Não me alegro, em nada, com a
decretação da prisão de Lula. Mas, também não estou triste. Na vida social, nas
relações entre indivíduos e grupos, somos, sempre, em última instância,
responsáveis pelas nossas decisões. Obviamente, Lula tem - e sempre terá - sua
dimensão política e o legado de seus governos.
No governo, acertou e errou. O
problema dele, nos últimos tempos saiu da esfera política e adentrou na seara
jurídica. Essa condenação e a prisão decretada é apenas a primeira de outros
processos que responde e mas não sabemos o resultado das outras ações. Há para
muitos a ideia, uma narrativa petista, de que o Juiz Sergio Moro foi um dos
articuladores de uma perseguição, um golpe, contra Lula, um inocente. Mais do
que Moro, a prisão de Lula seria uma forma de impedi-lo de voltar à
Presidência, uma grande trama, com os norte-americanos. A Globo, a Veja, as
elites, enfim, uma avassaladora articulação para defenestrar Lula e os
petistas, mas, vejamos: além de Moro, foram outros três desembargadores
(TRF-4), mais cinco do TSJ e, ontem, mais seis Ministros do Supremo, ou seja,
15 membros do Judiciário brasileiro, do Juiz de primeira instância aos
ministros do STF. Para Lula e os militantes, nada disso teve validade, mas se,
ao contrário, ontem, a decisão do HC lhe fosse favorável, a justiça teria sido
feita ou reestabelecida.
Lula é um ser político no seu âmago. Advogados, provavelmente, pedirão que se entregue acatando a ordem judicial. Os militantes e o próprio Lula farão, por certo, um evento de caráter político, de resistência, de enfrentamento. Podem querer impedir a prisão de Lula, dando ao Estado, como monopólio legítimo da violência, a possibilidade de usar de forças policiais. Militantes podem enfrentar a polícia e, também, muitos outros podem querer enfrentar essa militância.
Lula é um ser político no seu âmago. Advogados, provavelmente, pedirão que se entregue acatando a ordem judicial. Os militantes e o próprio Lula farão, por certo, um evento de caráter político, de resistência, de enfrentamento. Podem querer impedir a prisão de Lula, dando ao Estado, como monopólio legítimo da violência, a possibilidade de usar de forças policiais. Militantes podem enfrentar a polícia e, também, muitos outros podem querer enfrentar essa militância.
Nada, nada mesmo, desse cenário é bom para nossa sociedade. Terá Lula e os
dirigentes petistas discernimento ou continuarão a enfrentar as decisões
judiciais e gerar, ainda mais, beligerância e desrespeito às instituições e à
república? Não sei responder, mas não conto muito com discernimento.
Não estou feliz e nem triste. Todos devem responder pelas suas escolhas. Ações humanas não são meramente instintivas: são ações com dimensão moral e com uma capacidade inerente aos humanos, que é, antes de agir, ponderar as consequências e o resultados.
Não estou feliz e nem triste. Todos devem responder pelas suas escolhas. Ações humanas não são meramente instintivas: são ações com dimensão moral e com uma capacidade inerente aos humanos, que é, antes de agir, ponderar as consequências e o resultados.
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