Evidências sobre sistemas
de seleção do tamanho dos implantes foram revisados
Como os cirurgiões plásticos devem escolher o
melhor tipo de implante e o tamanho adequado para as mulheres que desejam se
submeter a uma cirurgia de aumento mamário?
Os sistemas de seleção de tamanho de implantes
baseados em medições de tecido mamário podem fornecer melhores resultados,
sugere uma revisão
publicada na edição de novembro do Plastic and Reconstructive Surgery,
revista da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).
“Os sistemas de planejamento baseados em tecidos
- usando diretrizes clínicas para determinar as dimensões do implante mamário -
parecem superiores às abordagens que dependem mais da preferência do paciente
ou do cirurgião, sugere o estudo. Mas serão necessários mais estudos para
esclarecer como os sistemas de seleção do tamanho do implante mamário afetam os
resultados do aumento mamário”, afirma o cirurgião plástico Ruben Penteado,
(CRM-SP 62.735), diretor do Centro de Medicina Integrada.
Os pesquisadores realizaram uma revisão baseada
em dados dos métodos utilizados por cirurgiões plásticos para selecionar o
tamanho do implante adequado para a cirurgia de aumento mamário. O aumento das
mamas é o procedimento cosmético mais popular da cirurgia plástica nos Estados
Unidos, com quase 280.000 procedimentos executados em 2015, de acordo com as
estatísticas da ASPS. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica, a mamoplastia de aumento é a segunda
cirurgia estética mais realizada no Brasil. Em 2011, data da última aferição de
dados, foram registrados 148.962 procedimentos.
No estudo, os sistemas de seleção de tamanho de
implante foram divididos em três grupos:
- Sem medições de mama. Os implantes foram escolhidos com base unicamente na preferência do paciente ou do cirurgião;
- Sistemas de análise dimensional. Os implantes foram escolhidos de modo a estabelecer um resultado desejado, com medições efetuadas para determinar o implante necessário para atingir esse resultado;
- Planejamento baseado em tecidos. Medições de tecido mamário são usadas para definir limites "claros e estreitos" para a seleção de implantes com base em diretrizes clínicas, com limitada e nenhuma flexibilidade.
A revisão identificou 33 artigos sobre sistemas
de dimensionamento de implantes. Os estudos que avaliaram os sistemas de
dimensionamento das cirurgias com planejamento baseado em tecidos foram de
qualidade superior aos das outras duas categorias.
Nos dez melhores estudos com base na qualidade
metodológica, todos os pacientes utilizaram implantes mamários com dimensões
indicadas pelo planejamento baseado em tecidos, antes de selecionar as
dimensões finais do implante, e isso deve agora ser considerado padrão de
prática com base na análise. Os estudos relataram baixas taxas de
cirurgia de repetição.
Os pesquisadores enfatizam algumas limitações
importantes da evidência disponível sobre sistemas de dimensionamento de
implantes. Apenas quatro dos 33 estudos relataram resultados clínicos que
poderiam ser comparados a qualquer padrão, enquanto nenhum dos estudos comparou
dois ou mais sistemas de dimensionamento. No geral, 60% dos estudos obtiveram
pontuação zero na escala de classificação de qualidade usada, incluindo alguns
sistemas de dimensionamento populares que "não se baseavam em dados ou
evidências publicados".
“O tema da seleção do implante pode ser
emocional, com tensão entre os papéis do cirurgião plástico como ‘artista’
versus o cirurgião plástico ‘engenheiro’. Os pesquisadores observam que alguns
sistemas de planejamento da cirurgia têm mais qualidade, mas os desejos
estéticos dos pacientes também não devem ser desconsiderados”, defende Ruben
Penteado, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Com base nos dados encontrados, os
pesquisadores estão avaliando um novo sistema "específico de
implante" projetado para orientar o cirurgião a uma seleção de estilos e
modelos de implantes fabricados. Futuramente, os novos sistemas podem usar
métodos quantitativos rigorosos para que as comparações possam ser feitas em
termos de resultados para os pacientes.
Site: www.medintegrada.com.br
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