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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

No Dia Nacional de Combate ao Câncer, especialista alerta sobre a importância da vacina contra o HPV para mulheres em idade fértil




Ginecologista da Faculdade de Medicina de Sorocaba (PUC-SP) lembra que, independentemente da idade, a vacinação está atrelada à vida sexual ativa
A proteção contra o câncer do colo do útero, o segundo tipo de neoplasia com maior incidência na mulher brasileira, e um dos mais letais da atualidade, deve cada vez mais fazer parte da rotina de prevenção ginecológica. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, a estimativa para o ano de 2014 é de 15.590 novos casos desse tipo de câncer em nosso país.
Esse ano o Brasil avançou nesse quesito graças à vacinação gratuita oferecida pelo Governo para meninas entre 11 e 13 anos. Mais do que orientar e preservar a saúde das filhas, as mães também precisam estar atentas para o problema. Isso porque, mulheres de todas as idades, podem e devem se imunizar contra o vírus HPV.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 70% das mulheres terão contato com o HPV em algum momento de suas vidas. “A infecção persistente pelo HPV oncogênico é diretamente responsável pelas lesões pré neoplásicas e pelo câncer do colo uterino e, apesar da vacinação ter como público alvo as meninas com idade inferior a 14 anos, preferencialmente antes do início da atividade sexual, a imunização pode e deve ser feita em mulheres de todas as idades”, explica o ginecologista Eduardo Coscia, professor assistente da Disciplina de Ginecologia da Faculdade de Medicina de Sorocaba e especialista em Oncologia Ginecológica pelo Instituto Brasileiro de Controle do Câncer.
Outros fatores de risco também são importantes para o desenvolvimento da doença, como por exemplo o hábito do tabagismo, sistema imunológico comprometido, múltiplos parceiros sexuais, dieta inadequada e ainda a associação com outras doenças sexualmente transmissíveis.
A possibilidade de ampliação da faixa etária para a vacinação contra HPV é uma novidade e está disponível no mercado privado desde 2013 através da vacina contra HPV oncogênico 16 e 18. Até então somente mulheres com idade inferior a 26 anos podiam ser vacinadas. Hoje não há mais esse limite superior de idade para a vacinação, que pode então ser oferecida a todas as meninas e mulheres acima de 9 anos.
Outro ponto importante esclarecido pelo especialista é a teoria de que a infecção pelo HPV pode ocorrer mais de uma vez. “Há mais de 100 diferentes tipos de HPV. Destes, aproximadamente 15 são considerados de alto risco para o desenvolvimento do câncer do colo do útero, sendo os subtipos mais frequentes os de número 16, 18, 31 e 45”.
Apesar dos excelentes resultados de eficácia de prevenção com a vacinação contra HPV, de acordo com o Dr Coscia deve-se salientar a importância do uso de preservativo em todas as relações sexuais com objetivo de amplificar a proteção contra a infecção pelo HPV e também contra o contato com outros vírus de transmissão pelo contato sexual. Também é importante afirmar à população que os exames preventivos anuais, especialmente a coleta de colpocitologia oncótica (exame de Papanicolau) devem ser continuados normalmente.

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