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quarta-feira, 27 de novembro de 2019

O que não entra em férias...


A aproximação do final do ano gera grande expectativa nas crianças e adolescentes, que começam a planejar suas férias e a pensar numa nova rotina. Entre os assuntos e temas prediletos, muitas vezes estão a companhia dos amigos da escola e a própria escola. Mais ou menos o que os pais fazem quando estão longe dos filhos e passam uma boa parte do tempo, ou quase todo ele, falando dos filhos.

É comum encontrarmos mães e pais que, no último dia de aula, voltam o olhar para a professora e lançam as seguintes questões: “A colônia de férias aqui da escola começará quando?” Considerando que estamos diante de um intervalo escolar longo, o que colocar no lugar? Como preencher esse tempo? Há pais preocupados com a ociosidade de seus filhos e já pensam na "ginástica" que deverão fazer para ocupar esse período livre. 

Férias para quem? Recesso do quê?

As perguntas que fazemos sobre como ocupar esse período podem estar arraigadas a uma cultura de produção, que tem como foco a quantidade e a velocidade recorde com que tudo acontece. O tempo em que não se "produz" preocupa, incomoda, gera ainda mais angpustias. Mesmo criticando esse contexto, muitas vezes olhamos para nossos filhos e sugerimos que aproveitem o mês de férias para colocar tudo em dia, como fazemos com o nosso tempo livre, nos preparando para outro tempo e não vivendo o tempo que nos é presenteado. Preparar-se? Antecipar? Colocar em dia?

Precisamos orientar nossas crianças sobre como desfrutar o tempo livre. O sociólogo Domenico de Masi, que designou esse tempo de "ócio criativo", nos alerta para o fato de que hoje as máquinas podem realizar grande parte dos trabalhos que, até há bem pouco tempo, necessitavam da força física do homem. Assim sendo, restaram ao homem as atividades criativas. O mundo precisa de pessoas que dêem férias para tudo que funciona com o piloto automático, dando espaço para as manifestações criativas. Pessoas com habilidades de investigação, que busquem a construção de novos significados, em que o investimento do tempo esteja a serviço de um pensamento crítico, criativo e cuidadoso. Crítico no conhecimento, criativo na atuação e cuidadoso com a humanidade.

À escola cabe dar subsídios às crianças e adolescentes para o desenvolvimento dessas habilidades, mostrando que as relações que estabelecemos com o conhecimento partilhado no colégio estão em sintonia com esse mundo e nos mobilizam ainda mais, quando estamos fora dele, a exercitar um olhar que interroga, investiga, opina, pensa em contrapontos, o tempo todo, sem tirar férias!

A nós, adultos, cabe lembrar que estas habilidades são desenvolvidas, também, por meio da literatura, da música, do teatro, do cinema, de encontros sem cronômetro, de olhares suspensos, de orelhas que não se cansam de escutar, do bolo saboreado, do almoço mais demorado, do computador desligado, da televisão assistida a dois, de um mundo de injustiças também conversado.

Interrogar, opinar, pensar em contrapontos, criar novas possibilidades de relações com as pessoas e com o mundo, colocam de férias permanentes a passividade, a repetição e o desencontro e convocam para ação sujeitos ativos, marcados pelos valores do encontro, da solidariedade, do compromisso ético, que saem de férias conosco!





Antoniella Cavassin - coordenadora do Ensino Fundamental Anos Iniciais do Colégio Marista Santa Maria e Danielle Barriquello é coordenadora do Ensino Fundamental Anos Iniciais da Rede Marista de Colégios

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

O que não entra em férias...


A aproximação do final do ano gera grande expectativa nas crianças e adolescentes, que começam a planejar suas férias e a pensar numa nova rotina. Entre os assuntos e temas prediletos, muitas vezes estão a companhia dos amigos da escola e a própria escola. Mais ou menos o que os pais fazem quando estão longe dos filhos e passam uma boa parte do tempo, ou quase todo ele, falando dos filhos.

É comum encontrarmos mães e pais que, no último dia de aula, voltam o olhar para a professora e lançam as seguintes questões: “A colônia de férias aqui da escola começará quando?” Considerando que estamos diante de um intervalo escolar longo, o que colocar no lugar? Como preencher esse tempo? Há pais preocupados com a ociosidade de seus filhos e já pensam na "ginástica" que deverão fazer para ocupar esse período livre. Férias para quem? Recesso do quê?

As perguntas que fazemos sobre como ocupar esse período podem estar arraigadas a uma cultura de produção, que tem como foco a quantidade e a velocidade recorde com que tudo acontece. O tempo em que não se "produz" preocupa, incomoda, gera ainda mais angpustias. Mesmo criticando esse contexto, muitas vezes olhamos para nossos filhos e sugerimos que aproveitem o mês de férias para colocar tudo em dia, como fazemos com o nosso tempo livre, nos preparando para outro tempo e não vivendo o tempo que nos é presenteado. Preparar-se? Antecipar? Colocar em dia?

Precisamos orientar nossas crianças sobre como desfrutar o tempo livre. O sociólogo Domenico de Masi, que designou esse tempo de "ócio criativo", nos alerta para o fato de que hoje as máquinas podem realizar grande parte dos trabalhos que, até há bem pouco tempo, necessitavam da força física do homem. Assim sendo, restaram ao homem as atividades criativas. O mundo precisa de pessoas que dêem férias para tudo que funciona com o piloto automático, dando espaço para as manifestações criativas. Pessoas com habilidades de investigação, que busquem a construção de novos significados, em que o investimento do tempo esteja a serviço de um pensamento crítico, criativo e cuidadoso. Crítico no conhecimento, criativo na atuação e cuidadoso com a humanidade.

À escola cabe dar subsídios às crianças e adolescentes para o desenvolvimento dessas habilidades, mostrando que as relações que estabelecemos com o conhecimento partilhado no colégio estão em sintonia com esse mundo e nos mobilizam ainda mais, quando estamos fora dele, a exercitar um olhar que interroga, investiga, opina, pensa em contrapontos, o tempo todo, sem tirar férias!

A nós, adultos, cabe lembrar que estas habilidades são desenvolvidas, também, por meio da literatura, da música, do teatro, do cinema, de encontros sem cronômetro, de olhares suspensos, de orelhas que não se cansam de escutar, do bolo saboreado, do almoço mais demorado, do computador desligado, da televisão assistida a dois, de um mundo de injustiças também conversado.
Interrogar, opinar, pensar em contrapontos, criar novas possibilidades de relações com as pessoas e com o mundo, colocam de férias permanentes a passividade, a repetição e o desencontro e convocam para ação sujeitos ativos, marcados pelos valores do encontro, da solidariedade, do compromisso ético, que saem de férias conosco!






Antoniella Cavassin - coordenadora do Ensino Fundamental Anos Iniciais do Colégio Marista Santa Maria e Danielle Barriquello - coordenadora do Ensino Fundamental Anos Iniciais da Rede Marista de Colégios.


segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Deixe as crianças brincarem



Pediatras devem prescrever brincadeiras para crianças pequenas, recomenda a Academia Americana de Pediatria


Você lembra da sua própria infância? Você brincava de quê? Brincava na rua? Brincava com quem? Quais as suas brincadeiras favoritas? Continuando a série de perguntas: será que nossa cultura atual é menos amigável à natureza infantil? Será que hoje as crianças têm menos chances de brincar? Para tentar responder a tantas pergunta de pais e mães, a Academia Americana de Pediatria divulgou um documento oficial, em agosto, deste ano,  intitulado "O poder da brincadeira: o papel pediátrico do lúdico no desenvolvimento das crianças pequenas".

O documento caracteriza a brincadeira como intrinsecamente motivadora, envolvendo engajamento ativo e resultando em “descobertas alegres” na infância, reúne pesquisas de desenvolvimento e neurológicas extensivas sobre brincadeiras e tenta extrair algumas das descobertas específicas de desenvolvimento dos jogos repetitivos que fornecem “a alegria de poder prever o que vai acontecer”, além do controle dos impulsos. O documento recomenda fortemente que os pediatras encorajem o aprendizado lúdico de pais e bebês.  A "prescrição para brincar" deve ser feita, em todas as consultas de crianças saudáveis, ​​nos dois primeiros anos de vida.

“O documento é uma verdadeira declaração de valores porque muitos dos especialistas que estudam a importância do brincar sentem-se sitiados, mesmo quando novas pesquisas enfatizam sua importância no desenvolvimento infantil. Brincar está sendo visto como algo irrelevante e antiquado, hoje”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).

Vivemos em um clima onde os pais sentem que precisam programar cada minuto do tempo de seus filhos. Cerca de 30% dos jardins de infância, nos EUA, não têm mais recesso escolar.  Existe um velho ditado que diz que brincar é trabalho de crianças. E é mesmo! “Brincar é  um dos jeitos que elas aprendem e o modo como elas se desenvolvem. É importante entender como todos nós, pediatras, e especialmente os pais, podemos encorajar a brincadeira”, observa Chencinski.

De acordo com a declaração americana, as crianças desenvolvem as habilidades necessárias para viver no século XXI por meio das brincadeiras. São habilidades sociais e emocionais, que os ajudam a colaborar e inovar, que são cruciais para o mundo do trabalho na nova economia global.


Trabalho de pediatra, sim!

Uma meta fundamental na atenção primária pediátrica é fortalecer o relacionamento entre pais e filhos. E o brincar também é importante nessa área. Mesmo uma criança muito pequena se beneficia da prática. Quando uma criança de 3 meses sorri e um dos pais sorri de volta, esse tipo de atividades não é trivial. Esse ato é realmente importante para o desenvolvimento da linguagem e das habilidades emocionais infantis, como a capacidade de se revezar.

Relações estáveis ​​com os pais e outros cuidadores que são construídas por meio dessas interações também são importantes para ajudar as crianças a lidarem com o estresse e o trauma e evitar o que os pediatras americanos chamam, no documento, de “estresse tóxico”.

O documento entra em detalhes de pesquisas recentes que mostram que a brincadeira pode afetar o cérebro em desenvolvimento, tanto em sua estrutura básica, quanto em sua função, com mudanças que podem ser encontradas, tanto no nível molecular e celular, bem como no nível de comportamento e de função executiva.

“Há um verdadeiro papel pediátrico em apontar a real importância de brincar em muitos níveis. Os pais perguntam aos pediatras: o que eu faço com o meu filho? Quantas atividades ele deve fazer? Estou muito empolgado com o fato de endossar a ideia de receitar a brincadeira”, diz o médico.

O documento não trata de brincadeiras elaboradas. Ele aborda o brincar com utensílios domésticos comuns que as crianças podem descobrir e explorar, como colocar colheres e recipientes de plástico no chão e bater, para ver o que a criança faz com eles. 

O objetivo não é fazer com que os pais se sintam culpados ou torná-los especialistas em brincadeiras, mas sim orientá-los, durante as consultas, para que eles possam contribuir ludicamente com o desenvolvimento da criança – o que é um imperativo básico da atenção primária em Pediatria.

E há maneiras de trabalhar esse conceito durante a consulta médica: soprar bolhas de sabão para ajudar crianças com medo a se sentirem mais à vontade ou usar fantoches para demonstrar o que vai acontecer em um exame, por exemplo. Pode ajudar levar a família para a sala de espera e ver o que a criança faz com os brinquedos por lá.

“A declaração defende um currículo equilibrado no jardim de infância que não ignore o aprendizado divertido e não considere o tempo gasto em brincadeiras, recreios e férias, como tempo perdido. A aprendizagem lúdica significa apoiar a motivação intrínseca das crianças pequenas para aprender e descobrir, em vez de impor motivações extrínsecas, como as pontuações dos testes”, diz o médico.


O que os pais precisam fazer?

Dar aos pais um reforço positivo para o que eles já estão fazendo é o que mais ajuda, não os criticando pelo que eles não estão fazendo. “Passei muito tempo pensando em como poderíamos incentivar os pais a lerem para os filhos como parte da consulta de atenção primária. Escrevi sobre a importância dessa prescrição. Mas podemos, com sucesso, ‘prescrever a leitura e a brincadeira’, essenciais para uma infância saudável, quando os pais são tão ocupados?. Sim!”, defende o pediatra.

Há temas subjacentes cruciais que conectam todas essas ideias: a importância de interagir com as crianças, respondendo às suas sugestões e perguntas, o valor do “antiquado cara-a-cara” com os pais e com os cuidadores e a importância de ajudar as crianças a encontrarem uma variedade de experiências, que não são todas sobre telas, em um mundo que é cada vez mais virtual para pais e filhos.

“Uma ‘receita para brincar’ que eu poderia prescrever aos pais, no final de uma consulta, é apenas dizer: confie em seu senso comum. Como você pode compartilhar um pouco de alegria com seu filho enquanto ele está explorando o mundo? O objetivo não é realmente validar o que eu acho,  mas liberar os pais que estão se sentindo pressionados por uma cultura que diz não à brincadeira, uma cultura que diz  que as crianças precisam ter videogames especiais, um iPad, ou ainda, precisam ter cada minuto de tempo estruturado para ‘vencer na vida’”, explica o pediatra Moises Chencinski.

“O brincar é a parte mais importante da infância. É como as crianças se desenvolvem emocionalmente e cognitivamente. É como aprendem a falar! A declaração americana vem para ajudar os pediatras e os pais a entenderem a importância desse ato”, acredita o médico.






Moises Chencinski

Site: http://www.doutormoises.com.br

Email: fale_comigo@doutormoises.com.br




sábado, 21 de janeiro de 2023

Estudo mostra aumento de 20% nos divórcios entre os meses de novembro, dezembro e janeiro

O levantamento feito pela Forum Hub, cruzou o número de pedidos de divórcio em cartório com mais de duas mil solicitações recebidas na base da empresa durante o período 


Um estudo feito pela Legaltech Forum Hub, plataforma que conecta clientes a profissionais do direito, mostra que os meses de novembro, dezembro e janeiro, são desafiadores para os casais. No período, segundo dados levantados pela startup, o número de pedidos de divórcios chegam a crescer 20%. O levantamento comparou dados dos últimos três anos fornecidos pelos cartórios brasileiros com a busca de pedidos de aconselhamento legal ligados ao tema na própria plataforma.

Entre os fatores que apontam para principais causas dos meses de novembro, dezembro e janeiro representarem a época do ano em que mais pessoas se divorciam está o aumento do número de horas que as família passam juntas, por serem meses de férias - esse cenário também foi potencializado nos anos em que as restrições sociais da pandemia eram mais severas -  e as resoluções para início do novo, período de maior reflexão para metas, promessas e mudanças. 

Para Patrícia Carvalho, CEO e cofundadora da Fórum Hub, o movimento só pode ser percebido com o cruzamento de informações e construção de banco de dados "Geralmente, dados assim ficam pulverizados e não conseguimos identificar o que de fato está acontecendo. Quando juntamos essas informações é possível perceber o movimento dos casais nessa época e como a busca por pedidos de divórcio são potencializadas", afirma.

Quando o desejo de separação fica evidente entre o casal, entra em cena as medidas judiciais que dão sequência ao divórcio, nesse sentido, Carvalho orienta buscar suporte de um advogado especializado para o casal - nada de colocar advogados para representar cada parte, tornando um processo tão sensível ainda mais complicado - um advogado ou até mesmo conciliador pode ancorar os desejos individuais e encontrar um ponto comum para essa dissolução. 

 

Como a comunicação entre o casal pode ajudar a evitar o divórcio?

Quando um relacionamento começa é natural que a comunicação flua naturalmente e sem desgastes, sendo repleta de muito carinho, amor e respeito. No entanto, às vezes, isso pode se perder com o passar do tempo e a rotina, os problemas conjugais, as contas e até a chegada dos filhos, podem se tornar motivos para que o divórcio comece a ser enxergado como o único caminho entre um casal. 

No entanto, especialistas afirmam que existem ferramentas que podem ser fundamentais para colaborar com a aproximação do casal. É o caso da Comunicação Não-Violenta, uma prática que ajuda pessoas a se conectarem, a se entenderem melhor e, por consequência, a terem relações mais leves e duradouras. 

Quando pensamos em comunicação violenta, logo nos vem à cabeça atritos e discussões, mas, a especialista no tema, sócia e facilitadora do Instituto CNV Brasil, Flávia Amorim, explicou que em um relacionamento, as discussões não são a única maneira de tornar a comunicação agressiva. 

“Muitas pessoas pensam que somente nas DRs, como são popularmente conhecidas as discussões entre casais é que acontecem conversas agressivas, no entanto, nem sempre é assim. Temos um padrão de comunicação violenta tanto quando escolhemos não responder a algo quanto quando entramos em  modo reativo. Nestes momentos as emoções ficam mais intensas e tanto o que dizemos quanto a forma como dizemos chegam para o outro como mensagens diferentes da que gostaríamos de enviar. Uma comunicação violenta pode acontecer também de maneira bem mais sutil e aparecer em momentos comuns da rotina do casal”, ressalta Flávia Amorim.

Segundo a especialista, a CNV é capaz de auxiliar na melhora dos conflitos, pois, fazendo uso da prática e aplicando no dia a dia, o casal consegue ter uma mudança não apenas na forma que falam sobre o que precisam, mas na forma como escutam. Dessa forma se torna possível compreender o que de fato o outro está dizendo e podem chegar juntas a soluções eficazes para a resolução de seus conflitos. 

Flávia  destaca que a CNV consegue ajudar na comunicação dos casais por meio de quatro focos de atenção que auxiliam na hora das conversas difíceis. 

  1. Foco de atenção nos fatos: 

Pergunte-se: o que de fato aconteceu? Quando falamos sobre fatos, em vez de histórias que nós contamos e julgamos sobre o outro, fica mais fácil reconhecermos uma realidade que todos enxergam igual. Isso diminui as chances da outra pessoa ficar reativa. É diferente dizer “nas últimas três noites você não desceu para passear com o cachorro” e dizer “você é um irresponsável, você nunca desce com o cachorro e eu que tenho que fazer tudo nessa casa”.

  1. Foco de atenção nas nossas necessidades:  é mais fácil fazer com que a outra pessoa me compreenda quando eu falo do que é mais importante para mim em uma situação. Por exemplo: "Contribuição e apoio são importantes para mim”. 
  2. Foco de atenção nos nossos sentimentos: os sentimentos são mensageiros das nossas necessidades que estão ou não atendidas. Então, se percebo que estou impaciente e ansiosa, é porque tem algo que é importante para mim que não está sendo cuidado. Escutar a mensagem dos sentimentos pode ser muito útil para evitar que incômodos se acumulem e para que possamos conversar sobre o que precisamos antes disso virar uma grande briga. 
  3. Foco de atenção nos pedidos: a ideia é fazer pedidos para que a outra pessoa saiba como ela pode contribuir com o que é importante para você. Então, no caso do cachorro, um pedido possível seria: 

“Podemos combinar os dias da semana em que você fica responsável por descer com o cachorro?”. Quanto mais específico o pedido, maior é a possibilidade de termos nosso pedido atendido na relação. 

“No momento de resolver a discussão de relacionamento, usar os focos de atenção da Comunicação Não-Violenta pode ser muito estratégico tanto para ser compreendido, quanto para compreender a outra pessoa. Então, na hora de contar a sua perspectiva, fale sobre o que de fato aconteceu, conte do que é mais importante para você e que você quer preservar naquela situação e faça pedidos específicos. Se você está em uma situação recorrente, por exemplo, você pode dizer "Quando cheguei em casa e notei que você não havia descido com o cachorro, fiquei preocupada e ansiosa, pois valorizo que nossos combinados sejam cumpridos e conto com isso para ter previsibilidade no meu dia. Você estaria disposto a conversar sobre nossos combinados?”, destaca a especialista. 

Flávia também explica que a hora de escutar também é importante para evitar conflitos em uma relação. 

“Quando for escutar a perspectiva do outro, escute com curiosidade se perguntando: o que será que é mais importante para a outra pessoa? O que ela gostaria que você fizesse que contribuísse para isso que ela precisa? Lembrando que queremos um diálogo e não dois monólogos, então, é necessário que as duas pessoas falem e tragam para a conversa o que é importante para cada uma delas”, finaliza a sócia e facilitadora do Instituto CNV Brasil. 


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