Será que você comprou o que você precisava mesmo?
Está pronto para o Natal?
A Black Friday passou e já estamos pensando
nas lembrancinhas de Natal. Alguns aproveitaram para comprar os seus presentes
nesta que virou mais uma data de vendas no país, principalmente na internet.
Segundo o Ebit, neste ano o varejo online vendeu R$ 1,9 bilhões, com um aumento
de 17% em relação ao ano passado. Mas o mesmo órgão esperava a cifra de R$ 2,1
bilhões para este ano.
É interessante que os sites eletrônicos de vendas
e, principalmente, a sua parte de logística e processos estão começando a ficar
preparados para este dia de boom de atividades. Quem mostra este
dado é o site Reclame Aqui, que apontou 2.912 reclamações nas 24 horas do dia
da Black Friday, sendo 33% a menos do que no ano passado.
Não só o bombardeio de publicidade na TV, jornais,
rádios e internet, mas a invasão de anúncios nos nossos e-mails e mídias
sociais. Tudo isso fez com que muitos resolvessem comprar o que talvez não
estivessem precisando ou ainda “só para aproveitar o que estava barato”.
Mas também não era apenas a Black Friday, era a
semana Black Friday, o fim de semana Black Friday, o mês Black Friday.
Engraçado que em minha aula de inglês, Friday era sexta-feira, mas deixa pra
lá.
Sim, estamos precisando mexer na economia, mover o
consumo para voltarmos a crescer e sair desta recessão que muitos da geração
Millenium nunca tinham passado. Precisamos fabricar mais, produzir mais, vender
mais e fazer a roda econômica girar. Mas sempre com muita consciência!
O momento é crítico e muito, amigos e amigas estão
desempregados buscando vagas há mais de um ano. Mas o motor do consumo vai
salvá-los?
Não sei se só isso é suficiente. O Natal está
chegando e precisamos ter ainda mais consciência nas nossas compras e débitos
nos cartões de crédito. Precisamos entender o momento econômico do Brasil e do
mundo, além destas turbulências políticas pelas quais estamos passando. Para
isso, o Instituto Akatu nos ensina a questionar antes de digitar o número do
seu cartão:
- 1. Por que comprar? Você realmente precisa ou está sendo estimulado por propagandas e impulso do momento? É importante comprar agora ou pode esperar o mês que vem?
- 2. O que comprar? Neste momento precisa analisar as opções e escolher algo que as características realmente atendam à sua necessidade, pois atributos demais no produto podem ser desperdícios.
- 3. Como comprar? À vista, a prazo, no cartão? Vou conseguir pagar as prestações? Não se somarão às já existentes? Será que o meu momento financeiro permite?
- 4. De quem comprar? Este produtor ou empresa é confiável? Esta loja é indicada? Já ouviu falar de algum problema com a empresa sobre mão de obra escrava ou trabalho infantil? Pesquisou o preço?
- 5. Como usar? Usar com delicadeza para não quebrar e ter que comprar outro. Usar até o fim, não em função da moda ou da novidade. Lembre-se da energia e dos recursos naturais e pessoais que foram utilizados para o seu produto estar com você.
- 6. Como descartar? Depois de usar o que fará com o produto? Ele não desaparecerá como mágica. Você poderá doar? Reciclar? Transformar? Tem que pensar nisso antes de comprar!
Pois é, perguntas que parecem fáceis, mas que
no nosso dia a dia não nos fazemos. O consumo consciente tem a ver com você
atender as suas necessidades sem com isso afetar a sua condição monetária
(entenda-se endividamento), a sua condição produtiva (leia-se trabalho, será
que você continuará empregado ou recebendo?) e os impactos diretos no planeta e
nas pessoas. Vamos nos desenvolvendo sempre!
Marcus
Nakagawa - sócio-diretor da iSetor, professor da graduação e MBA da ESPM,
idealizador e diretor da Associação Brasileira dos Profissionais de
Sustentabilidade e palestrante sobre sustentabilidade, empreendedorismo e
estilo de vida. Mais informações em www.marcusnakagawa.com
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