A endometriose afeta cerca de seis milhões
de brasileiras. Trata-se do crescimento, fora do útero, do endométrio – tecido
que recobre a superfície interna do útero. Em estágios avançados, a doença
chega a ser bastante incapacitante. Sendo assim, diagnóstico precoce e
atendimento multidisciplinar são requisitos fundamentais para melhor abordagem
terapêutica. O tecido endometrial pode crescer na cavidade pélvica e infiltrar
ovários (cistos de endometriomas), trompas, regiões retrocervical e
retrouterina (posteriores ao colo e corpo do útero), vagina, intestino, bexiga
e parede abdominal. O endométrio que está fora da cavidade uterina também é
sujeito aos efeitos hormonais ao longo do ciclo menstrual, podendo provocar
alterações inflamatórias nesses locais e promover aderências entre os órgãos.
De acordo com Maria Teresa Natel, médica
ultrassonografista do CDB Premium, em São Paulo, determinados sintomas tornam
necessária uma investigação mais detalhada, através do ultrassom transvaginal
com preparo intestinal. “Cólicas muito intensas e debilitantes – durante ou
fora do ciclo menstrual –, dor durante ou depois da prática sexual, fluxo
menstrual muito intenso e infertilidade são sintomas mais evidentes, mas também
podem ser acompanhados de diarreia, constipação, e dor ao urinar durante os
períodos menstruais. Vale dizer que às vezes a endometriose é confundida com
outros problemas de saúde, como doença inflamatória pélvica (DIP) ou cistos
ovarianos de outra natureza (cistos hemorrágicos)”.
O diagnóstico de endometriose geralmente se
baseia na história clínica e exame ginecológico (realizados pelo médico
ginecologista), ultrassom transvaginal com preparo intestinal (realizado por
profissional habilitado) e ressonância magnética. “O ultrassom transvaginal com
preparo intestinal deve ser feito, de preferência, logo depois da menstruação,
mas poderá ser realizado em qualquer fase do ciclo. O preparo intestinal se
inicia na véspera (dieta pobre em resíduos e laxantes) e continua até o momento
do exame. Pouco antes desse ultrassom é realizado um procedimento para
esvaziamento do reto (porção final do intestino). Esse preparo todo é
necessário para diagnosticar eventuais pequenas lesões na parede do intestino,
bem como reduzir gases que podem prejudicar a detecção de lesões em outras
regiões”, diz a médica ultrassonografista.
O tratamento da endometriose depende de
alguns fatores: estágio da doença, local onde a endometriose se instalou,
sintomas e desejo de engravidar. A partir das respostas para todas essas
questões é que o médico ginecologista definirá se o tratamento será clínico,
cirúrgico ou uma combinação dos dois, devendo sempre ser muito bem discutido
com a paciente.
Fonte:
Dra. Maria Teresa Natel -
médica ultrassonografista do CDB Premium, pertencente à rede CDB
Medicina Diagnóstica – www.cdb.com.br
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