Mulheres que já sofrem com a doença devem redobrar
os cuidados com a saúde nesse período, informando ao médico a sua condição para
que ele recomende um tratamento adequado. Já aquelas que nunca tiveram o
problema, podem desenvolver hipertensão arterial durante a gravidez.
O aumento da pressão compromete a saúde tanto da
mãe quanto do feto e exige cuidados. “A hipertensão pode causar quadros de
pré-eclâmpsia e eclampsia, que são próprias da gravidez, e aparecem após o
quinto mês de gestação. Na pré-eclâmpsia, a pressão arterial materna aumenta e
a mulher elimina proteínas pela urina ou apresenta lesão no rim, fígado,
sistema de coagulação, pulmão ou cérebro”, explica Ricardo Cavalli, presidente
da Comissão Nacional Especializada em Hipertensão na Gestação da Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
A doença pode evoluir para eclampsia e comprometer
a vida da mãe e do bebê, pois ocasiona lesões em órgãos como rins, fígado e até
no sistema nervoso central. Ela pode, ainda, causar convulsões e inchaços, além
de antecipar o parto, fazendo com o bebê nascer prematuro.
As causas da hipertensão na gravidez são várias,
entre elas estão problemas nos vasos sanguíneos, obesidade, alteração do
colesterol ou das triglicérides e doença renal.
Os sintomas da hipertensão gestacional são dores de
cabeça, inchaços, dificuldade para respirar, visão embaçada ou sensação de
luzes piscando.
O tratamento é feito com medicamentos, mas é
necessário que a gestante faça o controle da pressão arterial e se alimente de
forma correta.
“As mulheres obesas, diabéticas, com doenças
renais, hipertensas antes da gravidez, grávidas de gêmeos e as que já tiveram
eclampsia na gravidez anterior possuem um risco maior de desenvolver a doença.
Por esse motivo, elas devem prestar mais atenção na saúde”, alerta o médico.
As mães que desenvolveram hipertensão gestacional
podem deixar de ser hipertensas após o parto, pois a pressão arterial diminui
com a eliminação da placenta. “É importante lembrar que a mulher deve ser
avaliada por um médico porque do mesmo modo que a pressão pode voltar aos
níveis normais, a hipertensão pode se tornar crônica. Além disso, elas correm o
risco de apresentar mais problemas cardiovasculares e renais no futuro, então
devem fazer exercícios físicos e manter uma dieta balanceada pelo resto da
vida”, alerta Cavalli.
As mulheres que já sofreram com pré-eclâmpsia na
gravidez têm risco maior de ter pressão alta na próxima gestação. “O que
recomendamos é que ela use medicamentos preventivos (AAS e Cálcio) que irão
diminuir as chances da doença acontecer novamente. Não elimina as chances, mas
diminui”, lembra o médico.
“Para diminuir os óbitos devido à doença, é
importante que as mães saibam o que é a hipertensão gestacional, como evitar e
o que ela pode causar. Depois, é preciso orientar os médicos para tratar
adequadamente a paciente e necessário ter um bom atendimento tanto no posto de
saúde quanto no sistema hospitalar”, finaliza Cavalli.
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