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quinta-feira, 30 de março de 2017

Lentes de contato: 5 dicas para evitar contaminação



Lentes de contato podem agir como um vetor para micro-organismos aderirem à superfície ocular. Sem resistência, eles invadem e colonizam a córnea ou conjuntiva, provocando inflamação e até mesmo infecção ocular. De acordo com o oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, quem opta pelo uso de lentes de contato em vez de óculos tem de estar bastante ciente da importância dos cuidados ao usar, manusear e limpar o produto. “A ceratite é uma das doenças mais frequentemente associadas com o uso de lentes de contato. Trata-se de uma infecção que provoca dor intensa nos olhos e dificuldade de visão. Quando não tratada a tempo, as consequências são bastante graves e vão desde a perda parcial ou total da visão, até desdobramentos no sistema nervoso central”.

Neves afirma que é muito comum, entre os usuários de lentes de contato, negligenciar alguns cuidados, como: lavar as mãos antes de pegar a lente de contato, secar bem a caixinha ao lavá-la, e não usar soluções de limpeza de outro fabricante. No Brasil, estima-se que mais de dois milhões de pessoas façam uso de lentes de contato. Trata-se de um número que tende a crescer rapidamente, já que pelo menos metade da população a partir dos 18 anos precisa de correção visual. Daí a urgência em aprender a usar lentes de contato da forma mais correta possível.

“Em mais da metade dos problemas encontrados, notamos falta de higiene do estojo que armazena as lentes. Vale dizer que isso não se justifica, já que os cuidados são simples e seguem regras de bom-senso. Mesmo assim, ainda é muito alto o número de pacientes que recorrem a tratamentos depois de vacilar na higiene diária”, diz o especialista. Renato Neves revela cinco dicas para evitar contaminação das lentes de contato: 


  1. Jamais use água da torneira para lavar as lentes. “Embora nossa água corrente seja uma das mais bem tratadas do mundo, engana-se quem pensa que não faz mal lavar suas lentes com água de torneira, chuveiro ou banheira. A água potável não é estéril nem livre de microrganismos que podem atingir a córnea e causar uma infecção.”
  2. Substitua o estojo três vezes ao ano, no mínimo. “Quem não tem paciência para limpar e guardar as lentes de contato e caixinhas do modo mais seguro e higiênico possível, melhor considerar voltar a usar óculos, optar por lentes descartáveis, ou cirurgia ocular. O estojo que armazena as lentes de contato deve ser trocado entre três e quatro vezes ao ano, já que é bastante comum ocorrer contaminação ao longo do uso.”
  3. Nunca tampe o estojo quando ainda está úmido. “Isso também acontece com porta-escovas de dentes. É comum encontrar usuários de lentes de contato que lavam os estojos com solução apropriada, mas não permitem que sequem completamente antes de tampar. Isso favorece demais a contaminação. Sendo assim, é melhor comprar um estojo novo do que colocar na lava-louça ou ferver dentro de uma panela. Isso, aliás, não deve ser feito de jeito nenhum.”
  4. Descarte lentes fora do prazo de validade. “Tem gente que usa as mesmas lentes de contato prescritas há três, quatro, ou cinco anos. E tem sempre aqueles que usam por um tempo, param, e depois resolvem voltar a usar as mesmas lentes. Trata-se de um erro muito perigoso. Primeiramente, porque é enorme a chance de o material estar contaminado. Depois, porque o grau pode ter sofrido variações no período. Por fim, porque deve ter expirado o prazo de validade do conjunto (lentes, solução, estojo) – aumentando o risco de infecção se o paciente insistir em não passar por nova consulta e adquirir lentes novas.”
  5. Nunca durma com as lentes de contato. “Muitas pessoas têm mania de criar suas próprias regras, achando que nada ruim vai lhes acontecer. Daí resolvem abusar, passando mais tempo do que deveriam com as lentes de contato e até mesmo dormindo com elas vez ou outra. Mas o risco de problemas oculares existe e é grande. A córnea recebe oxigênio do ar e das lágrimas que lubrificam os olhos durante o dia. Durante o sono, a córnea recebe menos nutrientes, lubrificação e oxigênio. Sendo assim, não retirar as lentes antes de dormir significa aumentar exponencialmente o risco de as lentes grudarem ou até mesmo arranharem a córnea. Caso haja microrganismos no local, inclusive, uma infecção pode se instalar rapidamente.”

O oftalmologista explica que os olhos têm de estar sempre claros e transparentes. “Na presença de qualquer tipo de alteração ou desconforto, é importante revisar a rotina de higiene pessoal, lavando sempre muito bem as mãos antes de tocar nas lentes e nos olhos, cuidando diariamente das lentes com solução apropriada, e usando lubrificante prescrito por um oftalmologista. Se ainda assim a irritação se prolongar, o paciente deve ser avaliado por um especialista.”







Fonte: Dr. Renato Augusto Neves - cirurgião-oftalmologista, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos (SP) e autor do livro Seus Olhos. (www.eyecare.com.br)




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