Nutrólogo do Hospital Villa-Lobos
explica por que comer peixe faz tão bem à saúde
O aumento
no consumo de peixe durante a quaresma é um hábito que deveria estar mais presente
no cardápio dos brasileiros, independentemente da época do ano. De acordo com o
nutrólogo do Hospital Villa-Lobos, Alexandre Giffoni, o consumo de pelo menos
uma porção de peixe deve ser feito, no mínimo, duas vezes na semana. "A
porção satisfatória deve ser mais ou menos do tamanho da mão: um filé grande ou
duas postas de dourado, dois filés menores de salmão ou dois filés médios de
atum ou sardinha, por exemplo", explica o médico.
Além
de ser uma rica fonte de proteínas e possuir baixa gordura saturada, os peixes
são uma das principais fontes de ômega 3, principalmente as espécies de águas
profundas e frias. O especialista explica que o ômega 3 funciona como uma
gordura anti-inflamatória que, durante a gestação, auxilia na formação
neural, atuando nas primeiras ligações nervosas do feto, especialmente no
terceiro trimestre da gravidez e durante o desenvolvimento do bebê.
"Existem demonstrações no aumento de QI em crianças que fazem ingestão de
peixe ou ômega 3", esclarece o nutrólogo. Os peixes também possuem
vitamina D, essencial para a formação dos ossos e no desenvolvimento dos
processos metabólicos.
Segundos
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os brasileiros
estão ingerindo cada vez mais peixes, uma média de 14,5kg de pescado por
habitante/ano, superando o mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde
(OMS), de 12kg por habitante/ano. Os motivos desse aumento são as ações de
incentivo ao consumo, as preocupações com hábitos alimentares e com a saúde,
além das características culturais e geográficas que possibilitam e facilitam o
acesso a esse alimento.
Prevenção de Doenças
"A
ingestão de peixe auxilia na redução dos riscos de doenças cardíacas, como o
infarto, e doenças cerebrovasculares, como o AVC (acidente vascular
cerebral)", afirma o médico. Além disso, também pode combater a depressão
e a doença de Alzheimer.
Peixe Cru
Seguindo as
tradições da culinária japonesa, cada vez mais presente no Brasil, muitas
pessoas se alimentam também do peixe cru. Do ponto de vista nutricional, o
peixe cru é mais saudável, pois a proteína permanece intacta. Sem sofrer o
processo de aquecimento a utilização de seus nutrientes é potencializada, sem
grandes perdas como quando é grelhado ou assado. Porém, o médico alerta que os
pescados crus devem ter a correta manipulação e o armazenamento adequado
conforme a legislação sanitária, para evitar infecções e contaminações
indesejadas.