Entidades avaliam
que equipamentos são fundamentais para preservar as vidas das crianças
A PROTESTE Associação de Consumidores e a ONG Criança Segura
consideram lamentável a decisão do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), de
adiar o prazo para a exigência de cadeirinhas e assentos de elevação nos
veículos de transporte escolar. Por isso, as entidades pedirão ao Conselho a
definição de nova data para que a medida comece a vigorar, até junho de
2016.
Também é pedida a criação de comissão composta por
especialistas em segurança veicular, que apresentem soluções técnicas que
viabilizem a instalação dos dispositivos no transporte escolar para
cintos de segurança de dois e três pontos.
"Trata-se de um retrocesso, pois os acidentes
envolvendo estes veículos trazem consequências desastrosas para as vítimas e
suas famílias", critica Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da
PROTESTE.
As entidades avaliam que é fundamental garantir a segurança
das crianças por meio do uso de dispositivos que reduzam o risco de acidentes.
O uso das cadeirinhas é importante para evitar transtornos até mesmo aos
próprios condutores de transporte escolar.
"A forma mais segura de transportar crianças nos
veículos é na cadeirinha, pois ela é projetada de acordo com o tamanho da
criança para retê-la no veículo, distribuir a força da colisão de forma igual
pelo corpo e proteger partes frágeis do corpo da criança como cabeça, pescoço e
coluna. Mas é preciso que ela seja instalada corretamente para de fato garantir
a proteção da criança", alerta Gabriela Guida de Freitas, coordenadora
nacional da ONG Criança Segura.
A prorrogação da exigência dos equipamentos foi anunciada
pelo presidente do Contran, Alberto Angerami, em audiência no Senado nesta
quarta-feira (28). O motivo seria a necessidade de os fabricantes precisarem de
mais tempo para adaptar as cadeirinhas aos cintos de dois pontos, que voltarão
a ser permitidos. Em junho do ano passado, o Contran soltou a Resolução 533,
que determinou a obrigatoriedade dos dispositivos de segurança infantil para os
veículos de transporte escolar. Sua ausência pode acarretar em multa, retenção
do veículo e perda de sete pontos na carteira de habilitação do condutor.
Apesar de não haver dados oficiais do Ministério da Saúde ou
órgãos de trânsito sobre o número de mortes provocadas por acidentes envolvendo
veículos de transporte escolar, a PROTESTE e a Criança Segura entendem que é
necessário unir esforços para preservar a vida das crianças, por meio dos
dispositivos de segurança. Uma vida perdida por razões evitáveis é um grande
retrocesso.