Queda de cabelos também atinge as mulheres
Dados da Academia Americana
de Dermatologia (AAD) apontam que a alopecia, caracterizada pela redução total
ou parcial de cabelos em determinada região da cabeça, atinge mais de 2 bilhões
de pessoas no mundo, sendo que, mais de 100 milhões são mulheres.
De acordo com a
especialista em tricologia médica, Luiza Ottoni, por dia, perdemos de 60 a 100 fios de cabelo.
Isso não é motivo para desespero, já que a reposição ocorre naturalmente ao
longo do tempo. “Apesar de o número assustar, ele está dentro da normalidade
e justifica a quantidade de cabelo que se encontra no ralo do
banheiro, travesseiro, escova ou até mesmo caído nas roupas. Mas, é preciso
observar quando os fios estiverem caindo em maior quantidade”, afirma.
A dermatologista explica
que, caso haja um aumento visível na queda dos fios, é importante procurar um
especialista, para que ele possa fazer a tricoscopia digital – exame que
avalia, com ajuda de aparelhos, o couro cabeludo e o aspecto dos fios. Além
disso, são investigadas várias causas a partir de exames de sangue. Dessa
forma, é possível fazer um diagnóstico correto e definir o tratamento mais
adequado para o caso em questão. “Quanto antes for iniciado o acompanhamento,
melhores os resultados. Os tratamentos variam de acordo com as causas e podem
ser feitos com soluções capilares, medicamentos orais, procedimentos que
injetam medicamentos diretamente no couro cabeludo, e em alguns casos, o
implante capilar”, explica Luiza.
No Brasil, segundo dados da
Associação Brasileira de Cirurgia de Restauração Capilar, aproximadamente
25% das mulheres entre 35 e 40 anos sofrem com calvície, essa estatística sobe
para a 50% quando diz respeito as mulheres que tem mais de 40 anos. Para o
cirurgião plástico e especialista em transplantes capilares, Otávio Boaventura,
só este ano houve um aumento de mais de 30% no número de mulheres que iniciaram
tratamentos em sua clínica, em Belo Horizonte/MG, em comparação com 2015.
O especialista explica que,
quando se fala em calvície, imagina-se uma pessoa completamente calva. Mas, no
caso das mulheres, na maior parte das vezes o que ocorre é que os fios se
tornam muito ralos e é incomum que elas cheguem a ficar totalmente
carecas. Luiza Ottoni esclarece que o afinamento dos fios ou
miniaturização caracteriza o primeiro sinal da calvície, seguido pela redução
da fase anágena (fase em o fio permanece em crescimento no couro cabeludo). A
evolução é lenta e a rarefação do couro cabeludo começa a ser notada de forma
progressiva e difusa, poupando, em geral, apenas a linha da franja. “A mulher
começa a notar mais a pele do couro cabeludo ou a queima-lo após exposição
solar", conta Luiza. O quadro pode se iniciar na adolescência, mas, muitos
casos têm início após a menopausa.
Causas
A calvície é uma doença
genética - hormonal. Deve-se investigar disfunções hormonais, principalmente se
ocorre em mulheres associada ao quadro de irregularidade menstrual, acne,
crescimento de pelos corporais e sobrepeso.
Outros distúrbios que
aparecem com certa frequência e provocam a queda dos fios são:
· Eflúvio Telógeno: A queda acentuada dos fios pode ocorrer por
disfunções hormonais, deficiências nutricionais, pós parto, pós doenças
infecciosas ou febris e durante o uso de determinados medicamentos, dentre
outros fatores.
· A alopecia areata que provoca queda dos fios em alguns pontos
localizados e específicos do couro cabeludo.
· A alopecia frontal fibrosante faz com que os fios da parte da
frente da cabeça caiam, podendo ocorrer acometimento das sobrancelhas e, em
alguns casos, dos pelos dos braços e pernas.
· O líquen plano é uma doença inflamatória crônica, que, além de
outros sintomas, também pode levar à queda dos cabelos.
Prevenção
De acordo com Otávio
Boaventura, no caso da Calvície, boa qualidade de vida e alimentação
equilibrada podem ajudar, mas a prevenção é realmente difícil em casos
influenciados pela herança genética. Ele acrescenta que há tratamentos
diferentes para cada caso e recomenda que um especialista seja procurado para
detectar a doença e fazer o tratamento adequado.
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