Ideias inovadoras podem surgir de diversos lugres. Porém, muito além de incentivar esse compartilhamento entre os times, é dever das empresas fazerem com que se sintam reconhecidos por essa participação, mantendo seu engajamento e criando um ambiente cada vez mais favorável para essa colaboração. Nesse objetivo, um dos métodos mais investidos no mercado é o programa de ideias, um mecanismo extremamente vantajoso por si só, mas que acaba não trazendo os resultados esperados por certos erros cometidos pelos gestores que, se não forem revistos o quanto antes, tenderão a perder sua relevância e efetividade.
As empresas que optam por implementar um programa
de ideias buscam, pelo menos em tese, aderir a um modelo de incentivo ao
compartilhamento de sugestões pelas equipes que possam trazer resultados
melhores ao negócio. Seja através de mudanças simples ou mais complexas em seus
produtos, serviços, processos, métodos ou na combinação de mais de um desses
aspectos, essa ferramenta promove uma gestão de inovação muito mais assertiva,
coletando essas ideias e as transformando em insights que gerem valor à marca.
Porém, mais do que um mecanismo de gerenciamento
que contribui para uma maior eficiência e produtividade, um bom programa de
ideias defende um amplo protagonismo dos profissionais, os colocando como peças
fundamentais para a implementação de propostas que tragam um melhor desempenho
e resultados cada vez melhores.
Esse estímulo à participação é capaz de engajar as
equipes em prol de uma mesma causa, além de contribuir para a conquista de
muitos outros benefícios para suas operações. Segundo uma pesquisa realizada
pela Gallup, como prova disso, profissionais engajados contribuem para aumentar
a satisfação do cliente, possibilitando um volume até 20% maior de vendas. Além
disso, o desempenho individual chega a um índice 147% superior.
Esses resultados, contudo, dependem, diretamente,
de um reconhecimento contínuo por sua colaboração, mesmo que sua ideia não seja
aproveitada e testada. Algo que, infelizmente, é não é cuidado de forma correta
por muitas empresas.
No geral, existem dois tipos de programas de ideias
que costumam ser implementados no mundo corporativo. O primeiro deles é o
aberto, no qual, apesar de ser um modelo que engloba todos os departamentos
visando a máxima participação de todos os times, a grande maioria das propostas
serão destinadas a melhorar algum problema já existente no negócio e não em
criar algo.
Já o segundo, conhecido como programa de desafios,
é destinado a solucionar um problema em específico – algo que, apesar de
favorecer a descoberta de uma resolução eficaz, é bem mais restrito quanto sua
aplicação, possuindo um risco de gerar um certo desestímulo nos profissionais
que não tiverem conhecimento sobre o tema e, portanto, não conseguirem
contribuir com alguma ideia capaz de contribuir com a questão. Aqui, muito
potencial criativo e inovador acaba sendo perdido.
Ambos os modelos são capazes de contribuir para o
desenvolvimento de inovações radicais e a conquista de resultados excelentes,
especialmente, pois existem muitas plataformas robustas de programas de ideias
que permitem o cadastro dessas propostas e o acompanhamento de sua aplicação
durante todas as etapas, em uma gestão da inovação muito mais assertiva e
segura. Porém, na prática, um dos maiores erros que acabam impedindo esse
cenário é a falta de feedback durante o processo.
Os profissionais são a peça-chave para o sucesso do
programa de ideias, e precisam se manter engajados para que permaneçam
colaborando ativamente nessa jornada motivados para a conquista destes
resultados. Mas, é muito comum observar empresas que não fornecem nenhum
retorno sobre sugestões que acabam não sendo aprovadas, deixando de explicar
por que foram descartadas. Mesmo as que são selecionadas, um feedback positivo
também tende a demorar, elevando o risco de desmotivação das equipes por não
acompanharem, de perto, os próximos passos de suas sugestões.
É preciso que haja um processo bem mais delimitado
na implementação dos programas de ideias, compreendendo que não adianta apenas
contar com o apoio de uma plataforma sofisticada, sem que haja este cuidado
minucioso acerca do engajamento e satisfação das equipes que são, de fato, as
pessoas que irão propor suas visões que podem alavancar o desempenho das
operações.
Na prática, isso significa que, além de contar com
este investimento tecnológico, os feedbacks devem ser feitos periodicamente, independente
da aprovação ou não de uma ideia. Ainda, existem muitos programas de
reconhecimento que fornecem “recompensas” aos profissionais que mais
colaborarem neste processo, sejam eles financeiros ou não. Todos esses
cuidados, juntos, ajudarão que as empresas consigam usufruir, ao máximo, das
vantagens possibilitadas por um programa de ideias, destravando o potencial
criativo e inovador dos seus times e, consequentemente, de todo o negócio.
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