Diagnóstico entre
elas é 29% maior. Saiba como reduzir os riscos.
A
última Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE revela que a prevalência da catarata
é 29% maior entre as brasileiras do que
entre eles. Atinge 31,9% das mulheres
contra 24,6% dos homens com 60 anos ou mais. De acordo com o oftalmologista
Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier uma das explicações para esta
diferença são os picos de estrógenos do ciclo menstrual. Isso porque, quando
os hormônios sobem o cristalino absorve mais água e à medida que os hormônios
voltam ao nível normal o cristalino desidrata. A repetição deste processo ao
longo da vida reprodutiva estimula a opacificação do cristalino que caracteriza
a catarata.
O
especialista afirma que geralmente a doença aparece após os 60 anos. Por causa
de TRH (terapia de reposição hormonal) utilizada pelas mulheres após a menopausa, entre 45 e 50 anos, pode
ser antecipada na população feminina.
Isso porque a TRH aumenta a produção da proteína C-reativa também
associada à opacificação do cristalino.
A
boa notícia é que a cirurgia, único tratamento efetivo que substitui o
cristalino do olho por uma lente intraocular pode eliminar a dependência dos
óculos de grau que são rejeitados por uma em cada 3 brasileiras.
Efeito na lágrima
Queiroz
Neto resalta que outro efeito dos hormônios femininos sobre a saúde ocular é a
síndrome do olho seco. É uma alteração, explica, na quantidade ou qualidade da
lágrima que tem a função de proteger e nutrir a córnea, lente externa do olho
que trabalha junto com o cristalino para focalizar as imagens na retina.
Os
sintomas da síndrome são: olhos vermelhos, sensação de corpo estranho,
ardência, coceira e visão borrada. O oftalmologista diz que o tratamento pode
ser feito com colírio de lágrima artificial mas pontua que instilar mais de 4
vezes/dia pode irritar os olhos quando a fórmula contém conservante. Em casos
mais severos o médico recomenda o uso de cápsulas de semente de linhaça. Isso
porque, contém ômega 3, essencial para manter a camada lipídica da lágrima que
evita a evaporação da camada aquosa. "Incluir sardinha, salmão ou bacalhau
na dieta também ajuda a manter o filme lacrimal em equilíbrio", afirma
Outros riscos
O
oftalmologista ressalta que outros fatores de risco para o desenvolvimento da
catarata que têm maior prevalência entre mulheres são a maior exposição dos
olhos à radiação UV nos banhos de sol prolongados, o estresse da dupla jornada
de trabalho e a maior prevalência do diabetes entre elas.
Para
proteger os olhos da radiação UV, o especialista afirma que óculos com filtro
UV devem ser usados inclusive nos dias
nublados. Isso porque, 70% da radiação
atravessa as nuvens e a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é
proteger os olhos com lentes que filtram 100% da radiação sempre que a radiação
ultrapassar o índice de 6. Para quem usa óculos de grau, ele lembra que as lentes
corretivas transparentes também podem ter proteção UV.
Para
reduzir os efeitos do estresse sobre a visão recomenda 3 horas de atividades
físicas/semana. Isso porque, exercícios físicos diminuir a formação de radicais
livres e melhoraram o condicionamento cardíaco que está relacionado à boa
circulação no sistema ocular e à saúde da retina.
Segundo
levantamento da OMS no Brasil 8.8% das mulheres e 8,1% dos homens têm diabetes,
sendo que 76% não conseguem manter a
glicemia sob controle. O oftalmologista adverte que a falta de controle
glicêmico forma depósitos de sorbitol no cristalino e antecipa a formação da
catarata. Outro risco, ressalta é o desenvolvimento de retinopatia que leva à
perda visual permanente. Por isso, o controle da glicemia deve ser diário para
garantir a visão.
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