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terça-feira, 18 de junho de 2024

Flexibilidade, respeito e autonomia são estratégias para retenção de talentos

As relações de trabalho focadas no bem-estar dos seus colaboradores tendem a ganhar em talento e produtividade


De acordo com o estudo "Futuro do Trabalho: 20 Tendências para Você e Sua Empresa Navegarem," realizado pelo ManpowerGroup em parceria com O Futuro das Coisas, cerca de 40% das habilidades essenciais dos profissionais em geral podem mudar nos próximos cinco anos, exigindo que as empresas adotem uma abordagem proativa na capacitação de seus funcionários. Além disso, 70% dos trabalhadores preferem modelos híbridos de atuação, combinando a flexibilidade do trabalho remoto com a interação do ambiente físico. A pesquisa mostra ainda que 83% das empresas estão revisando suas estratégias de bem-estar para incluir suporte à saúde mental, refletindo uma mudança significativa nas prioridades organizacionais. 

De acordo com Bia Nóbrega, especialista em Desenvolvimento Humano e Organizacional com quase 30 anos de experiência, essas tendências revelam a importância de um olhar mais integrado e holístico para a gestão de talentos e a sustentabilidade dos negócios. “A transformação digital já aconteceu e as novas dinâmicas de trabalho estão redefinindo o comportamento do mercado. Por isso, as empresas precisam adotar estratégias que coloquem o bem-estar dos colaboradores no centro de suas operações. Flexibilidade, respeito e autonomia são fundamentais para retenção de talentos e produtividade”, diz.

Os dados mostram uma nova motivação para quem encara o mercado de trabalho. Cada vez mais, a compensação total está se tornando menos monetária. Ou seja, embora a remuneração ainda seja importante, os funcionários estão valorizando outros benefícios, como acordos flexíveis - especialmente entre pais, mães e outros cuidadores; oportunidades de educação e desenvolvimento de carreira e um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional. “As empresas que investem no bem-estar dos seus funcionários não só atraem, mas também retêm talentos que agregam valor, resultando em melhores resultados e satisfação no ambiente de trabalho”, completa a especialista.

A pandemia foi uma catalisadora desse novo ritmo, fazendo com que tendências que vinham se desenhando fossem aceleradas e colocando os negócios frente a desafios nunca antes imaginados. Se, há alguns anos, as empresas se planejavam para ingressar e imergir na transformação digital em um futuro próximo, agora, estratégias foram estruturadas e executadas em questão de meses.

“As empresas e os colaboradores se viram obrigadas a reavaliar suas prioridades e adaptar-se rapidamente às novas realidades. Essa mudança inclui a responsabilidade de criar uma presença mais holística e integrada com as comunidades e a sociedade”, pontua Bia. Considerando o cenário macroeconômico desafiador e a desigualdade exacerbada pela Covid-19 aumentaram a necessidade de um ambiente de trabalho que promova a saúde e o bem-estar. Grupos específicos, como mulheres e pessoas pretas, sentem de maneira ainda mais intensa os impactos, exigindo que as empresas adotem políticas de diversidade, inclusão e equidade.

O envelhecimento populacional e a inclusão de diversos grupos no mercado de trabalho são megatendências que oferecem tanto desafios quanto oportunidades. Essas ações não são apenas questões de responsabilidade social, mas também estratégias de negócios essenciais para manter os profissionais motivados. Empresas que não estão conscientes da importância desses temas enfrentam um futuro incerto em um mercado cada vez mais exigente e consciente. Além disso, as corporações se tornaram responsáveis por incentivar uma aprendizagem intencional, que ajude os profissionais a se manterem capacitados em um cenário de rápidas mudanças de habilidades essenciais. 

“As organizações vão precisar se dedicar a múltiplas jornadas: enquanto olham e solucionam os desafios do dia a dia, devem estar atentas em se reconfigurar para superar barreiras. É verdade que é uma questão de sobrevivência, mas vai muito além disso. Passamos por um novo espaço-tempo, com consequências de um período de pandemia e crise econômica e política, mas ainda pisando em ovos sobre uma instabilidade mundial e questões climáticas graves. Entender esses pilares significa também revisitar a contribuição da sua empresa com o planeta”, finaliza.




Bia Nóbrega - com mais de 25 anos de experiência como Executiva de Gente & Cultura e reconhecida como LinkedIn Top Leadership Voice, é uma especialista dedicada ao Desenvolvimento Humano e Organizacional. Sua trajetória profissional é marcada por liderar equipes em variados setores e empresas de diferentes tamanhos, além de conduzir projetos internacionais e enfrentar desafios complexos. A partir de 2019, Bia expandiu seu campo de atuação para incluir Experiência do Cliente, Excelência e Governança Operacional, utilizando Metodologias Ágeis para promover um crescimento sustentável. Atuando também como palestrante, mentora, conselheira, escritora e professora, Bia tem impactado inúmeras empresas e indivíduos, fornecendo orientações valiosas em temas como Liderança, Governança e Desenvolvimento Pessoal, sempre enfatizando o potencial ilimitado do ser humano.
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Gastos desnecessários com cuidados médicos supera US$25,7 bilhões por ano

Implementação de protocolos pode favorecer e mudar este cenário, aponta especialista

 

Os custos da cadeia de suprimentos continuam a aumentar e representam de 40 a 45% das despesas operacionais de sistemas hospitalares e de saúde, segundo a Gartner Research. Além disso, gastos desnecessários com produtos, operações e procedimentos relacionados atingem aproximadamente US$25,7 bilhões por ano, de acordo com uma análise anual da Navigant considerando apenas o sistema de saúde dos Estados Unidos.

Por isso, a padronização dos serviços em estabelecimentos de saúde é fundamental para garantir qualidade e segurança no atendimento aos pacientes. Os Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) desempenham um papel crucial nesse processo, proporcionando uniformidade e eficiência nas atividades diárias de clínicas, consultórios e hospitais.


Padronização dos serviços oferecidos

Os POPs são documentos que descrevem, de forma detalhada, as atividades a serem realizadas pelos profissionais de saúde. Eles incluem instruções específicas para cada tarefa, desde a recepção dos pacientes até os procedimentos médicos e administrativos. A padronização proporcionada pelos POPs garante que todas as ações sejam executadas de maneira uniforme, reduzindo erros e aumentando a eficiência.

O Dr. Éber Feltrim, especialista em gestão de negócios para a área da saúde e fundador da SIS Consultoria, destaca a importância dos POPs: “A implementação de procedimentos padronizados é essencial para a qualidade do atendimento. Isso não apenas melhora a segurança dos pacientes, mas também otimiza o tempo dos profissionais e aumenta a satisfação dos clientes”, ele enumera.


Simulação de uniforme para equipe

Além dos POPs, a padronização do uniforme da equipe é um aspecto importante que contribui para a profissionalização e a imagem do estabelecimento. Uniformes padronizados ajudam na identificação dos funcionários, transmitem uma imagem de organização e higiene, e podem até mesmo impactar positivamente a percepção dos pacientes sobre o serviço recebido.

Na visão de Dr. Feltrim, “a uniformização da equipe é um diferencial que pode aumentar a confiança dos pacientes. Quando todos os colaboradores estão devidamente identificados e vestidos de forma padronizada, a clínica ou hospital demonstra um compromisso com a excelência”, aponta.


Redução de custos e eficiência operacional

A Gartner, especializada em pesquisa e consultoria, estima que organizações de saúde podem reduzir os custos operacionais em 5% a 15% com um melhor planejamento e controle da gestão da cadeia de suprimentos.

Um exemplo notável de economia foi alcançado pelo Seattle Children’s Hospital, que obteve uma redução de 20% nos custos de suprimentos por caso após a implementação de cartões de preferência padronizados para apendicectomia laparoscópica. Além disso, um projeto maior de conversão de produtos na Intermountain Healthcare identificou 24.000 itens únicos em seu inventário de 100.000 linhas, usados por apenas uma instalação ou, em alguns casos, um único clínico. A iniciativa “Justify and Standardize” (Justificar e Padronizar) ajudou a Intermountain a reduzir linhas de pedidos e faturas, ajustar seu estoque e diminuir custos com base em maior utilização, resultando em uma economia de US$1,5 milhão.

Os números mostram como a adoção dos POPs é uma medida essencial para a profissionalização de clínicas, consultórios e hospitais. Essas práticas não só garantem a qualidade e segurança dos serviços prestados, mas também contribuem para a eficiência operacional e a satisfação dos pacientes.  



Dr. Éber Feltrim - Especialista em gestão de negócios para a área da saúde, começou a sua carreira em Assis (SP). Após alguns anos, notou a abertura de um nicho em que as pessoas eram pouco conscientes a respeito, a consultoria de negócios e o marketing para a área da saúde. Com o interesse no assunto, abdicou do trabalho de dentista, sua formação inicial, e fundou a SIS Consultoria, especializada em desenvolvimento e gestão de clínicas. Acesse https://eberfeltrim.com.br/



SIS Consultoria
Para mais informações, acesse o site ou pelo Instagram.

 

Programa de ideias de inovação: por que eles falham em muitas empresas?

Ideias inovadoras podem surgir de diversos lugres. Porém, muito além de incentivar esse compartilhamento entre os times, é dever das empresas fazerem com que se sintam reconhecidos por essa participação, mantendo seu engajamento e criando um ambiente cada vez mais favorável para essa colaboração. Nesse objetivo, um dos métodos mais investidos no mercado é o programa de ideias, um mecanismo extremamente vantajoso por si só, mas que acaba não trazendo os resultados esperados por certos erros cometidos pelos gestores que, se não forem revistos o quanto antes, tenderão a perder sua relevância e efetividade.

As empresas que optam por implementar um programa de ideias buscam, pelo menos em tese, aderir a um modelo de incentivo ao compartilhamento de sugestões pelas equipes que possam trazer resultados melhores ao negócio. Seja através de mudanças simples ou mais complexas em seus produtos, serviços, processos, métodos ou na combinação de mais de um desses aspectos, essa ferramenta promove uma gestão de inovação muito mais assertiva, coletando essas ideias e as transformando em insights que gerem valor à marca.

Porém, mais do que um mecanismo de gerenciamento que contribui para uma maior eficiência e produtividade, um bom programa de ideias defende um amplo protagonismo dos profissionais, os colocando como peças fundamentais para a implementação de propostas que tragam um melhor desempenho e resultados cada vez melhores.

Esse estímulo à participação é capaz de engajar as equipes em prol de uma mesma causa, além de contribuir para a conquista de muitos outros benefícios para suas operações. Segundo uma pesquisa realizada pela Gallup, como prova disso, profissionais engajados contribuem para aumentar a satisfação do cliente, possibilitando um volume até 20% maior de vendas. Além disso, o desempenho individual chega a um índice 147% superior.

Esses resultados, contudo, dependem, diretamente, de um reconhecimento contínuo por sua colaboração, mesmo que sua ideia não seja aproveitada e testada. Algo que, infelizmente, é não é cuidado de forma correta por muitas empresas.

No geral, existem dois tipos de programas de ideias que costumam ser implementados no mundo corporativo. O primeiro deles é o aberto, no qual, apesar de ser um modelo que engloba todos os departamentos visando a máxima participação de todos os times, a grande maioria das propostas serão destinadas a melhorar algum problema já existente no negócio e não em criar algo.

Já o segundo, conhecido como programa de desafios, é destinado a solucionar um problema em específico – algo que, apesar de favorecer a descoberta de uma resolução eficaz, é bem mais restrito quanto sua aplicação, possuindo um risco de gerar um certo desestímulo nos profissionais que não tiverem conhecimento sobre o tema e, portanto, não conseguirem contribuir com alguma ideia capaz de contribuir com a questão. Aqui, muito potencial criativo e inovador acaba sendo perdido.

Ambos os modelos são capazes de contribuir para o desenvolvimento de inovações radicais e a conquista de resultados excelentes, especialmente, pois existem muitas plataformas robustas de programas de ideias que permitem o cadastro dessas propostas e o acompanhamento de sua aplicação durante todas as etapas, em uma gestão da inovação muito mais assertiva e segura. Porém, na prática, um dos maiores erros que acabam impedindo esse cenário é a falta de feedback durante o processo.

Os profissionais são a peça-chave para o sucesso do programa de ideias, e precisam se manter engajados para que permaneçam colaborando ativamente nessa jornada motivados para a conquista destes resultados. Mas, é muito comum observar empresas que não fornecem nenhum retorno sobre sugestões que acabam não sendo aprovadas, deixando de explicar por que foram descartadas. Mesmo as que são selecionadas, um feedback positivo também tende a demorar, elevando o risco de desmotivação das equipes por não acompanharem, de perto, os próximos passos de suas sugestões.

É preciso que haja um processo bem mais delimitado na implementação dos programas de ideias, compreendendo que não adianta apenas contar com o apoio de uma plataforma sofisticada, sem que haja este cuidado minucioso acerca do engajamento e satisfação das equipes que são, de fato, as pessoas que irão propor suas visões que podem alavancar o desempenho das operações.

Na prática, isso significa que, além de contar com este investimento tecnológico, os feedbacks devem ser feitos periodicamente, independente da aprovação ou não de uma ideia. Ainda, existem muitos programas de reconhecimento que fornecem “recompensas” aos profissionais que mais colaborarem neste processo, sejam eles financeiros ou não. Todos esses cuidados, juntos, ajudarão que as empresas consigam usufruir, ao máximo, das vantagens possibilitadas por um programa de ideias, destravando o potencial criativo e inovador dos seus times e, consequentemente, de todo o negócio.

 

Alexandre Pierro - mestrando em gestão e engenharia da inovação, bacharel em engenharia mecânica, física nuclear e sócio fundador da PALAS, consultoria pioneira na ISO de inovação na América Latina.

 

Confiança dos empresários cai pelo segundo mês consecutivo e atinge menor patamar do ano, aponta FecomercioSP

 


 

Percepção em relação às condições econômicas atuais tem gerado insegurança entre os empreendedores

 

A confiança do empresariado paulistano registrou queda pelo segundo mês consecutivo. Em maio, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), caiu 0,9% em comparação a abril, passando de 108,9 para 107,9 pontos, o menor patamar de 2024 [gráfico 1]. O índice varia de 0 a 200 pontos, em que abaixo de 100 pontos reflete o sentimento de pessimismo dos empresários, ao passo que acima desse patamar aponta otimismo.

 

O resultado foi influenciado, principalmente, pelo Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), que despencou 6,1%, ao passar de 86,5 pontos, em abril, para 81,2 pontos, em maio. De acordo com a Federação, a queda e o sentimento de insatisfação podem estar relacionados tanto a fatores internos da empresa — como nível de endividamento, aumento de custos e desaceleração das vendas — como a aspectos macroeconômicos, como redução no ritmo de cortes da Selic ou, até mesmo, fim do ciclo, além de aumento de tributos visando ao equilíbrio das contas públicas.

 

[GRÁFICO 1]

ÍNDICE DE CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO DO COMÉRCIO (ICEC) 

Série histórica (12 meses) 

Fonte: FecomercioSP

 


 As perspectivas para o futuro também seguem caindo. O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) registrou leve queda de 0,3%, mas segue 2,3% acima do apurado em maio do ano passado.  

Por outro lado, o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC), variável que mede a disposição de realizar contratações ou investir na estrutura física da empresa, subiu 3,1% em relação ao mês de abril, passando de 114,2 para 117,7 pontos. O resultado foi puxado pelo subíndice que mede o sentimento dos empreendedores em relação ao nível de estoque, que avançou 5,4% — o que mostra uma gestão mais assertiva no último mês — e pelo índice de contratação de funcionários, que subiu 3,1%, provavelmente puxado pelo calendário de datas comemorativas (dias das Mães e dos Namorados).

 

Diante desse contexto, é importante que os empresários estejam atentos às expectativas e previsões econômicas, especialmente quanto às tendências do mercado e às projeções de custos e receitas. Uma gestão financeira sólida e proativa pode ser a chave para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades. A FecomercioSP orienta os empresários a entender a realidade financeira do negócio, renegociar termos com fornecedores, reduzir custos não estratégicos e investir em atividades para impulsionar as vendas com margens mais favoráveis.

 

EXPANSÃO DO COMÉRCIO MOSTRA SINAIS DE ESTAGNAÇÃO


O Índice de Expansão do Comércio no Município de São Paulo (IEC) registrou um aumento de 1,7% , passando de 103,8 pontos, em abril, para 105,5 pontos, em maio, o melhor resultado do ano [gráfico 2]. O avanço foi impulsionado, principalmente, pela expectativa de contratações de funcionários, que cresceu 3,1% .

Vale ressaltar, porém, que o índice tem flutuado em torno dos 105 pontos nos últimos meses, o que mostra sinais de estagnação, refletindo a cautela por parte dos empresários do comércio na hora de expandir os negócios.

 

[GRÁFICO 2]

ÍNDICE DE EXPANSÃO DO COMÉRCIO (IEC) 

Série histórica (12 meses) 

Fonte: FecomercioSP

 


 A expectativa é que o índice de expansão do comércio volte a subir de maneira mais consistente em um cenário de redução das taxas de juros e menor incerteza sobre os rumos da política econômica do País.

 

BOLETIM DE INVESTIMENTOS | PRINCIPAIS INDICADORES


 

Notas metodológicas


ICEC


O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) contempla a percepção do setor em relação ao seu segmento, à sua empresa e à economia do País. São entrevistas feitas em painel fixo de empresas, com amostragem segmentada por setor (não duráveis, semiduráveis e duráveis) e por porte de empresa (até 50 empregados e mais de 50 empregados). As questões agrupadas formam o ICEC, que, por sua vez, pode ser decomposto em outros subíndices que avaliam as perspectivas futuras, a avaliação presente e as estratégias dos empresários mediante o cenário econômico. A pesquisa é referente ao município de São Paulo, contudo sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.

 

IEC


O Índice de Expansão do Comércio (IEC) é apurado todo o mês pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos em expansão de seus negócios. A análise dos dados identifica a perspectiva dos empresários do comércio em relação a contratações, compra de máquinas ou equipamentos e abertura de novas lojas. Apesar de esta pesquisa também se referir ao município de São Paulo, sua base amostral abarca a região metropolitana. 




FecomercioSP
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Abono salarial PIS/Pasep 2024: saiba como investir pouco e determinar prioridades financeiras

Especialista em finanças compartilhar 5 dicas para utilizar o dinheiro extra


 

O Governo Federal anunciou que o pagamento do abono salarial PIS/Pasep está previsto para mais de 24,7 milhões de trabalhadores este ano. Aos nascidos em em julho e agosto será pago hoje, segunda-feira (17), sendo possível receber até R$ 1.412, equivalente ao salário mínimo atual, conforme tempo de trabalho com carteira assinada em 2022. A oportunidade é ideal para organizar as finanças e, se viável, investir parte do montante, assim assegurando uma reserva financeira.

 

Segundo Thaíne Clemente, executiva de Estratégias e Operações da Simplic, fintech de crédito pessoal 100% online, é necessário que os brasileiros comecem a observar seu consumo e mudar hábitos. “É um momento propício para reorganizar suas contas e redefinir prioridades. Uma vez que este dinheiro entra como um extra, é uma excelente oportunidade para começar a investir com segurança, mesmo com pouco", sugere Thaíne.

 

A especialista separou algumas dicas com incentivos para começar a se capitalizar, seja com a quantia que for. Confira:


 

Defina um objetivo ou tenha um bom motivo


Estabeleça o motivo pelo qual está poupando e entenda que poupar é abrir mão de certos “luxos” com o intuito de guardar um dinheiro a mais no final do mês, como possível garantia de conforto para um futuro breve ou de longo prazo. Seu objetivo pode ser comprar um carro, uma casa, fazer uma viagem ou simplesmente guardar pensando em uma reserva de emergência.


 

Tenha consciência do seu gasto fixo mensal


Ao começar o mês, já coloque na ponta do lápis os gastos essenciais mensais. Calcule também o quanto pode usar em 4 semanas para diversão e já tire o restante da conta corrente para não ter o risco de usar. Uma vez com essas anotações, passa a ser possível analisar se consegue cortar alguns desses gastos ou adiá-los, ajudando a juntar ainda mais a cada mês.


 

Defina um valor mensal para poupar


Depois de registrar as contas fixas, estabeleça um valor mensal confortável para retirar e, se possível, investir. Não importa se sejam apenas 50 reais, o importante é se educar e criar o hábito de poupar impreterivelmente todo mês. Se for possível reservar uma quantia além do valor estabelecido, melhor ainda. O que não pode acontecer é não reservar ou reservar menos do que o combinado consigo mesmo. Pense nele como uma dívida pessoal, com a diferença que este montante estará rendendo e se acumulando para você ao longo do tempo.

 


Faça um investimento


Não é recomendável guardar dinheiro vivo na gaveta ou separar uma conta poupança. Na gaveta, ele perde seu valor; na poupança, o rendimento é muito pequeno, geralmente abaixo da própria desvalorização da moeda. Mesmo assim, se essa for a alternativa mais acessível, já é melhor do que não guardar absolutamente nada.

 

O mais recomendado é fazer um investimento. Para isso, avalie seu perfil de investidor com um profissional da área, que irá te instruir sobre aportes seguros e acessíveis. A ideia é aplicar o dinheiro assim que receber a renda mensal.


 

Não crie novas dívidas e evite cartões de crédito


Policie-se para não incluir um novo gasto mensal desnecessário que coloque em risco o investimento estabelecido, ou, ainda pior, que se transforme em uma dívida. Além disso, evite ter o cartão de crédito como uma opção de fácil acesso. Assim, não se perde o controle daqueles gastos mensais registrados. A ideia é separar o dinheiro de cada data, conta ou “evento” e manter esse compromisso com você mesmo de maneira consistente e habitual.

 

 

Simplic

 

Turnover é bom ou ruim?


Há um componente perverso na gestão de recursos humanos que é considerar benéfico um determinado índice para efeito de oxigenação da empresa, de renovação de seu quadro e de injeção de novo ânimo. Vejam o quanto a aceitação de processos ineficientes e errados desde o início, no caso R&S, leva a raciocínios inadequados e de acomodação para melhor eficiência dos recursos empresariais. De um modo geral, considero que turnover é ruim, independentemente de sua natureza; é um índice de fracasso. E sendo assim, é uma oportunidade para se enfrentar a realidade e se buscar, de forma incessante, a reavaliação e a melhoria contínua de seus processos.

Se um turnover é uma das principais causas, ou mesmo a principal, de abertura de vagas, por que esse índice permanece quase insistentemente alto em tantas organizações? Como de hábito, em se tratando de recursos humanos, nada resulta de uma causa apenas, nem nada é definitivo; sempre há um conjunto de fatores. Mas para efeito de análise, precisamos separar alguns fatores que considero importantes.

Um tema ainda pouco abordado é a facilidade de demissão de funcionários como uma das principais causas de sobrecarga da gerência de R&S. O pensamento dominante de um gestor é “estou com pressa, admito o melhor que der porque não tenho tempo e estou sobrecarregado; se não der certo, eu demito”. E aí começa tudo novamente. Esse comportamento é muito pouco exposto e discutido nas empresas de forma geral, embora seja fundamental debatê-lo e combatê-lo, pelo menos assim considero.

De início já se determina um desperdício constante de recursos com verbas demissionárias, verbas de seleção, de integração, treinamento e remuneração. De forma muito frequente, quando se vai ao mercado em busca de recursos humanos, é necessário pagar o preço de mercado por eles. Com isso, perde-se a normal progressão de remuneração, definida para um determinado nível hierárquico. Há efeitos disso sobre o “moral da tropa”, por assim dizer. Quantos não são os ambientes empresariais em que há um sentimento de que a “prata de fora é mais valorizada do que a prata da casa”.

A outra face cruel do turnover é a enorme pressão sobre aqueles que ficam, normalmente a massa de “carregadores de piano” que conhecem a empresa, que não são tão cobiçados pelo mercado de trabalho, mas que dão contribuições constantes e satisfatórias à organização.

O turnover ou rotatividade também tem relação com a perda de eficiência das empresas. Os clientes se ressentem muito da excessiva troca de pessoas que os atendem. Pessoas e processos ligados direta ou indiretamente aos clientes também se ressentem dessa troca. Como podemos aceitar isso? Não há nenhuma lógica ou raciocínio que justifique esse comportamento, a não ser a ideia de procurar trilhar o caminho mais fácil em vez do caminho mais correto.

 

(Trecho adaptado do livro “Eu odeio funcionário!”)

 

Armando Bordallo - economista, consultor e autor do livro "Eu odeio funcionário!"

 

Cilada digital para crianças: como ensinar os pequenos a se protegerem

95% de crianças e adolescentes usam internet no Brasil; especialista aponta quatro dicas para incentivar e ensinar uma navegação mais segura nas redes
 

A maioria das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos, hoje, já acessam a internet. No Brasil, são 95% delas, segundo o estudo TIC Kids Online. Ainda que os jovens estejam um pouco mais conscientes dos perigos online sobre golpes, cyberbullying e exposição a conteúdos inapropriados - 87% estão discutindo com seus familiares sobre o tema, de acordo com Pesquisa Anual Global da Microsoft - muitos pais não estão incentivando esse diálogo ativamente. Dessa forma, diversas crianças podem estar indefesas frente a esse cenário. 

"Ensinar crianças e adolescentes sobre segurança online é importante para capacitá-los a navegar de forma responsável e prudente na internet. Ao fornecer-lhes as habilidades e os conhecimentos necessários para proteger sua privacidade, identificar riscos e comportar-se de maneira ética, estamos ajudando a construir uma geração de usuários digitais conscientes”, comenta Henrique Nóbrega, diretor fundador da Ctrl+Play, escola de programação e robótica para jovens de 7 a 17 anos. 

Pensando nisso, o especialista aponta orientações para os pais ajudarem seus filhos a navegarem seguros na web. Confira:

 

Conscientizar sobre os riscos

É preciso começar a educação sobre segurança com uma conversa aberta sobre os vários perigos que eles podem enfrentar na internet, como cyberbullying, fraudes, divulgação de informações pessoais e exposição a conteúdos inadequados. Essa conscientização é o ponto de partida para que os jovens entendam os perigos e saibam identificá-los para agir e se protegerem durante a navegação.

 

Falar de privacidade

Preservar a privacidade é essencial para uma navegação prudente. Isso envolve instruí-los sobre como ajustar adequadamente as configurações de privacidade nas redes sociais, evitar divulgar dados pessoais sensíveis, evitar divulgação de fotos para desconhecidos e identificar tentativas de phishing, entre outras fraudes. Explicar as consequências, como a utilização indevida dessas informações, facilita entender os motivos do cuidado.

 

Gerenciar senhas e segurança de contas

Os adolescentes e as crianças precisam receber orientação e acompanhamento na hora de criar senhas robustas e exclusivas para suas contas online. Isso implica também em adotar a autenticação em duas etapas sempre que viável, e ensinar sobre como identificar e denunciar atividades suspeitas. 

Não existe uma idade "certa" para deixar as crianças terem contas nos sites e plataformas que desejam, mas o ideal é que um responsável tenha acesso e controle. A melhor solução não é proibir, e sim monitorar.
 

Ter um diálogo aberto e contínuo

Por último, é crucial manter uma comunicação franca e regular com os jovens sobre segurança na internet. Vale criar um espaço de acolhimento, se mostrar disponível para oferecer orientação e incentivá-los a compartilhar com os responsáveis as suas experiências, dúvidas e preocupações. 

“Pais, educadores e outros adultos de confiança desempenham um papel vital ao fornecer orientação e suporte aos jovens durante sua jornada no mundo digital, que tem muitos lados positivos a oferecer”, finaliza o diretor da Ctrl+Play.

 

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Governo de SP reforça políticas públicas para pessoas com TEA

Ações intersecretariais são destaques no Dia do Orgulho Autista

 

Em celebração ao Dia do Orgulho Autista, em 18 de junho, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPcD) reforça as principais ações conjuntas entre órgãos do Governo do Estado de São Paulo. As medidas visam a identificação, orientação e cuidados de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

 

No ano passado, durante o mês de Conscientização do Autismo, foi assinado pelo governador Tarcísio de Freitas o Decreto 67634,  instituindo o Plano Estadual Integrado para Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (PEIPTEA) definindo ações das  Secretarias de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência; da Saúde (SES); da Educação (Seduc-SP) e de Desenvolvimento Social (SEDS) para efetivar políticas públicas e implementar cuidados para cerca de 460 mil pessoas com TEA.

 

Outra iniciativa sancionada pelo governador foi a promulgação da lei estadual 17.897/2024, que institui o cordão de girassol como símbolo para facilitar o reconhecimento de pessoas com deficiências não visíveis (link do nosso site com a lei).

 

“Ter um governo que desenvolve políticas públicas para as pessoas com deficiência é fundamental para garantir que todos tenham acesso a oportunidades justas e um ambiente de respeito e dignidade. Estamos dedicados a promover ações que celebrem as capacidades e o potencial de cada indivíduo. O Dia do Orgulho Autista reafirma o compromisso desta gestão em construir uma sociedade inclusiva e equitativa”, ressalta o secretário de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Marcos da Costa.

 

Confira abaixo as políticas públicas desenvolvidas pelo Governo de SP para pessoas com TEA.

 

CipTEA: Com objetivo de facilitar o acesso a serviços públicos e privados para pessoas com TEA com atendimento adequado. O documento pode ser solicitado on-line, no portal ciptea.sp.gov.br desenvolvido pela Prodesp ou nos postos do Poupatempo, sendo 27 que possuem salas sensoriais para melhor atendimento. Desde abril do ano passado, mais de 57 mil pessoas já emitiram a CipTEA.

 

Identificação Veicular: Para melhorar a segurança e o conforto deste público, a SEDPcD, o Detran-SP e a Secretaria de Gestão e Governo Digital (SGGD) criaram a Identificação Veicular. O selo, que inclui um QR Code atrelado à CipTEA para verificar sua autenticidade, alerta os motoristas sobre a presença de uma pessoa com autismo no veículo, incentivando uma condução mais cuidadosa e evitando o uso excessivo da buzina. Já são mais de 8 mil documentos emitidos e a solicitação também pode ser realizada no portal desenvolvido pela Prodesp: ciptea.sp.gov.br.

 

Guia TEA para escolas: Lançada durante a 1ª Jornada TEA, a cartilha fornece orientações para promover a inclusão de estudantes autistas nas escolas. O material foi distribuído para todas as unidades da rede estadual, beneficiando cerca de 20 mil estudantes com autismo, sobre temas como a inclusão nas escolas, a abordagem não-capacitista e mitos e verdades sobre o transtorno. Clique aqui para acessar o guia: (link para o guia)

 

Guia TEA para universidades: Para disseminar práticas inclusivas para pessoas autistas em ambientes acadêmicos, o material produzido pela Unesp foi enviado a mais de 400 instituições de ensino superior público e privado do Estado. A cartilha apresenta estratégias de como adaptar a pessoa com TEA neste ambiente, a importância da inclusão em ambientes de ensino, orientações sobre comunicação acessível, entre outros assuntos. Acesse o guia para mais informações: (link para o guia)

 

Pesquisa de Percepção sobre o TEA: Para compreender o conhecimento da população paulista sobre o autismo, a Fundação Seade realizou uma pesquisa em que mostra que a maioria dos paulistas reconhece os desafios enfrentados pelas pessoas com TEA, embora 72% ainda se considerem pouco informados sobre o tema. Clique aqui para acessar a pesquisa completa: (link pesquisa)

 

Equoterapia: Com o objetivo de ampliar a atividade que envolve a interação com cavalos e ajuda no desenvolvimento biopsicossocial das pessoas com TEA, a SEDPcD, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, assinaram uma resolução que autoriza a formação de um grupo de trabalho dedicado à expansão do serviço de equoterapia em todo o estado. O anúncio foi feito durante a 1ª Jornada TEA, realizada em abril pela pasta.

 

Centro de Referência e Atendimento Especializado às Pessoas com TEA: As unidades irão proporcionar um apoio integral às pessoas com autismo e suas famílias, dispondo atendimento psicossocial e médico, programas de inclusão social e esportiva, e terapias com animais. Promulgado no ano passado, a Lei Nº 17.744 autoriza a criação dos centros, medida que reforça o PEIPTEA. 

 

A SEDPcD está estudando a implementação de um Centro TEA em parceria com outras Secretarias, como Saúde, Educação e Desenvolvimento Social para promoção de qualificações e de pesquisas que beneficiem pessoas com autismo, familiares, entidades e profissionais que atuam no setor.



O medo do julgamento impede o julgamento

pexels
A sociedade dificulta a denúncia de casos de violência contra a mulher


Denunciar situações de abuso é um passo fundamental para que mais mulheres possam sair dessas terríveis circunstâncias e buscar justiça. "A Lei Maria da Penha é considerada uma das mais avançadas garantias de proteção à mulher no mundo, mas ainda há muito a ser feito para erradicar a violência doméstica. Mesmo hoje, muitas mulheres sofrem em silêncio e não denunciam seus agressores por medo ou falta de informação sobre seus direitos", diz a advogada criminal Adalgisa Mendes em seu livro O Diário de Uma Advogada Criminal.

E de acordo com a Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, realizada pelo Instituto DataSenado e o Observatório da Mulher contra a Violência, seis em cada dez mulheres que foram vítimas de violência praticada por homens não procuraram as autoridades de segurança para registrar o crime.

O estudo revela que, entre as 21,7 mil brasileiras consultadas, 30% afirmaram já ter sofrido algum tipo de violência doméstica ou familiar, mas apenas 40% delas registraram os episódios junto ao poder público. Esses números evidenciam uma preocupante subnotificação dos casos de violência contra a mulher.

Mas é sempre importante lembrar que não é tão simples fazer essa denúncia, já é difícil em casos de violência física imagine em casos de violência sexual, a sensação de humilhação, a reação e atitude de muitas pessoas quanto a isso não incentiva a exposição do problema, pois a mulher é muitas vezes punida por ser a vítima, a advogada criminalista Adalgisa Mendes além de trabalhar com esse tipo de situação teve uma experiência com a violência e relata isso em seu livro "O Diário de Uma Advogada Criminal" para ajudar a conscientizar outras mulheres que existe justiça e que elas não estão sozinhas, esse tipo de ação demonstra a necessidade de conscientização e informação para que as mulheres reconheçam e denunciem os abusos que sofrem.

"A baixa notificação formal dos casos de violência pode estar relacionada a diversos fatores. O medo de que a denúncia na delegacia possa resultar em mais violência, a descrença nas instituições e a falta de delegacias especializadas em algumas regiões do país são alguns dos motivos para essa baixa aderência às denúncias", diz a Adalgisa.

É necessário incentivar e apoiar as mulheres a denunciarem situações de abuso. A denúncia é o primeiro passo para que essas mulheres consigam sair dessas situações e buscar ajuda. Além disso, a denúncia contribui para a construção de políticas públicas e ações que visem enfrentar e prevenir a violência contra as mulheres.

Portanto, é essencial que as mulheres sejam informadas sobre seus direitos, tenham acesso a canais de denúncia seguros e confiáveis e recebam o apoio necessário para enfrentar e superar as adversidades. Juntos, podemos trabalhar para criar uma sociedade mais justa e segura para todas as mulheres.
É necessária coragem para enfrentar os obstáculos mais sombrios, desafiando as injustiças e cativando a resiliência, e quebre seu silêncio, você não está sozinha em suas lutas e nunca é tarde demais.

 

Adalgisa Mendes - Advogada criminalista
gimendesadvogada@gmail.com


Liderança feminina na saúde e na ciência é impacto para novas gerações

 Elas ocupam cargos de liderança, desafiam estereótipos e inspiram transformações profundas. Quem protagoniza esses avanços são médicas comprometidas em abrir caminho para um futuro mais promissor na saúde. O trabalho incansável dessas profissionais não apenas fortalece a equidade de gênero, mas também impulsiona uma cultura de inclusão e excelência que traz benefícios para toda a sociedade. As conquistas são muitas e cada vez mais figuras femininas assumem posições de destaque em hospitais que são referência nacional. 

O papel das mulheres na prestação de cuidados de saúde é imenso; elas estão à frente do atendimento a 5 bilhões de pessoas e contribuem com R$ 15,5 trilhões para a saúde global. No entanto, conforme o relatório da organização Women in Global Health, ainda temos um longo caminho a percorrer para alcançar a equidade de gênero. Embora representem 70% dos profissionais da linha de frente na saúde, as mulheres ocupam apenas 25% dos cargos de liderança. Mas essa busca pela representatividade precisa ir além da preocupação com as estatísticas, partindo do reconhecimento da capacidade profissional de cada mulher como indivíduo.

Inspirar meninas para carreiras de gestão, transformar estereótipos associados à profissão de cientista e dar visibilidade às realizações de mulheres em cargos de chefia são alguns dos desafios quando se fala sobre gênero e medicina. Nesse contexto, há a necessidade de um novo olhar para a forma como a ciência é comunicada. É preciso ver para crer que é possível conquistar espaços de destaque. As mulheres precisam ter referências a serem seguidas. Ver uma mulher realizando um trabalho relevante e memorável é inspirador para as novas gerações.

Em alguns hospitais, o cenário é bastante otimista. Há instituições que chegam a ter 70% dos cargos de liderança ocupados por mulheres. Um cenário que tem tudo para se tornar frequente. Isso porque o número de mulheres formadas em medicina deve superar o de homens ainda em 2024, segundo projeção do estudo Demografia Médica no Brasil, feito em parceria pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). O estudo aponta que, ainda este ano, o Brasil terá 50,2% de médicas. Será a primeira vez com maior presença feminina na área. Em 2022, a proporção era de 51,4% de médicos e 48,6% de médicas. Em 2009, o percentual de mulheres era de 40,5%, enquanto os homens representavam 59,5% do total de profissionais. 

Iniciar uma jornada em direção à igualdade é um compromisso e também um chamado para uma revolução de possibilidades. Mulheres, médicas, cientistas e líderes iluminam o caminho, ao mesmo tempo que inspiram uma geração inteira a desafiar limites e acreditar na força inesgotável de cada indivíduo, independentemente do gênero. Porque a verdadeira transformação começa quando todos têm a chance de brilhar, mostrando ao mundo o poder de suas singularidades e contribuições únicas. É hora de reconhecer o potencial e a riqueza que as mulheres líderes podem trazer para a mesa. Ao celebrarmos e capacitarmos as mulheres em suas jornadas, estamos investindo no progresso de toda a humanidade, rumo a um amanhã mais justo e próspero.

É crucial gerar e apoiar modelos que estimulem a diversidade, que incorporem uma perspectiva de gênero com foco no engajamento, reconhecimento e liderança feminina a medicina e produção científica. Apesar da variedade de contextos sociais e culturais, muitas são as semelhanças entre as inspirações e desafios enfrentados por essas profissionais na ciência. As mulheres são pioneiras da mudança, moldando um futuro de inclusão e avanços na saúde global. Sua resiliência e determinação são testemunhos vivos de uma competência excepcional. 

Desafiar a invisibilidade das mulheres é uma missão diária, especialmente em campos como a ciência, onde o reconhecimento é moldado pelas contribuições intelectuais. É fundamental questionar os estereótipos arraigados sobre liderança, forjados ao longo dos séculos e amplamente difundidos. Enquanto o líder masculino muitas vezes é associado à autenticidade e assertividade, a liderança feminina ainda é estereotipada como emotiva, amável, compassiva e benevolente. No entanto, as mulheres são muito mais do que isso. Elas são visionárias, resilientes, inovadoras e estrategistas natas, capazes de liderar com determinação, habilidade e sensibilidade, contribuindo de forma significativa para o progresso e a transformação de todas as esferas da sociedade. 

Não há espaço para retrocessos nesse movimento. As mulheres precisam se posicionar, acreditar em suas capacidades e comunicar-se com firmeza, buscando igualdade e respeito no ambiente hospitalar e científico. Hoje, inúmeras profissionais da saúde se destacam com trajetórias brilhantes, inspirando outras a acreditarem, persistirem e não desistirem de trilhar caminhos igualmente bem-sucedidos. Nós precisamos e podemos sonhar alto. Temos que traçar metas, perseguir nossos objetivos e persistir. Eles podem, sim, acontecer. 



Camila Hartmann - diretora técnica do Hospital Universitário Cajuru e cardiologista do Hospital São Marcelino Champagnat. Ela é pesquisadora e está à frente de um estudo sobre o impacto do coronavírus no coração.


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