Tratamento dentário deve ser mantido, especialmente entre o quarto
e o sexto mês de gestação
A gestação é um
período em que as mulheres redobram os cuidados com a saúde para evitar
qualquer tipo de complicação. E é nesta fase também que muitas gestantes, por
desconhecimento, interrompem ou evitam tratamentos dentais.
De acordo com a
dentista do Seconci-SP
(Serviço Social da Construção), Márcia Regina Seki, mesmo durante a gestação as
mulheres precisam manter a saúde bucal, inclusive com a rotina de visita ao
dentista. “Durante a gravidez é muito importante evitar foco de infecções ou
alterações patológicas de gengivas e ossos, por isso, independentemente de
estar nesta fase, é preciso tratar os problemas bucais”, comenta.
A dentista explica que o
ideal é que a mulher procure o dentista para uma avaliação antes da gestação,
pois se for necessário algum tipo de tratamento, a paciente poderá realizá-lo sem
nenhum risco ao bebê.
Quando for necessário
realizar algum procedimento odontológico durante a gravidez, o período mais
indicado é entre o quarto e sexto mês de gestação. “No primeiro trimestre
ocorre o desenvolvimento dos membros, como cabeça e órgão internos, e o feto
está mais suscetível à ação de medicamentos que podem ser usados no tratamento
mais delicado e a chance de ter complicações na gestação é maior”, ressalta a
dentista do Seconci-SP. “É recomendável evitar também no último trimestre em virtude
do risco de parto prematuro. No entanto, se a mulher sentir dor, deve procurar
o dentista, independentemente do mês em que estiver a gestação”, completa.
A dentista salienta que,
tomando estes cuidados, não existem motivos para que a mulher não trate os
problemas que eventualmente possam ocorrer nos dentes. “A cárie é uma doença
transmissível e qualquer infecção bucal pode cair na corrente sanguínea da
gestante, podendo afetar a criança. Por isso, não se pode negligenciar estes
cuidados”.
Quando procurar o dentista
para realizar qualquer procedimento é importante que a mulher informe que está
gravida, e o profissional solicitará ao médico que acompanha a gestação uma
autorização por escrito apontando a medicação e tipo de anestésico que deverão
ser utilizados.
A especialista comenta ainda
que, devido ao alto índice de progesterona produzido pelo corpo da mulher neste
período, podem ocorrer alterações das fibras gengivais, o que pode facilitar o
acesso de bactérias e provocar a inflamação da gengiva, a chamada gengivite.
Isso é facilmente evitado
por meio de uma higiene bucal adequada, que considere o uso da escova e fio
dental. “Nesta fase, é recomendável realizar esta limpeza no mínimo cinco vezes
ao dia ou sempre após as refeições”, recomenda a dentista.
Outra dúvida muito comum das
mulheres nesta fase diz respeito à questão do cálcio, pois muitas mães
acreditam que a criança, quando está se desenvolvendo no útero, retira cálcio
dos dentes da gestante, enfraquecendo-os, o que não é verdade. O cálcio que o
bebê recebe vem da alimentação da gestante e, quando há carência, o corpo da
mulher o retira dos seus ossos. Por esta razão, a dentista comenta que é tão
importante a gestante manter uma dieta equilibrada, rica em cálcio, proteínas,
vitaminas, fósforo e ferro, além do acompanhamento pré-natal.
Além disso, é preciso evitar
alimentos ricos em açúcares, como refrigerantes e bolachas recheadas. “É muito
importante também que a mulher evite o consumo de bebidas alcoólicas, o fumo e
o uso de drogas, pois são substâncias que afetam diretamente o bebê”, explica a
dentista.
A especialista do Seconci-SP
ressalta ainda a importância da amamentação natural, pois isso ajuda no
desenvolvimento da musculatura e dos ossos da face do bebê. “E para evitar a
transmissão de bactérias para os bebês que são muito sensíveis nesta fase da
vida, não é recomendável beijar o neném na boca ou soprar sobre as papinhas”,
conclui.
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