Alguns estados já têm tido racionamento de
água e especialistas afirmam que o desmatamento do Cerrado é uma das causas do
problema. Amanhã, 22 de março, é comemorado o Dia Mundial da Água, e você
sabia que o Cerrado é fundamental para continuarmos tendo água no Brasil?
Notícias sobre
racionamento de água já foram manchetes em alguns estados do Brasil, como São
Paulo, Rio de Janeiro e agora Brasília. Diferentes estudos da Universidade
Federal de Goiás, da Universidade de Brasília, da Universidade Federal do Mato
Grosso do Sul e da Brown
University (publicada na revista científica Global Change Biology em
2016) apontam que o desmatamento no Cerrado é uma das causas para a crise. Isso
porque o bioma é considerado o berço das águas, é no Cerrado onde estão
localizados os três grandes aquíferos que abastecem boa parte do país: Guarani,
Urucuia e Bambuí.
O Cerrado ocupa um quarto
do território nacional e está localizado no coração do Brasil, abrangendo 13
estados. Apesar de sua importância para o equilíbrio ambiental, o Cerrado tem
sido destruído nas últimas décadas para a expansão do agronegócio e grandes
empreendimentos e mais de 50% da sua vegetação já foi desmatada.
A legislação brasileira
não garante plena proteção ao Cerrado. Apenas 11% do Cerrado é coberto por
reservas ou unidades de conservação, comparados com quase 50% da Amazônia.
Enquanto um proprietário de terras é obrigado a proteger 80% da floresta se sua
fazenda estiver na Amazônia, no Cerrado essa porcentagem cai para 35%. Em
outras palavras, o desmatamento permitido, legal, é muito mais comum.
Com o objetivo de alertar
a sociedade para esse e outros impactos, 43 organizações e movimentos sociais
se uniram para lançar a Campanha
Nacional em Defesa do Cerrado. A campanha busca valorizar a
biodiversidade e as culturas dos povos e comunidades do Cerrado, que lutam pela
sua preservação. A água é o mote atual da Campanha (Sem Cerrado, sem água, sem vida) para
reforçar o papel central do Cerrado no abastecimento de água do país.
A Campanha prevê ações ao
longo dos próximos dois anos, e, além de dar visibilidade ao bioma, busca
promover a visibilidade dos povos e comunidades tradicionais que vivem nas
regiões de Cerrado, já que eles convivem historicamente de forma harmônica com
o meio ambiente. As organizações envolvidas buscam também trazer para a esfera
política o debate sobre a elevação do status do Cerrado para Patrimônio
Nacional e exigir um acordo político para estancar o desmatamento.
Organizações
promotoras da Campanha
Associação
União das Aldeias Apinajés/PEMPXÀ – ActionAid Brasil – CNBB/Pastorais Sociais –
Agência 10envolvimento – APA/TO – ANQ – AATR/BA – ABRA – APIB – CPT – CONTAG –
CIMI – CUT/GO – CPP – Cáritas Brasileira – CEBI – CESE – CEDAC –
Coletivo de Fundos e Fechos de Pasto do Oeste da Bahia – Comissão da Verdade
sobre a Escravidão Negra do DF – CONAQ – FASE – FBSSAN – FETAET - FETAEMA –
CONTRAF-BRASIL/FETRAF – Gwatá/UEG – IBRACE – ISPN – MJD – MIQCB – MPP – MMC –
MPA – MST – MAB – MOPIC – SPM – Rede Cerrado – Redessan – Rede Social de
Direitos Humanos – Rede de Agroecologia do Maranhão – TIJUPA – Via
Campesina – FIAN Brasil.
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