Inovações
na medicina permitem rastrear os genes favoráveis a doenças, como o câncer de
mama, e a optar por intervenções profiláticas, como a mastectomia
O câncer de mama é a patologia que mais acomete as
mulheres, sendo responsável por cerca de 20% das mortes por câncer. Dados
da American Cancer Society (Sociedade Americana do Câncer)
estimam que uma entre 12 mulheres desenvolverá câncer de mama durante a vida e
a incidência desta doença aumenta com a idade.
Antecedentes familiares de câncer de mama, especificamente
em mãe e irmãs, além de lesões benignas precursoras de malignidade, são fatores
que compõem o grupo de maior risco. Segundo pesquisa publicada no Journal
of the American Medical Association, aproximadamente 10% da população
feminina pode ser considerada de alto risco para câncer de mama. Mas felizmente
apenas 30% desenvolve a doença. Com dados que crescem a cada ano, como prevenir
esta doença?
Com os avanços na medicina em tecnologia e exames já é
possível investigar as possibilidades genéticas de desenvolver algumas doenças,
entre elas o câncer, bem como listar as mais de 50 síndromes de câncer
hereditárias. Mas muito se debate sobre investigar ou não esse tipo de questão,
pois esse tema leva a outro tema bem controverso entre os médicos mastologistas
que é a cirurgia de mastectomia profilática, a mesma realizada pela atriz
Angelina Jolie em 2013.
De acordo com o Dr. Rogério Fenile, mastologista e membro
titular da Sociedade Brasileira de Mastologia, este procedimento é uma forma
preventiva para as mulheres com alto índice hereditário, de histórico familiar,
de desenvolver a doença. “O procedimento também é indicado para os casos em que
a paciente já teve ou tem câncer em uma das mamas e retira a outra para evitar
que a doença se espalhe”, explica o especialista.
Ainda de acordo com Fenile, é importante ressaltar que
esta passa a ser mais uma opção a ser considerada e não a única. “A paciente
deve ter clareza das opções para que o melhor seja feito em benefício da sua
saúde. É uma decisão que ela deve tomar em conjunto com o seu médico, sempre
lembrando que a cirurgia veio para somar às alternativas já existentes”,
reforça.
Ter a alteração genética não é garantia de que a paciente
desenvolverá um câncer, mas sim um grande aumento das possibilidades. Assim
como a cirurgia não impossibilita a doença de ressurgir. É uma alternativa que
reduz as chances do câncer nas mamas em aproximadamente 90%, mas não impede que
surja nas axilas e na parede torácica, por exemplo. “Por isso, mesmo se esta
tenha sido a opção escolhida pela paciente, ela precisará manter o
acompanhamento com o mastologista justamente para realizar exames com
frequência, reforçando a prevenção”, conclui o mastologista.
Dr. Rogério Fenile - Mestre e Doutor em Ciências
Médicas pela Disciplina de Mastologia do Departamento de Ginecologia da UNIFESP
e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. É especialista em
cirurgia de reconstrução mamária, com mais de 20 anos de experiência médica.
Para saber mais sobre o seu trabalho, acesse www.drrogeriofenile.com.br ou
@drrogeriofenile nas redes sociais.
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