a flora intestinal pode
estar envolvida no processo de desenvolvimento da doença. Outras causas
observadas, é que pacientes com este tipo de enfermidade, geralmente, têm um
sistema imunológico alterado e um intestino mais permeável à entrada de
diversos microrganismos. Fatores ambientais parecem estar envolvidos e vários
já foram implicados, como a dieta, o uso de contraceptivos orais, vacinas e
infecções, mas o único que tem o seu envolvimento comprovado é o tabagismo.
As
doenças inflamatórias intestinais se caracterizam por períodos sintomáticos e
assintomáticos. Dentre seus principais sintomas estão a dor abdominal, diarreia,
emagrecimento, palidez, febre, perda de apetite e fraqueza. Os pacientes também podem apresentar inflamação das
articulações (artrite e artralgia), aftas na boca, lesões de pele, alterações
oculares e colangite esclerosante primária.
Por não
apresentar sintomas específicos e não dispor de exames direcionados para o
reconhecimento da doença, o diagnóstico das DII é um grande desafio. Até o
momento, as DII não têm cura, mas dispõem de tratamentos que promovem uma
melhor qualidade de vida aos pacientes.
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