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quinta-feira, 13 de julho de 2023

Doenças na retina mais que dobram no Brasil

Alta miopia, infarto e diabetes são os maiores vilões.

 

Nossos olhos sentem quando a saúde vai mal, literalmente. Um levantamento do Instituto Penido Burnier extraído do banco de dados do SUS (Sistema Único de Saúde) mostra que as hospitalizações por doenças na retina, incluindo o descolamento, tiveram um aumento de 123% entre 2012 e 2022. No período passaram de 10.651 internações para 23.740.  Nos dois anos, a população masculina foi a mais atingida.

Em 2012 das internações por problemas na retina 5.824 (55%) aconteceram com homens e 4827 (45%) com mulheres. Já em 2022, a população masculina totalizou 12.816 (53%) e as mulheres com 8.784 (47%).

De acordo com o presidente do hospital, oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, o aumento das doenças na retina está relacionado a vários fatores de risco. Um deles é a alta miopia. “Isso porque, acima de 6 dioptrias ou graus o olho tem um comprimento maior que o normal, faz pressão sobre a retina que afina e pode romper”, pontua.  Traumas no olho durante a prática de esportes, diabetes ou hipertensão maligna que forma novos vasos na retina são outros fatores de risco relevantes, enumera.

 

Sintomas

Queiroz Neto explica que o descolamento é uma emergência, mas nem sempre apresenta sintomas. Por isso, a consulta oftalmológica periódica do alto míope não deve falhar. “A maioria dos descolamentos de retina acontecem depois dos 60 anos quando o vítreo do globo ocular sofre alterações, mas podem ocorrer também entre jovens. Quando há sintomas, os principais enumerados pelo oftalmologista são: enxergar flashes de luz, pequenos pontos pretos ou moscas volantes e uma cortina sobre a visão que indicam emergência em passar por consulta oftalmológica

 

Tratamento

Queiroz Neto afirma que quanto mais rápido é o atendimento médico maiores as chances de reabilitar a visão. Por exemplo, comenta, quando acontece uma ruptura da retina o descolamento pode ser prevenido com aplicação ambulatorial de laser ou crioterapia (congelamento) que sela a retina no fundo do olho.

As principais técnicas cirúrgicas para reabilitar o descolamento são:

·         Retinopexia convencional em que uma faixa flexível de silicone empurra a retina para a parede do olho.

·         Retinopexia pneumática que consiste em injetar uma bolha de no olho para empurrar a retina.

·         Vitrectomia em que o gel vítreo do olho é retirado e substituído por gás ou óleo de silicone

 

Outras causas

Uma outra causa de acometimento súbito da retina é o infarto. Queiroz Neto explica que a retina é uma membrana altamente vascularizada e o infarto provoca interrupção do fluxo sanguíneo quando se rompe uma das placas de gordura depositada nas coronárias. “Os maiores inimigos do coração e dos olhos são o tabagismo e o colesterol alto, pontua. O especialista ressalta que as alterações na viscosidade da corrente sanguínea decorrente do diabetes desencadeia um processo conhecido como neovascularização em que se formam novos vasos na retina a partir dos vasos já existentes.  A neovascularização é o principal fator de risco da perda visual por degeneração macular que globalmente afeta 196 milhões de pessoas e da retinopatia diabética que afeta 146 milhões. “Os primeiros sinais só são perceptíveis no estágio intermediário dessa alteração  quando a visão fica embaçada no centro da imagem e as linhas retas se tornam sinuosas. Sinaliza necessidade de avaliação médica imediata”, ressalta. 

 

Tratamento

Queiroz Neto afirma que hoje o tratamento para retinopatia diabética, edema macular diabético e degeneração macular inclui aplicação de laser e injeções oculares com terapias antifator de crescimento endotelial vascular (anti-VEGF). As terapias anti-VEGF, ressalta, interrompe o crescimento e vazamento de vasos sanguíneos na retina na maioria dos pacientes com diabetes, mas nem sempre  são eficazes e podem causar efeitos colaterais pelo uso prolongado, como aumento da pressão intraocular ou danos teciduais. “Por isso há diversos grupos de pesquisadores, incluindo brasileiros, que estão desenvolvendo drogas com novas tecnologias que prometem resultados mais eficazes. Por enquanto, o laser e as injeções representam as únicas alternativas,” observa.

 

Prevenção

As principais recomendações do oftalmologista para manter a saúde ocular são:

·         Faça exames oftalmológicos periódicos em todas as fazes da vida para detectar doenças em estágio inicial. A progressão pode significar a diferença entre enxergar e passar o resto dos seus dias no escuro.


·         Pratique atividades físicas.


·         Evite o tabagismo e o consumo diário de bebidas alcoólicas.


·         Mantenha a alimentação e peso equilibrados priorizando o consumo de folhas verde escuro, frutas e legumes alaranjados ou amarelos que são ricos em antioxidantes, vitaminas A e C essenciais para sua visão.


·         Faça hemograma completo anualmente.

 

Medicina e segurança digital: os benefícios e os perigos desta relação


Dispositivos médicos conectados, também conhecidos como IoMT (Internet of Medical Things), podem melhorar significativamente a saúde do paciente, minimizando o potencial de danos. Impulsionado por avanços tecnológicos, a IoT no mercado de saúde na América Latina foi avaliado em US$ 6,51 bilhões em 2021 e deve crescer rapidamente a uma taxa composta de crescimento anual de 24,30% durante 2023-2028. No Brasil, dados da pesquisa TIC Saúde 2022 mostram que apenas um em cada quatro estabelecimentos públicos de saúde possui política de segurança da informação. A tolerância geral passou de 30% para 39% entre 2021 e 2022, mas isso deve-se aos estabelecimentos privados, onde 50% têm medidas. Os indicadores são melhores naqueles com mais de 50 leitos hospitalares (64%) e naqueles com serviços de apoio diagnóstico e terapêutico (56%).

 

De acordo com a Fortune Business Insights, o mercado global de IoMT aumentará para quase US$ 188 bilhões até 2028, quadruplicando seu valor a partir de 2020. Este mesmo estudo prevê que 70,6 milhões de americanos usarão soluções de monitoramento remoto de pacientes (RPM) até 2025, um salto de 56,5% de 2022.


 

O lado perigoso da tecnologia médica

 

Dispositivos médicos conectados, no entanto, criam superfícies de ataque para ameaças cibernéticas. A possibilidade já foi explorada na cultura popular. Em um episódio de Homeland, um terrorista hackeia o marca-passo do vice-presidente dos Estados Unidos, aumentando sem fio a frequência de seus batimentos cardíacos e causando um ataque cardíaco fatal. Marc Goodman, autor de Future Crimes, descreve como pode ser difícil investigar um ataque a dispositivos médicos conectados: “A evidência de adulteração de dispositivos médicos pode nem estar localizada no corpo, onde o legista costuma encontrá-la, mas pode estar a milhares de quilômetros de distância, através de um oceano em um servidor de computador estrangeiro.”

 

"Existem muitas outras maneiras, embora menos espetaculares, pelas quais os agentes de ameaças podem se infiltrar na IoMT. O ransomware pode bloquear redes hospitalares, impedindo que os dados do paciente cheguem às bombas de infusão. Infiltrar um dispositivo médico conectado pode causar estragos em outros dispositivos que dependem deles. Paciente os dados podem ser comprometidos", explica Dean Coclin, diretor sênior de desenvolvimento de negócios da DigiCert. Um relatório do FBI de 2022 citou uma pesquisa mostrando que 53% dos dispositivos conectados e IoT em hospitais tinham vulnerabilidades conhecidas, que há uma média de 6,2 vulnerabilidades por dispositivo médico e que 40% dos dispositivos médicos em fim de vida oferecem pouco ou nenhum patches de segurança ou atualizações. Dadas as inúmeras conexões entre diferentes dispositivos e redes, é essencial proteger e monitorar dispositivos médicos conectados com uma infraestrutura de segurança atualizável. É aqui que entra a confiança digital.


 

Os lados positivos são inegáveis

 

A confiança digital garante que podemos ter confiança de que as interações, processos e transações que realizamos são seguros, conforme discutido no relatório da IDC, Digital Trust: The Foundation for Digital Freedom. Para dispositivos médicos conectados, a incorporação da confiança digital em uma estratégia de segurança de dispositivos pode abranger:

 

● Estabelecer a autenticidade do dispositivo e impedir a falsificação: os certificados digitais podem autenticar com segurança a identidade do dispositivo, o que evita que os dispositivos sejam inicializados ou operados se estiverem comprometidos.

 

● Criptografia de dados privados do paciente que são transmitidos sem fio ou por uma rede: os certificados digitais podem garantir a criptografia e a integridade dos dados, o que impede o roubo de dados ou a adulteração de dados por pessoas mal-intencionadas.

 

● Melhorando a confiança do usuário na segurança do dispositivo: a identidade e as operações seguras do dispositivo podem fornecer aos usuários a confiança para incorporar dispositivos que melhoram os resultados do paciente.

 

● Integração segura com outras tecnologias que melhoram a precisão do atendimento ao paciente: Dispositivos médicos conectados podem ser integrados com segurança em sistemas protegidos que automatizam a entrega precisa e pontual de medicamentos.

 


Entregando confiança digital

 

Não surpreendentemente, a implementação de estratégias de confiança digital para dispositivos IoT raramente é simples. Mas é possível abordá-los com sucesso:

 

● Conectividade intermitente nos centros de fabricação: Conexões de fábrica inconsistentes obrigam a estratégias que permitem a entrega contínua de certificados digitais para peças ou dispositivos acabados para operação contínua da linha — mesmo durante interrupções na Internet.

 

● Diversas linhas de produtos com diferentes fatores de forma e necessidades de segurança: as soluções de confiança DigiCert IoT permitem abordagens centralizadas para gerenciamento de confiança digital, controlando vários tipos de registro de certificado e necessidades de autenticação. Isso garante a consistência na arquitetura e na política, ao mesmo tempo em que reduz a necessidade de especialistas em PKI altamente qualificados para criar aplicativos de segurança personalizados.

 

● Integração com serviços de nuvem: fornecedores de nuvem oferecem serviços de valor agregado para gerenciamento de IoT (por exemplo, análise); no entanto, muitos exigem desenvolvimento de código personalizado e integração de API. Isso pode eventualmente levar a um nível insustentável de manutenção. As soluções de confiança DigiCert IoT automatizam as integrações com o Hub IoT do Azure e outros recursos de nuvem, para que as equipes de desenvolvimento possam se concentrar em seu trabalho, e não na integração do sistema.

 

"À medida que o número de ataques a provedores de assistência médica continua aumentando, torna-se mais importante do que nunca que os fabricantes de dispositivos IoMT encontrem uma maneira de consolidar a confiança digital em todas as suas linhas de produtos", disse Coclin. Além disso, nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration agora exige que os aplicativos de dispositivos médicos forneçam garantia razoável de que os dispositivos estão protegidos, incluindo fornecer ao FDA uma fatura de software ou materiais usados por dispositivos e fazer atualizações e patches de segurança regularmente base e em situações críticas. As arquiteturas e estratégias de confiança digital oferecem suporte aos fabricantes de dispositivos IoMT para atender a esses requisitos de mercado e regulamentares.


 

DigiCert
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Por que fazer um check-up médico antes de viajar?

Coris explica a importância das consultas e exames preventivos para uma viagem mais segura e tranquila


Realizar um check-up médico antes de viajar é uma prática pouco comum entre os brasileiros, mas que precisa ser levada mais a sério por todos que pretendam passar um período longe de casa, tanto a trabalho quanto a lazer. A Coris, empresa especialista em seguro viagem e detentora do selo inédito de ‘Melhor Empresa Para se Trabalhar – GPTW’ pelo segundo ano consecutivo, explica porque é importante fazer check-up médico antes de viajar.

As visitas regulares ao médico devem fazer parte da rotina de todos, já que estar em dia com a saúde é fundamental, independentemente de se ter uma viagem marcada ou não. Porém, quando uma pessoa está planejando passar dias longe de casa, uma visita ao médico se faz ainda mais necessária para garantir que a saúde esteja 100% e, assim, evitar imprevistos desagradáveis pelo caminho. 

Consultas e exames preventivos são essenciais para detectar doenças e desequilíbrios no organismo, principalmente aqueles que não dão sinais logo no início. Afinal, não sentir nenhum tipo de sintoma ou incômodo não é sinônimo de que tudo está bem com a saúde. Infelizmente, muitos males são silenciosos e só aparecem em situações adversas.

"Viajar é sair da zona de conforto e isso sempre acaba gerando uma certa ansiedade nos turistas, deixando-os mais em alerta. Este é um sinal para que todo o funcionamento do organismo entre em um certo descompasso. Além disso, fora da rotina habitual, é comum o viajante fazer atividades que não está acostumado, não ter hora certa para comer e dormir, não se hidratar direito e até negligenciar alguns sinais de alerta que o corpo envia. É aí que mora o perigo. Se você não sabe como está sua saúde, uma simples refeição ou uma longa caminhada, por exemplo, podem resultar em uma visita ao pronto-socorro local", explica Dr. Jorge Kalil, diretor médico da Coris e doutor em medicina pela FMUSP.

"Vale ressaltar que se você não faz acompanhamento clínico para tratar ou estabilizar nenhuma doença e já realizou seu checkup anual, não é necessário repetir os mesmos exames a cada vez que for viajar. No entanto, pessoas acima de 60 anos precisam atualizar o resultado dos exames pelo menos duas vezes ao ano. É importante lembrar que, viajar com algum tipo de quadro viral, bacteriano, ou doença que possa parecer simples, pode ser prejudicial para você e para todos os passageiros (crianças e adultos) do avião, além de poder gerar complicações durante a viagem, prejudicando, assim, o que deveria ser um momento de lazer e tranquilidade", enfatiza Kalil. 

Além disso, o médico também chama atenção para outros pontos. "Não esqueça de levar seus medicamentos habituais e, até mesmo, de montar um kit de primeiros socorros para adultos e crianças. O acesso aos medicamentos durante a viagem pode ser facilitado dessa forma, e evitará que pequenos problemas possam causar grandes aborrecimentos. Para isso, consulte seu médico e o pediatra de seus filhos para avaliar o melhor formato dos kits de viagem". 

O médico também alerta que, durante a viagem, é importante beber bastante líquido, evitar bebidas alcoólicas e se movimentar sempre que possível, pois o ambiente do avião possui fatores de risco para a saúde, como ar seco e frio, pouco ou nada reciclado, além das influências fisiológicas causadas pela pressurização e despressurização das cabines. 

Dentre os exames necessários para um check-up antes de viajar estão os laboratoriais, de imagem e cardiológicos, desde que o viajante não tenha nenhuma doença pré-existente específica, que já demande uma rotina de acompanhamento. Vale reforçar que as vacinas também são itens indispensáveis para quem pretende viajar. 

O check-up dará ao viajante mais segurança e tranquilidade para aproveitar de maneira plena sua estadia longe de casa, porém não invalida a contratação do seguro viagem. Mesmo com o check-up em dia, algum contratempo pode ocorrer durante a viagem, e por isso viajar com o seguro é imprescindível. 

Além disso, viajar com o seguro em mãos garante economia de gastos diante de um imprevisto. “Nos Estados Unidos, por exemplo, uma diária de internação hospitalar pode custar até US$ 10 mil, já as cirurgias e atendimentos complexos podem ultrapassar facilmente os US$ 50 mil, enquanto uma simples consulta pode custar mais de US$ 5 mil. Na Europa, uma diária de internação hospitalar pode custar até 8 mil euros, enquanto cirurgias e atendimentos complexos têm valores a partir de 5 mil euros”, exemplifica Juçara Serrano, sócia-diretora de Operações da Coris.

Durante o check-up,  caso os exames apontem alguma doença, é possível optar por um seguro viagem com uma cobertura mais completa e adequada. A Coris reforça que mesmo aqueles viajantes que desfrutam de boa saúde, sem quaisquer impedimentos ou doenças detectadas em exames, precisam contratar um seguro viagem. 

A Coris oferece o melhor seguro viagem do mercado, que garante as coberturas mais adequadas para as necessidades, perfil e expectativas de cada cliente. Entre os seus diferenciais estão o atendimento para lesões decorrentes de mais de 50 modalidades esportivas sem a necessidade de contratar coberturas especiais e uma Central de Atendimento 24h com atendentes falando português.

 

O corpo fala, fique atento aos alertas que ele envia

150 sinais. Sintomas camuflados no dia a dia. Uma hora é a constipação. Noutra, a enxaqueca. Há também aquela dor muscular, o incômodo para acordar cedo. A fadiga que insiste em permanecer apesar dos esforços para levantar descansado.  

Os alertas vêm de todos os lados – basta estar atento.  

Respostas a inflamações em curso, cada um desses avisos emitidos pelo corpo pode indicar uma doença contra a qual o sistema imunológico está lutando enquanto você segue se expondo a fatores agressores.  

Um exemplo clássico é o cigarro. Nos fumantes, os mecanismos de defesa são a tosse persistente – uma tentativa de o organismo se livrar da secreção acumulada no pulmão-; a alteração das células alveolares – para expectorar a toxina do tabaco – e uma série de outras modificações em toda a anatomia do órgão para proteger o indivíduo daquela agressão. 

Esse quadro se desenvolve quando a inflamação já está instalada. Mas, antes disso, o corpo emitiu outros sinais.  

Segundo o professor do Puravida Prime e neurologista especializado em Medicina do Estilo de Vida, Gabriel Prado, muito provavelmente os alertas iniciais tenham sido enviados assim que o cigarro entrou em contato com o corpo pela primeira vez.   

“A partir do momento em que inala a fumaça pela primeira vez, você vai ter enjoo, náusea, tontura, dor de cabeça – uma forma de alertar de que algo não está legal. Quando você mantém o estímulo nocivo, o corpo tenta se adaptar ao estresse para te proteger. Aí você diz: ‘Ah, em duas semanas eu me acostumei com o cigarro’. Você não se adaptou ao cigarro, você se adaptou ao estresse, o corpo criou mecanismos de adaptação a esse estímulo agressor”, detalha Gabriel. 

Quando essa adaptação vai ao encontro de predisposições genéticas, surgem os quadros de enfisema pulmonar e até o câncer de pulmão.


Epigenética 
A culpa não está no gene, mas, sim, nos hábitos que induzem o organismo a responder à tendência genética – altamente contornável por meio do estilo de vida saudável.  

Fumar, se expor à fumaça do cigarro, usar o cigarro eletrônico, narguilé e até a fumaça do fogão à lenha podem ser gatilhos para a doença.  

Na contramão, evitar agentes agressores relacionados a essa e outras doenças é uma das alternativas para manter as patologias distantes. Conceito conhecido pela medicina como epigenética, a influência do meio ambiente, das rotinas e estilo de vida em relação à expressão gênica. 

“O gene pode ser estimulado ou silenciado de acordo com a rotina ou estilo de vida”, sintetiza o professor do Puravida Prime. 

Embora o exemplo ilustrativo tenha sido relacionado ao pulmão, a lógica se aplica a todos os tipos de cânceres e doenças. 

Descobertas recentes da ciência apontam para a influência do meio no comportamento das células cancerígenas. Um artigo publicado no periódico científico Nature mostrou que as alterações epigenéticas ajudam as células malignas a crescer mais em comparação com as células saudáveis. O estudo analisou mais de 1.300 amostras de 30 tumores intestinais, comprovando o papel do meio no comportamento celular. 


Ouça seu corpo  


Além de investir num estilo de vida saudável, a dica que Gabriel Prado dá aos pacientes é ficar atento aos alertas enviados pelo corpo em forma de sintomas camuflados no dia a dia.

Segundo o neurologista, o corpo é muito sábio e tenta criar mecanismos de adaptação ao estresse perante inflamação crônica. Saber disso é primordial para promover saúde e tratar doenças.  

O recado do especialista é esse: “ouça seu corpo, entenda o que ele tem pra te dizer em relação aos sinais e sintomas, identifique na sua rotina o que está te causando doença. A inflamação gera sinais e sintomas, por isso, é importante ouvir o que o corpo tenta falar”. 


Bom lembrar  

Toda alteração no organismo gera sinais.  

Alguns sintomas são mais perceptíveis. Outros se confundem ao mal estar ligado ao cansaço e estresse da rotina. Mas todos sinalizam que algo não vai bem.  

Estar atento aos avisos do corpo é a melhor forma de identificar o que o seu organismo está tentando comunicar. Para isso, vale parar, respirar, avaliar o cotidiano, rever a agenda, encontrar o ponto de desequilíbrio e traçar um novo planejamento que inclua mais tempo para a saúde, para o lazer e para o tempo em família. 

Para manter um corpo saudável, é preciso estar num relacionamento sério com ele – em que ouvir é tão importante quanto agir. Ouça e aja!  

 

Puravida

 

Dieta do TDAH: saiba como a nutrição pode melhorar a qualidade de vida


O dia 13 de julho é conhecido como o Dia Mundial do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH). As dietas desempenham um papel crucial na saúde física e mental, e isso inclui o tratamento do transtorno. A abordagem alimentar pode ser uma aliada poderosa no manejo dos sintomas do TDAH, ajudando a promover a concentração, reduzir a impulsividade e melhorar a função cognitiva. Especialistas em nutrição e psiquiatria comentam sobre o assunto. 

Embora a dieta por si só não seja uma cura definitiva para o TDAH, pode complementar outras intervenções terapêuticas e proporcionar uma base sólida para a saúde geral. É importante ressaltar que cada pessoa é única e pode responder de maneira diferente à dieta do TDAH. É fundamental buscar orientação individualizada de um profissional de saúde, como um nutricionista, para adaptar a dieta às necessidades específicas de cada indivíduo. 

Ao combinar a nutrição adequada com outras intervenções terapêuticas, como terapia comportamental e medicamentos, é possível criar um plano abrangente e holístico para o manejo do TDAH. Com conhecimento e orientação adequados, a dieta pode ser um componente valioso no caminho para uma vida mais equilibrada e produtiva para aqueles que vivem com o transtorno. 

De acordo com Philipe Diniz, médico psiquiatra do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), mestre em saúde coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Professor de pós-graduação (Universidade Celso Lisboa), a relação entre alimentação e o TDAH é muito importante por ser uma questão do desenvolvimento desde a infância. “A gente sabe que micronutrientes fundamentais como vitaminas e minerais são importantes para isso e temos que lembrar que a criança tem um índice metabólico aceleradíssimo nesses primeiros anos de vida”, comenta.  

O médico psiquiatra diz que há um consumo muito grande de industrializados, de conservantes, alimentos multiprocessados e agrotóxicos que vão acabar tendo déficit em termos de nutrição. Alguns suplementos como magnésio, ferro e cobre, são nutrientes fundamentais para formação de neurotransmissores que são importantíssimos para o funcionamento do desenvolvimento cerebral. Então uma carência em um grau pode ser não só um fator, mas uma piora do desenvolvimento do cérebro com TDAH. Então a gente sabe que nos primeiros anos de vida isso pode afetar muito esse desenvolvimento. 

Sobre a dieta ser considerada como um componente essencial no tratamento do TDAH, ou ser apenas um complemento opcional, Philipe aponta que quando nós pensamos em criança em TDAH é fundamental e essencial que avaliar algumas carências que sabemos estar envolvidas com formação de neurotransmissores importantes para o desenvolvimento cerebral. “Por exemplo, precisamos avaliar a quantidade de açúcar, pois o açúcar é proibido já que altera muito o metabolismo por ser uma grande fonte energética, ainda oriento sobre outros estimulantes como cafeína, Coca-Cola e refrigerante, que pode aumentar os sintomas”. 

Géssica Ortiz, nutricionista do Instituto Nutrindo Ideais (@NutrindoIdeais), se especializando em nutrição esportiva pela Universidade VP Centro de Nutrição Funcional RJ, responde algumas perguntas voltadas para a prática nutricional na dieta do TDAH, confira: 

·         Quais alimentos são recomendados para ajudar a melhorar a concentração e reduzir os sintomas do TDAH?

 

São recomendados alguns alimentos para ajudar a melhorar ainda mais a concentração e reduzir os sintomas, que são: 

·         Peixes ricos em ômega-3: salmão, sardinha e atum são boas fontes de ácidos graxos ômega-3, que têm sido associados a melhorias na função cerebral. Esses alimentos podem ajudar a melhorar a concentração e reduzir os sintomas do TDAH. 

·         Frutas e vegetais frescos: frutas e vegetais são ricos em vitaminas, minerais e antioxidantes, que são essenciais para uma função cerebral saudável. Opte por variedades coloridas, como espinafre, brócolis, laranjas, mirtilos e morangos. 

·         Proteínas magras: alimentos ricos em proteínas magras, como frango, peru, ovos, feijões e lentilhas, fornecem aminoácidos que são importantes para a produção de neurotransmissores, como a dopamina, que desempenham um papel no TDAH. 

·         Grãos integrais: alimentos como arroz integral, aveia, quinoa e pão integral contém carboidratos complexos que liberam energia de forma mais lenta e constante, ajudando a manter os níveis de açúcar no sangue estáveis e proporcionando um fornecimento de energia mais sustentado. 

·         Nozes e sementes: amêndoas, castanhas, nozes, sementes de abóbora e chia são boas fontes de ácidos graxos ômega-3, vitaminas do complexo B, zinco e magnésio, que podem ajudar a melhorar a função cerebral. 

·         Quais são os principais nutrientes que desempenham um papel importante na dieta?

 

Pensando em visar alimentação no tratamento, existem alguns nutrientes que desempenham um papel importante. Aqui estão alguns dos principais: 

·         Ômega-3: ácidos graxos ômega-3, encontrados em peixes como salmão, sardinha e atum, têm sido associados a benefícios no TDAH. Esses ácidos graxos são importantes para a função cerebral saudável. 

·         Proteínas: as proteínas são essenciais para o funcionamento adequado do cérebro. Inclua fontes de proteína magra, como frango, peixe, ovos, feijões e lentilhas, em sua dieta. 

·         Vitaminas do complexo B: vitaminas B, como a vitamina B6 e B12, desempenham um papel importante no metabolismo cerebral. Alimentos ricos em vitamina B incluem carne, aves, peixe, ovos, laticínios, grãos integrais e vegetais de folhas verdes. 

·         Minerais: minerais como ferro, zinco e magnésio podem ser importantes para pessoas com TDAH. Esses minerais podem ser encontrados em alimentos como carnes magras, peixes, nozes, sementes, legumes e grãos integrais. 


·         Existem alimentos específicos que devem ser evitados ou limitados? 

Embora não haja alimentos específicos que devam ser completamente evitados na dieta, algumas sugestões podem ajudar a minimizar os sintomas e promover um estilo de vida saudável. Aqui estão algumas considerações:

 

·         Açúcares refinados: alimentos açucarados, como doces, refrigerantes e sucos adoçados, podem levar a picos de açúcar no sangue e subsequentes quedas, o que pode afetar a concentração e a energia. É recomendado limitar o consumo de açúcares refinados. 

·         Cafeína em excesso: embora a cafeína possa proporcionar um impulso temporário de energia e concentração, o consumo excessivo pode causar agitação e dificuldade para dormir. É recomendado limitar a ingestão de café, chá preto, refrigerantes cafeinados e energéticos. 

·         Alimentos processados e fast-food: esses alimentos geralmente são ricos em gorduras saturadas, aditivos alimentares e baixos em nutrientes essenciais. Opte por alimentos frescos e não processados sempre que possível. 

·         Corantes e aditivos artificiais: se atentar aos rótulos na hora em que for comprar um alimento, pois certos corantes e aditivos alimentares podem afetar o comportamento em crianças com TDAH.  

·         A dieta do pode ser adaptada para atender às necessidades alimentares individuais, como restrições alimentares ou preferências pessoais?

 

Géssica diz que sim, pode ser adaptada para atender às necessidades alimentares individuais, como restrições alimentares ou preferências pessoais. Embora existam diretrizes gerais de alimentos benéficos para o TDAH, é importante considerar a individualidade de cada pessoa ao criar um plano alimentar.

 

Caso o indivíduo tenha algum tipo de restrição alimentar, como alergias, intolerâncias ou escolhas dietéticas específicas, um nutricionista ou médico pode ajudar a ajustar a dieta, garantindo que todas as necessidades nutricionais sejam atendidas.

 

Além disso, considerar as preferências pessoais é essencial para tornar a dieta do TDAH mais sustentável e agradável para ajudar ainda mais na adaptação da dieta de acordo com as necessidades individuais, garantindo que os alimentos adequados sejam incluídos, ao mesmo tempo em que se respeita as preferências pessoais.

 

·         Quais são as recomendações gerais para a implementação e manutenção da dieta a longo prazo?

 


A nutricionista indica algumas recomendações gerais: 

·         Procurar um profissional da saúde: é fundamental consultar um médico ou nutricionista especializado em TDAH para obter orientações personalizadas. Eles podem ajudar a criar um plano alimentar adequado às necessidades individuais, considerando restrições, preferências e metas específicas. 

·         Planejamento e organização: planeje suas refeições com antecedência e faça uma lista de compras com alimentos saudáveis. Ter alimentos adequados disponíveis em casa facilita seguir a dieta. Experimente preparar refeições em lotes e congelar porções para facilitar durante a semana. 

·         Foco em alimentos integrais: priorize alimentos frescos, naturais e não processados. Isso inclui frutas, legumes, grãos integrais, proteínas magras, peixes ricos em ômega-3 e gorduras saudáveis, como abacate e nozes. 

·         Equilíbrio nutricional: certifique-se de obter uma variedade de nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais e antioxidantes. Inclua alimentos ricos em ômega-3, proteínas, vitaminas do complexo B e minerais importantes, como ferro, zinco e magnésio. 

·         Monitoramento dos sintomas: observe atentamente como a dieta afeta os sintomas do TDAH. Faça anotações sobre os alimentos consumidos e como eles podem influenciar a energia, concentração e bem-estar geral. Isso pode ajudar a identificar quais alimentos são mais benéficos ou problemáticos para cada indivíduo. 

·         Estilo de vida saudável: lembre-se de que a dieta é apenas um componente do tratamento do TDAH. É importante adotar um estilo de vida saudável, incluindo atividade física regular, sono adequado, gerenciamento de estresse e outras estratégias complementares recomendadas pelo médico. 

·         Acompanhamento regular: agende consultas regulares com um profissional de saúde para monitorar o progresso, fazer ajustes na dieta, tirar dúvidas e receber apoio contínuo.

 



FONTES:



Philipe Diniz - médico psiquiatra do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), mestre em saúde coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Professor de pós-graduação (Universidade Celso Lisboa). 
Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), com residência em psiquiatria e mestrado em saúde coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Géssica Ortiz - nutricionista do Instituto Nutrindo Ideais (@NutrindoIdeais), se especializando em nutrição esportiva pela Universidade VP Centro de Nutrição Funcional RJ. CRN: 22102674.




REFERÊNCIAS:

Viudes, D. R., & Brecailo, M. K. (2014). Nutrição no transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). REVISTA FUNEC CIENTÍFICA-NUTRIÇÃO-SEM CIRCULAÇÃO, 2(3), 16-31.

Araújo, A. K. F. P., Marques, S. J. S., Bezerra, K. C. B., & Ibiapina, D. N. F. (2020). Consumo alimentar e as implicações de deficiências nutricionais em escolares com déficit de atenção e hiperatividade: uma revisão. Research, Society and Development, 9(10), e6399108974-e6399108974.

Curado¹, H. T. A. M., Melo¹, J. S., Silva¹, K. A., Luiza, M., Brandão¹, M. L. B., & de Oliveira, R. R. (2019). As implicações da alimentação e seus distúrbios no TDAH em crianças.

Rodrigues, G. M., Souza, D. A., Pimentel, L. C., Ferreira, K. D., & Perônico, J. L. (2023). AS IMPLICAÇÕES DA ALIMENTAÇÃO E SEUS DISTÚRBIOS EM CRIANÇAS COM TDAH. Revista Liberum accessum, 15(1), 37-43.


Autismo e deficiência auditiva: características que se assemelham podem confundir diagnósticos


O Transtorno do Espectro Autista (TEA) manifesta-se na infância e persiste na adolescência e vida adulta. Na maioria dos casos, os sintomas surgem nos primeiros cinco anos de vida e as pessoas afetadas pela condição podem ter circunstâncias comórbidas, como epilepsia, depressão e ansiedade. Já o nível intelectual pode variar muito de um caso para outro, desde comprometimento profundo até casos com altas habilidades cognitivas.  
 
Os indivíduos com TEA têm como uma de suas principais características a falha na comunicação social, não apenas verbal, mas também não verbal, como o olhar perdido sem expressão; não se aconchegar no colo da mãe quando bebê ou não solicitar a atenção dos cuidadores, seja sorrindo ou chorando; não compartilhar atenção e interesse com os outros nem com os pares de idade, entre outras.   
 
Padrões repetitivos de comportamento e interesses restritos também são características importantes. Podem, da mesma forma, apresentar questões sensoriais, como, por exemplo, a rejeição ao toque, intolerância a texturas, irritação ou agressividade com determinados tipos de sons em intensidade (volume) não tão elevados etc. 
 
Por outro lado, os deficientes auditivos podem apresentar falhas na comunicação por não ouvir. Assim não respondem a chamados e, dependendo do grau da perda de audição, podem apresentar muitas dificuldades para desenvolver a oralidade e se comunicar de modo oral/verbal, mimetizando em avaliação superficial, o comportamento autístico. 
 
Ambos, deficientes auditivos e TEAs, apresentam dificuldades na comunicação verbal que é justamente um dos primeiros sintomas notados pelos cuidadores, quando a linguagem não evolui de forma esperada e a fala atrasa para surgir, tornando evidente que algo não está de acordo com a evolução típica da criança. Vale ressaltar que não há relação direta entre o transtorno do espectro autista e a deficiência auditiva, ainda que possam coexistir em um mesmo indivíduo, prejudicando seu desenvolvimento. 
 
Pacientes com TEA, mesmo com audição normal, podem não responder ao chamado pelo seu nome, nem dar atenção aos sons ao seu redor, podendo ser confundidos, por isso, com deficientes auditivos. Responder ao chamado do nome e às conversas de modo não verbal são características que devem estar presentes por volta do primeiro ano de vida. Se ausentes, configuram sinal de alerta para possíveis alterações no desenvolvimento infantil.  
 
Por esse motivo, é fundamental realizar o diagnóstico audiológico, permitindo avaliar e quantificar a audição de forma consistente, ainda dentro do primeiro ano de vida, principalmente em crianças com atraso de fala e em investigação para diagnóstico diferencial do TEA. Quanto menor a criança, aliás, mais importante é o diagnóstico audiológico, tornando possível a diferenciação entre outros possíveis diagnósticos.  
 
Vale lembrar que o exame de triagem auditiva neonatal, obrigatório nas maternidades, por se tratar de exame de triagem, não exclui todas as possibilidades de déficit auditivo infantil, visto que existem, por exemplo, condições de saúde que evoluem com perda de audição progressiva a partir do nascimento, entre outras. Por isso, um profissional deve ser consultado tão logo haja suspeita sobre uma dificuldade auditiva na criança, principalmente se associada ao atraso na fala. 
 
Uma vez estabelecido o diagnóstico audiológico com déficit auditivo, pode ser necessário o uso de aparelhos de amplificação sonora individual de diversos tipos, até o implante coclear, a depender das características da perda auditiva encontrada. Isso também vale para a terapia fonoaudiológica. Da mesma forma, pode também ser necessário intervenções da equipe multidisciplinar, com psicoterapia e terapia ocupacional.  
 
Em resumo, é preciso avaliação e cuidados individuais para cada caso, visto que cada indivíduo apresenta sua combinação singular de prejuízos e potencialidades, que podem ser bem estabelecidas a partir da avaliação de um otorrinolaringologista com subespecialidade em foniatria e de um especialista em comunicação humana e seus distúrbios. 
 
Com a avaliação foniátrica, é possível formular diagnóstico diferencial dentre os vários distúrbios da comunicação, minimizando ou mesmo evitando consequências no desenvolvimento cognitivo e na aprendizagem. No caso do TEA e da deficiência auditiva, onde um diagnóstico não necessariamente exclui o outro, essa investigação é fundamental. A busca do diagnóstico etiológico pelo otorrino foniatra otimiza o trabalho terapêutico da equipe multidisciplinar multiplicando os benefícios para o desenvolvimento do indivíduo.


 
 Dr. Gilberto Ferlin - otorrinolaringologista e foniatra no Hospital Paulista 

 

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