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quarta-feira, 25 de abril de 2018

Violência x paz. Depressão x saúde. O que a escola tem a ver com isso?


Como a escola deve abortar a crise da segurança pública no Brasil, onde mais de 60 mil pessoas são assassinadas? Qual a estratégia dos colégios para falar sobre saúde e depressão, doença que atinge 11,5 milhões de brasileiros, informa a   Organização Mundial da Saúde (OMS)?

Na última terça-feira o Senado aprovou o projetode lei ( PLC 171/2017) que inclui entre as atribuições das escolas a promoção da cultura de paz e medidas de conscientização, prevenção e combate à violência. A Organização das Nações Unidas (ONU) define a cultura da paz como um conjunto de valores, atitudes, tradições, comportamentos e estilos de vida baseados no respeito à vida, no fim da violência e na promoção e prática da não-violência por meio da educação, do diálogo e da cooperação.

Além do bom desempenho acadêmico e da formação integral, algumas escolas do ensino privado em São Paulo têm como eixo central a formação de alunos felizes, respeitosos e cidadãos.

“A saúde do aluno está explícita em seu sorriso, no tamanho da janela do seu quarto, no número de árvores na rua, na quantidade de praças no bairro”, diz Ausônia Donato, especialista em Saúde Pública e diretora do Colégio Equipe, em Higienópolis. Segundo ela, é importante trazer em todas as situações de ensino aprendizagem uma reflexão sobre a questão da saúde. “ Temos de socializar a ideia de que saúde é um direito”, diz. No Colégio Equipe, a disciplina Saúde Pública faz parte do currículo.

A Escola Lourenço Castanho, na zona sul de São Paulo, é outra instituição que investe muito na promoção da paz e da saúde de seus alunos. “Para trabalharmos uma cultura de paz, de fato, sem jargão e utopias, temos de investir muito nos adultos dentro da escola para que sirvam de referências para os alunos”, conta a psicóloga e orientadora educacional, Karyn Bulbarelli.

A escola desenvolve ciclos de reuniões com todos os docentes para discutir determinadas temáticas. “Recentemente tivemos a semana de discussão e reflexão sobre a Declaração dos Direitos Humanos. Os professores trazem para nossos encontros questões que aparecem no dia-a-dia da sala de aula. Conflitos explícitos e não explícitos, a questão de exposições dos alunos, a falta de responsabilidade com o espaço coletivo e muitos outros. E todas essas questões provocam os debates e novas ressignificações  junto aos professores”, conta Karyn. O currículo da escola traz o acadêmico e a formação de alunos cidadãos em sintonia. Os projetos norteadores de cada ciclo, partem de uma problemática do cotidiano que não tem resposta pronta.

A escola bilíngue Stance Dual, na Bela Vista, ganhou este ano título de Embaixadora da Paz concedido pela ODAEE – Organização das Américas pela Educação de Excelência. O currículo da escola foi reconhecido internacionalmente por promover a cultura da paz, o senso de responsabilidade e compromisso nos jovens.

“Existe uma crença nossa, e isso está escrito na missão da Stance, que a escola desenvolve os aspectos afetivos, cognitivos e social de forma integrada, que denominamos “desenvolvimento socioafetivo intelectual”, diz a psicóloga e orientadora educacional, Ana Cláudia Correia.

Ela explica que não é uma aula de ética, ou uma palestra sobre bullying que formarão os alunos cidadãos e incutirão a cultura da paz. Para Ana Claudia, ações pontuais são acessórios. O importante é ter atividades e propostas incorporadas no dia-a-dia da escola, como a “equipe de ajuda”, quando alunos são treinados e formam turmas para resolver conflitos entre os colegas e trabalham a prevenção do bullying e da violência.





    
                 Cecilia Galvão - Jornalista/diretora

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