150 sinais. Sintomas camuflados no dia a dia. Uma hora é a constipação. Noutra, a enxaqueca. Há também aquela dor muscular, o incômodo para acordar cedo. A fadiga que insiste em permanecer apesar dos esforços para levantar descansado.
Os alertas vêm de todos os lados – basta estar
atento.
Respostas a inflamações em curso, cada um desses
avisos emitidos pelo corpo pode indicar uma doença contra a qual o sistema
imunológico está lutando enquanto você segue se expondo a fatores
agressores.
Um exemplo clássico é o cigarro. Nos fumantes, os
mecanismos de defesa são a tosse persistente – uma tentativa de o organismo se
livrar da secreção acumulada no pulmão-; a alteração das células alveolares –
para expectorar a toxina do tabaco – e uma série de outras modificações em toda
a anatomia do órgão para proteger o indivíduo daquela agressão.
Esse quadro se desenvolve quando a inflamação já
está instalada. Mas, antes disso, o corpo emitiu outros sinais.
Segundo o professor do Puravida Prime e
neurologista especializado em Medicina do Estilo de Vida, Gabriel Prado, muito
provavelmente os alertas iniciais tenham sido enviados assim que o cigarro
entrou em contato com o corpo pela primeira vez.
“A partir do momento em que inala a fumaça pela
primeira vez, você vai ter enjoo, náusea, tontura, dor de cabeça – uma forma de
alertar de que algo não está legal. Quando você mantém o estímulo nocivo, o
corpo tenta se adaptar ao estresse para te proteger. Aí você diz: ‘Ah, em duas
semanas eu me acostumei com o cigarro’. Você não se adaptou ao cigarro, você se
adaptou ao estresse, o corpo criou mecanismos de adaptação a esse estímulo
agressor”, detalha Gabriel.
Quando essa adaptação vai ao encontro de
predisposições genéticas, surgem os quadros de enfisema pulmonar e até o câncer
de pulmão.
Epigenética
A culpa não está no gene, mas, sim, nos hábitos que
induzem o organismo a responder à tendência genética – altamente contornável
por meio do estilo de vida saudável.
Fumar, se expor à fumaça do cigarro, usar o cigarro
eletrônico, narguilé e até a fumaça do fogão à lenha podem ser gatilhos para a
doença.
Na contramão, evitar agentes agressores
relacionados a essa e outras doenças é uma das alternativas para manter as
patologias distantes. Conceito conhecido pela medicina como epigenética, a
influência do meio ambiente, das rotinas e estilo de vida em relação à
expressão gênica.
“O gene pode ser estimulado ou silenciado de acordo
com a rotina ou estilo de vida”, sintetiza o professor do Puravida Prime.
Embora o exemplo ilustrativo tenha sido relacionado
ao pulmão, a lógica se aplica a todos os tipos de cânceres e doenças.
Descobertas recentes da ciência apontam para a
influência do meio no comportamento das células cancerígenas. Um artigo publicado no periódico científico Nature mostrou
que as alterações epigenéticas ajudam as células malignas a crescer mais em
comparação com as células saudáveis. O estudo analisou mais de 1.300 amostras
de 30 tumores intestinais, comprovando o papel do meio no comportamento celular.
Ouça seu corpo
Além de investir num estilo de vida saudável, a dica que Gabriel Prado dá aos
pacientes é ficar atento aos alertas enviados pelo corpo em forma de sintomas
camuflados no dia a dia.
Segundo o neurologista, o corpo é muito sábio e
tenta criar mecanismos de adaptação ao estresse perante inflamação crônica.
Saber disso é primordial para promover saúde e tratar doenças.
O recado do especialista é esse: “ouça seu corpo,
entenda o que ele tem pra te dizer em relação aos sinais e sintomas, identifique
na sua rotina o que está te causando doença. A inflamação gera sinais e
sintomas, por isso, é importante ouvir o que o corpo tenta falar”.
Bom lembrar
Toda alteração no organismo gera
sinais.
Alguns sintomas são mais perceptíveis. Outros se
confundem ao mal estar ligado ao cansaço e estresse da rotina. Mas todos
sinalizam que algo não vai bem.
Estar atento aos avisos do corpo é a melhor forma
de identificar o que o seu organismo está tentando comunicar. Para isso, vale
parar, respirar, avaliar o cotidiano, rever a agenda, encontrar o ponto de
desequilíbrio e traçar um novo planejamento que inclua mais tempo para a saúde,
para o lazer e para o tempo em família.
Para manter um corpo saudável, é preciso estar num
relacionamento sério com ele – em que ouvir é tão importante quanto agir. Ouça
e aja!
Puravida
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