Informe Técnico da Campanha
Nacional de Vacinação contra Influenza foi divulgado no
portal da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS). O Ministério da Saúde
promoverá a campanha de vacinação de 30
de abril a 20 de maio, com dia de mobilização nacional em 30 de abril
Um surto de gripe na
Inglaterra fez com que algumas escolas no sudoeste do país emitissem
orientações para os pais para manter as crianças fora da escola por uma semana,
se elas estivessem doentes. O vírus H1N1 - amplamente conhecido como o causador
da gripe suína - é a principal causa dos casos de gripe ingleses, de acordo com
as autoridades de saúde. O sul da Inglaterra registra o maior número de casos
de gripe suína desde outubro - com 113 casos notificados, em comparação com 79
em Midlands e no Leste de Inglaterra, 39 no Norte e apenas 22 em Londres.
A gripe suína foi
responsável por uma pandemia em 2009-2010, mas agora é considerada uma
"gripe sazonal normal" porque o número de pessoas com algum grau de
imunidade a ela aumentou.
Dados do governo do
Reino Unido e do resto da Europa mostram que o tipo A (H1N1) pdm09
[gripe suína] é agora o principal vírus da gripe sazonal e está bem adaptado às
vacinas atuais. As autoridades continuarão a acompanhar de perto a situação
epidemiológica e virológica durante a temporada de gripe.
“Estações
de gripe anteriores dominadas pelo A (H1N1) pdm09 sugerem que esta estirpe do
vírus particularmente afeta crianças, mulheres grávidas e adultos com condições
de longo prazo, como doença cardíaca crônica, doença hepática, doença
neurológica e doença respiratória em particular”, afirma o pediatra e
homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).
Casos em São Paulo
Hospitais da rede privada
da cidade de São Paulo registraram um número crescente de casos da gripe A
(H1N1) em março deste ano. O índice, atípico para o período do ano, fez alguns
centros médicos particulares temerem uma epidemia e anteciparem medidas de
controle de fluxo de pacientes no atendimento de emergência.
A Secretaria
Municipal de Saúde afirma que segue protocolo do Ministério da Saúde para
notificação dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados por
Influenza, independente do vírus. Embora o número de pessoas infectadas por
H1N1 seja elevado, a notificação só é feita pelos serviços públicos e privados,
com base no protocolo, em situações graves (que exigem internação), óbitos, e
surtos – quando há registro de dois ou mais pacientes com sintomas similares de
influenza com convivência no mesmo espaço e no mesmo período de tempo. Pode ser
casa, escola ou trabalho. Com base nesse critério, a cidade tem, atualmente, 66
casos e oito óbitos provocados por H1N1. Em 2015, foram registrados 12 casos, e
nenhum óbito.
Os dados do
Ministério da Saúde, até o dia 5 de março de 2016, também corroboram esta
informação: foram notificados 1.189 casos de SRAG. Entre as amostras já
processadas, 21,1% (149/705) foram classificadas como SRAG por influenza. Dentre
os casos de influenza, a grande maioria - 124 (83,2%) - era influenza
A(H1N1)pdm09.
Gripe: você
deve vacinar o seu filho?
A cada inverno, os
pais se preparam para a chegada dos sintomas da temida gripe. Então, não seria
melhor vacinar as crianças contra a gripe? “Sim,
existe vacina contra a gripe H1N1. Em 2015, o Ministério da Saúde
disponibilizou a vacina gratuitamente nos postos de saúde para crianças entre 6
meses e 5 anos, além de grávidas, mães
que deram à luz há até 45 dias, idosos e profissionais de
saúde”, explica Moises Chencinski.
O pediatra explica que quando tomam a vacina contra a gripe pela primeira vez, as crianças precisam de duas doses, com 30 dias de intervalo. “Se seu filho já tomou a vacina contra a gripe alguma vez, precisará apenas de uma dose. Para outras idades que não de 6 meses a 5 anos, a vacina está disponível em clínicas particulares, mediante pagamento”.
Para crianças menores de 6 meses, que não podem tomar a vacina, a melhor proteção é vacinar os adultos e as crianças da casa (especialmente a mãe, se estiver amamentando, já que os anticorpos passam para o bebê).
“É evidente que a vacinação é uma questão de escolha.
Mas há cada vez mais evidências de que uma grande quantidade de internações de
crianças em idade escolar está relacionada à gripe, de modo que tentar evitar
essas internações seria aconselhável. Além disso, complicações comuns da gripe
em crianças são a otite e a pneumonia grave, duas condições muito angustiantes
para crianças e para os pais”, conta o médico, membro do Departamento de
Pediatria Ambulatorial da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
A seguir o médico
responde dúvidas muito comuns sobre a vacinação contra a gripe, confira:
1.
A vacina protege contra resfriados também?
“Infelizmente não. Há
uma grande variedade de vírus que podem causar sintomas semelhantes, como
tosse, febre, dores, e, infelizmente, a vacinação não pode proteger contra
todos eles. Mas nós sabemos que ela é eficaz contra os vírus que causam um
número significativo de doenças durante o período de inverno – Influenza A e
B”, diz Chencinski.
2.
Será que a vacinação pode suprimir o sistema
imunológico das crianças?
“As crianças estão
expostas a centenas de milhares de bactérias e vírus todos os dias, por isso os
seus sistemas imunológicos podem lidar com a vacinação contra a gripe com
tranquilidade. Dar a vacina não terá um efeito adverso sobre o sistema
imunológico. A formação do sistema imunológico das crianças se completa apenas
entre 2 e 3 anos de idade”, explica o pediatra.
3.
Existem efeitos colaterais associados com a
vacina?
“Dor no local da
picada, febre e indisposição podem ser efeitos dessa vacina, assim como em
muitas outras aplicadas nos calendários públicos e da Sociedade Brasileira de
pediatria (SBP). Mas ela não causa gripe, por ser fabricada com partes do vírus
morto, sendo que até as gestantes podem e devem tomar essa vacina”, esclarece o
homeopata.
4.
A vacina contra a gripe é segura?
“Sim. Apesar dos boatos de que a vacina provocaria a
doença, isso é um mito, já que ela é feita apenas com partículas virais,
depois que o vírus foi morto e fragmentado. Não há nada vivo dentro da vacina
que seja capaz de se multiplicar e levar à gripe. Por isso, até as grávidas
podem receber a imunização com segurança”, informa Chencinski. Os grupos prioritários para receber
a imunização gratuitamente pelo SUS são profissionais da saúde, indígenas,
grávidas, crianças de 6 meses até 5 anos, puérperas (até 45 dias após o parto),
idosos com 60 anos ou mais, portadores de doenças crônicas e a população
carcerária, devido à alta capacidade de transmissão do vírus
5.
Se meu filho tomou a vacina no ano passado, ele não
está protegido?
“Não. Isso porque a imunização está garantida
apenas por um período de 6 a 8 meses. Por essa razão é necessário receber a
dose todos os anos. Estudos mostram que quem já toma a vacina da gripe
regularmente, há alguns anos, tem uma proteção melhor do que aquelas pessoas
que estão começando a ser vacinadas agora. Mas isso não descarta a necessidade
de tomá-la anualmente”, esclarece o pediatra.
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