Desordens civis e tumultos não são
considerados riscos novos. Porém, representam uma ampla ameaça que deve ser
avaliada detalhadamente pelas empresas com bases nas operações e
vulnerabilidades do negócio.
Protestos como os que vivemos recentemente,
com a greve dos caminhoneiros e o consequente desabastecimento de bens de
consumo básicos, impactam fortemente o dia a dia da sociedade. A escalada desta
situação pode resultar em agitação, incêndio, vandalismo, motins ou distúrbios
civis. Estes eventos e suas consequências podem durar um curto período ou
vários dias, elevando o potencial de risco para as empresas.
Importante também ressaltar que o atual
ambiente econômico e político, bem como a capacidade oferecida pelas mídias
sociais de se comunicar de forma rápida e mobilizar grandes multidões, acabam
impactando ainda mais negativamente este risco.
Uma boa abordagem para mitigar esta ameaça é
realizar uma avaliação de risco detalhada e executar as mudanças necessárias no
programa de gerenciamento de riscos. O ideal é uma avaliação para cada local
que possa estar exposto à desordem civil. Recomendamos avaliações separadas
para cada local, já que as ameaças e vulnerabilidades podem variar de local
para local.
Mas quais condições podem apresentar um maior
nível de exposição à perturbação da ordem pública? Algumas delas que podemos
destacar: localidades urbanas com problemas de segurança; proximidade de locais
como estradas com presença de grevistas, complexos esportivos, rotas de desfile
ou paradas que possam desencadear um protesto, empresas que podem ser alvo de
protesto; bem como edifícios governamentais, embaixadas e consulados
estrangeiros.
Outro aspecto importante também a ser levado
em consideração é a conscientização antecipada de um evento, que poderia levar
a desordens civis. Isso propicia tempo para que locais potencialmente afetados
tomem medidas razoáveis para se preparar. Desenvolva um plano de ação para
preparar antecipadamente a instalação para a desordem civil, considerando a
possibilidade de restringir as operações, se necessário.
Uma avaliação de riscos ajudará a preparar
uma lista concisa de ações para complementar e melhorar a comunicação,
proteção, mitigação e os planos de resposta de emergência da empresa. A
estratégia deve ser focada na abordagem
"Preparação-Resposta-Recuperação" para ajudar a reduzir o impacto
negativo na empresa e assegurar a resiliência e a continuidade dos negócios.
Reveja as apólices de seguro e cobertura com o corretor ou agente de seguros.
Carlos Cortés - Head of Risk Engineering da
Zurich no Brasil
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