Um estudo[i]
conduzido na Inglaterra em adultos com diabetes tipo 2 que nunca utilizaram terapia
injetável concluiu que, entre essas opções disponíveis para o controle da
doença, há preferência pelo uso da terapia semanal.
O levantamento foi feito com 243 pacientes com idade média de 60,5
anos para avaliar a preferência em relação às duas opções injetáveis de agonistas
do receptor GLP1: dulaglutida, de aplicação
subcutânea semanal, e liraglutida, de aplicação subcutânea diária.
A pesquisa foi realizada no modelo de escolha discreta, que
através de uma técnica quantitativa permite identificar as preferências
individuais sem que os elementos estudados sejam revelados aos entrevistados. A
técnica quantitativa se baseia em perguntas aleatórias feitas aos participantes
sobre sua preferência hipotética referente a um específico atributo[ii]. No trabalho, foram considerados seis
atributos: frequência de aplicação da dose, redução na hemoglobina glicada
(HbA1C), alteração de peso, tipo do dispositivo de aplicação, frequência de
náusea e frequência de hipoglicemia1.
De acordo com o
estudo, quando a eficácia entre os medicamentos é
similar, outras características – como frequência de aplicação da dose e tipo
do dispositivo de aplicação – são mais relevantes para os pacientes. A redução
da quantidade de injeções de 365 para apenas 52 ao ano mostrou ser o
diferencial mais apreciado pelos entrevistados. O segundo atributo mais
importante na escolha dos pacientes foi a caneta de aplicação, sendo a de
dulaglutida também a preferida1.
Inovação que facilita a adesão
Por necessitar de um controle rigoroso, a baixa
adesão ao tratamento ainda é um dos maiores desafios no controle do diabetes.
Foi pensando justamente no bem-estar do paciente e no manejo eficaz da doença
que a Lilly desenvolveu Trulicity (dulaglutida), a primeira terapia injetável
semanal em caneta pronta para uso. O produto foi lançado no mercado brasileiro
em agosto de 2016.
A
dulaglutida oferece controle eficaz
da hiperglicemia (nível elevado de açúcar no sangue) com apenas uma aplicação a
cada 7 dias e com o mínimo de efeitos colaterais, resultados confirmados
através dos estudos clínicos do programa AWARD. O produto é comercializado em
uma caneta aplicadora inteligente, que vem pronta para uso. O dispositivo conta
com uma agulha de pequeno calibre, que não fica visível, e permite confirmar a
aplicação da dose.
O objetivo do tratamento para o diabetes tipo 2 é
manter os níveis de glicose no sangue dentro dos limites adequados, reduzindo o
risco de complicações a longo prazo. A maioria dos pacientes começa o
tratamento com modificações no estilo de vida, como dieta, exercício e controle
de peso. Caso essas medidas não sejam efetivas, passa-se ao uso de medicamentos
orais ou terapias injetáveis.
O diabetes é uma doença crônica. Acomete cerca de
415 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a International Diabetes
Federation (IDF. Somente no Brasil, são 14,3 milhões de diabéticos – a maioria
com o tipo 2 –, número que coloca o país na quarta posição da lista das nações
com maior prevalência da doença, atrás de China, Índia e Estados Unidos. A
projeção é que, em 2040, haja 23,3 milhões de brasileiros vivendo com diabetes
no país[iii].
Eli Lilly and Company
[i] GELHORN, H.; POON, J. L.; DAVIES, E. W.;
PACZKOWSKI, R.; CURTIS, S. E.; BOYE, K. S. Evaluating preferences for profiles
of GLP-1 receptor agonists among injection-naïve type 2 diabetes patients in
the UK. Journal of Patient Preference and Adherence, United Kingdom,
2015, n. 9, jun. 2015. < https://www.dovepress.com/evaluating-preferences-for-profiles-of-glp-1-receptor-agonists-among-i-peer-reviewed-article-PPA
>. Data de acesso: 19 nov. 2016.
[ii] Lindsay J Mangham, Kara Hanson and Barbara McPake. How to do (or not to do) … Designing a discrete choice experiment for application in a low-income country. Health Policy Plan (2009) 24 (2): 151-158.
[iii] INTERNATIONAL Diabetes Federation. IDF
Diabetes Atlas 7th edition. Disponível em: <http://www.idf.org/diabetesatlas>.
Acesso em: 12 ago. 2016.
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