Ginecologista da Faculdade de Medicina de
Sorocaba (PUC-SP) lembra que, independentemente da idade, a vacinação está
atrelada à vida sexual ativa
A proteção contra o câncer do colo do útero, o segundo tipo
de neoplasia com maior incidência na mulher brasileira, e um dos mais letais da
atualidade, deve cada vez mais fazer parte da rotina de prevenção ginecológica.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, a estimativa para o ano de 2014 é
de 15.590 novos casos desse tipo de câncer em nosso país.
Esse ano o Brasil avançou nesse quesito graças à vacinação
gratuita oferecida pelo Governo para meninas entre 11 e 13 anos. Mais do que
orientar e preservar a saúde das filhas, as mães também precisam estar atentas
para o problema. Isso porque, mulheres de todas as idades, podem e devem se
imunizar contra o vírus HPV.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 70% das
mulheres terão contato com o HPV em algum momento de suas vidas. “A infecção
persistente pelo HPV oncogênico é diretamente responsável pelas lesões pré
neoplásicas e pelo câncer do colo uterino e, apesar da vacinação ter como
público alvo as meninas com idade inferior a 14 anos, preferencialmente antes
do início da atividade sexual, a imunização pode e deve ser feita em mulheres
de todas as idades”, explica o ginecologista Eduardo Coscia, professor
assistente da Disciplina de Ginecologia da Faculdade de Medicina de Sorocaba e
especialista em Oncologia Ginecológica pelo Instituto Brasileiro de Controle do
Câncer.
Outros
fatores de risco também são importantes para o desenvolvimento da doença, como
por exemplo o hábito do tabagismo, sistema imunológico comprometido,
múltiplos parceiros sexuais, dieta inadequada e ainda a associação com outras
doenças sexualmente transmissíveis.
A possibilidade de ampliação da faixa etária para a vacinação
contra HPV é uma novidade e está disponível no mercado privado desde 2013
através da vacina contra HPV oncogênico 16 e 18. Até então somente mulheres com
idade inferior a 26 anos podiam ser vacinadas. Hoje não há mais esse limite
superior de idade para a vacinação, que pode então ser oferecida a todas as
meninas e mulheres acima de 9 anos.
Outro
ponto importante esclarecido pelo especialista é a teoria de que a infecção
pelo HPV pode ocorrer mais de uma vez. “Há mais de 100 diferentes tipos de
HPV. Destes, aproximadamente 15 são considerados de alto risco para o
desenvolvimento do câncer do colo do útero, sendo os subtipos mais frequentes
os de número 16, 18, 31 e 45”.
Apesar dos excelentes
resultados de eficácia de prevenção com a vacinação contra HPV, de acordo com o
Dr Coscia deve-se salientar a importância do uso de preservativo em todas as
relações sexuais com objetivo de amplificar a proteção contra a infecção pelo
HPV e também contra o contato com outros vírus de transmissão pelo contato
sexual. Também é importante afirmar à população que os exames preventivos
anuais, especialmente a coleta de colpocitologia oncótica (exame de
Papanicolau) devem ser continuados normalmente.
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