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sábado, 6 de maio de 2023

Massacre de crianças

 

Divulgação
Enquanto pesquisava sobre a guerra civil de Canudos, encontrei uma informação que não consegui colocar no livro “Entre as chamas, sob a água”. Era algo tão monstruoso, perverso e nojento, que não tive estômago para escrever. Talvez porque, quando escrevemos, rememoramos o que não vivemos, ouvimos os gritos e enxergamos as expressões nos olhos dos personagens. No caso, eram crianças, e para mim seria difícil demais construir a cena maldita.

Escrevo sobre isso agora, porque acredito que devo e, afinal, isso não é um romance. Por não ser um romance, posso ir direto ao fato: soldados do exército brasileiro achavam divertido afogar crianças de quatro, cinco, seis anos. Nessa idade, o corpo é muito leve, mais ainda tratando-se de crianças que viveram em Canudos. Portanto é muito fácil, sobre uma ponte ou um barranco, segurar os pequenos corpos pelos pés e arremessar longe nas águas. Simples assim. Cru assim.

O escritor costuma se aferrar diante do desumano, mas se desmonta diante do humano. Agora que toquei no assunto, caio em minha própria armadilha e se torna impossível não pensar nos olhos arregalados de um molequinho que via sua irmã de três anos engolindo água e se debatendo enquanto morria. Imagino que as crianças formavam naquele dia uma massa compacta de meninos e meninas que se agarravam, em tentativa inútil de buscar proteção uns nos outros.

Um menininho de quatro anos segura a mão do irmão de sete anos, que é seu herói, como são heróis tantos irmãos mais velhos naquele grupo. Então, o irmão herói é arrancado de sua mão e o menininho vê seu corpo afundar sob a água. Não há no universo, nem em arte alguma, como descrever o que se passou na cabeça daquele menininho assustado. Até que ele mesmo fosse arremessado para morrer. Até que todo o grupo de crianças fosse.

Assombra-me, seja lá em Canudos, seja hoje, imaginar momentos longos e lentos refletidos no olhar perplexo e grande demais de uma criatura que está para morrer, que vê o verdugo se aproximar e no entanto, em idade em que fantasia e realidade não estão ainda delimitados, não consegue conceber aquilo que chamamos definitivo.

Não sabem ainda, como sabemos nós adultos, o que é a morte. A morte para elas é quase uma impossibilidade; está sempre nos outros. Embora assustadora. Talvez por isso os comparemos a anjos. Para nós, que sabemos o que a morte é, um massacre de crianças por diversão será mais ou menos terrível do que o massacre por perversão?

Eu não tenho essa resposta. Para as vítimas, isso seria inútil. Mas para os vivos, aqueles que carregam ainda um pingo de humanidade, isso interessa. Se não temos respostas, podemos ao menos observar. Não dá para deixar de perceber que teremos sérios problemas e sofrimento profundo em uma civilização voltada apenas para o gozo completo, obrigatório e narcisista, exercitado em espaços virtuais desenfreados.

Violentos, sempre fomos. Perversos, também. Nossos soldados assassinos comprovam isso. Mas estamos piorando. Por absoluta falta de proteção intelectual, capacidade criativa e, portanto, leitora, estamos aderindo ao pior do que a pior cultura do mundo possui de sobra: o tal do bullying e o conceito de loser. Isso nos traz um reforço de ódio e ressentimento que enterra longe um país onde havia ainda certa cordialidade e laços humanos.

Esse mesmo tipo de modismo importado cria círculos particularistas voltados para o próprio umbigo, um verdadeiro des-empoderamento da sociedade civil e que, como todo particularismo, termina em fanatismo e exclusão. Acontece que poder, poder mesmo, poder de verdade, está nas mãos de cinco mil famílias que detém metade da riqueza do país.

Dinheiro jamais vai eliminar a perversidade, porém, com melhor distribuição de riqueza, maior bem-estar social e reforço intelectual, talvez a gente possa minimizar o sofrimento e o ódio, que são duas faces da mesma triste moeda em países injustos. O resto, é morte por doença ou massacre. Inclusive de crianças.


R. Colini - autor de ‘Entre as chamas, sob a água’ e ‘Curva do Rio’

 

 

Manspreading: uma expressão do machismo cotidiano

O assunto pode parecer trivial, mas tenho a oportunidade de pensar nele quase todos os dias, basta eu utilizar ônibus, avião, metrô ou qualquer outro transporte coletivo. Porém, por mero recurso discursivo, começarei por um fato que ocorreu recentemente.

Eu e a minha namorada, Fernanda, estávamos em um voo para um país da Europa, sentadas naquelas cadeiras típicas de três lugares. Durante as 12 horas em que durou a viagem, pudemos observar o homem que estava sentado ao meu lado ficar de pernas abertas, se espaçando para o lugar do meu assento, com as duas mãos na nuca batendo o cotovelo na minha cabeça, me acotovelando no apoiador dos braços durante a viagem. O incômodo foi tanto que, em determinado ponto do trajeto, apesar da barreira idiomática, pedi a ele que, por favor, se reservasse a usar o espaço que lhe cabia em sua poltrona, sinalizando com a mão até onde o meu espaço ia e onde o dele começava, pois estava me incomodando.

Cheguei a lembrar do meu pai que me educou com uma frase muito boa: “O seu direito acaba quando o do próximo começa”. Voltando à história, ele sorriu e disse que entendeu, mas, em poucos minutos, tudo já havia começado de novo.

Conversando sobre o assunto, Fernanda e eu chegamos a duas conclusões: 1) esta postura dos homens, mesmo os mais moderninhos e educados, de se refestelar em espaços coletivos é um gesto simbólico da estrutura social, na qual não somente acham que não são obrigados a se delimitar a um determinado espaço que lhes cabe em prol de temas, espaços e lutas relevantes para outros grupos sociais. Há uma lacuna no entendimento e do pensar de que “eu ocupo meu espaço, NEM MAIS NEM MENOS para que você também tenha o direito de ocupar o seu”, mas, ainda mais grave; 2) é a própria negação do espaço do outro ou da outra em si “Eu ocupo o meu espaço e o seu espaço, porque você não tem direito a espaço nenhum”.

Notamos a dificuldade do homem (branco, heterocisnormativo, sem deficiência) em se perceber como parte dessas mudanças que os novos tempos trazem, com relutância em aceitar que o seu espaço é do mesmo tamanho que o de grupos que, historicamente, estiveram em desvantagem social para sustentar seus privilégios.

Quando um homem se senta no ônibus, metrô ou avião e abre as pernas, ocupando dois espaços, obrigando a pessoa ao lado a se encolher, ele está comportamentalmente dizendo que “você não tem direito a espaço nenhum”, “todos os espaços são meus”. Notem a força dessa atitude e o quanto ela reproduz questões estruturais profundas.

Essa prática é tão recorrente no Brasil e no mundo que, além de analisada, é chamada de “manspreading” ou “man-sitting”, que não têm uma tradução literal para a língua portuguesa, mas que reflete a prática retratada neste artigo.

Este fato ocorreu há uma semana, e eu já havia me esquecido que queria escrever sobre isso!  Porém, novamente uma semana depois em outro aeroporto, tive que pegar o ônibus até o avião. Havia um único lugar, e lá estava outro homem com as pernas abertas a ponto de ocupar dois lugares. Pedi licença, me sentei e ele, da forma como estava, ficou. Foi o tempo do trajeto inteiro assim, sem mover um milímetro do espaço que considerava seu por direito.

Pensei no quanto eu seria chamada de “mimizenta” (termo utilizado para reduzir a dor de alguém a mera reclamação indevida, ou mal-humorada, quando na verdade está se reivindicando um espaço que há muito já deveria lhe ter sido dado por justiça) se toda vez que isso acontecesse eu reclamasse da forma devida, ou mais, o quanto eu deixaria este comportamento impactar momentos da minha vida por ter que estar, constantemente, ensinando sobre respeito ao próximo, educação e boas maneiras a homens adultos, o que não aprenderam dentro de suas casas ou que, se aprenderam, acabaram por esquecer ao longo de suas trajetórias.

Se a minha palavra não serve, uso aqui a de um homem, e repito o que meu pai me dizia, “seu espaço acaba quando começa o do outro”. Seja no ônibus, no metrô, no avião, com suas famílias, nas empresas ou na rua!

 

Liliane Rocha - Mestre em Políticas Públicas pela FGV, CEO e Fundadora da Gestão Kairós e Conselheira de Diversidade.

 

Como contornar situações de arrependimento por ter dito algo que não deveria?

Especialista em comunicação e oratória explica formas de resolver e quais comportamentos devem ser adotados para que uma atitude certa consiga combater uma fala errada

 

Qualquer um pode ter uma fala que não deveria ter sido dita. Na maioria das vezes, isso acontece porque o emocional acaba dominando e tendo mais espaço que o racional. Quando a consciência é retomada, geralmente essas pessoas se arrependem, se dão conta que não soou legal e que magoaram ou ofenderam alguém. Dependendo do cargo que ocupam, podem, inclusive, ter “arranhado” a imagem.

Segundo Fran Rorato, especialista em comunicação e oratória, fundadora da 2Talk Show e CEO da Vox2You São Paulo, a melhor maneira para evitar dizer algo que não deveria ter sido dito é saber e conseguir administrar as emoções de forma eficiente, sendo imprescindível trabalhar o emocional. Respirar com tranquilidade e pensar antes de falar são fundamentais durante esse processo.

Para Fran, existem duas formas de resolver a situação, dependendo do que foi falado. “A forma genuína é se desculpar, voltar atrás e realmente procurar aprender com o erro, além de buscar informações para não repetir o ocorrido. Humildade gera empatia e acolhimento por parte das pessoas. Já a outra forma tem se tornado bastante popular: sair pela tangente, justificando que o que foi falado estava sendo tirado de contexto. Ou seja, se eximir da culpa e colocar o peso dessa repercussão nos ombros de outras pessoas”, explica.

Geralmente, políticos costumam ter falas bastante problemáticas, seja em debates ou em entrevistas para a imprensa, e isso acaba tendo uma repercussão maior por serem pessoas públicas. Jair Bolsonaro, Lula, Donald Trump e tantos outros já proferiram falas que não deveriam ter sido ditas, e tiveram jeitos diferentes para tentar contornar a situação. Tudo depende de como queriam resolver aquele ruído na comunicação.

A especialista acredita que conhecemos verdadeiramente os valores e também o caráter de alguém quando está ocupando um cargo de poder. “A tendência é acharem que estarão eternamente ali, que nada vai acontecer, que não haverá consequências. E se uma pessoa já é rude e arrogante por natureza, estando em um lugar de privilégio, é provável que esse comportamento se exponencialize por meio de sua fala”, afirma.

Atualmente, com a internet e as redes sociais, as pessoas ficam cada vez mais expostas e podem pagar preços muito altos por uma fala que não deveria ter sido dita. Afinal, além de não ter como apagar, por estar espalhado por lugares virtuais inimagináveis, o fato de ser de fácil acesso de todos faz com que seja lembrado o tempo todo, tornando difícil e, em alguns casos, até impossível, de ser esquecido.

Neste cenário, Fran indica a adoção de uma nova postura e comportamento. “Acredito que o melhor combate para uma fala errada é uma atitude certa. Quando você fica exposto na internet, as coisas vão e vêm o tempo inteiro. Então corrija essa falha, porém, corrija com atitudes, porque se vier à tona novamente, você consegue ter um case de sucesso baseado naquele erro que cometeu, enfraquecendo aquela situação antiga que não lhe representa mais e dando força para a nova”, finaliza.

 

Fran Rorato - atriz, jornalista, especialista em comunicação e oratória, fundadora da 2Talk Show e CEO da rede de escolas de oratória Vox2You em São Paulo. Ao longo da carreira atuou como apresentadora em programas de TV na Record, RedeTV e É+TV e liderou projetos de treinamentos e mentorias voltados para oratória. Atualmente é reconhecida pelo mercado como uma das maiores especialistas do país em comunicação. 

 

Na era das selfies, use todos os recursos para melhorar sua imagem

Especialista dá dicas de como produzir fotos com mais qualidade


Atualmente, com tantos selfs, podemos aproveitar a qualidade das câmeras dos celulares e dos recursos da máquina fotográfica para melhorar as suas fotos de uma maneira divertida. O professor Jomar Villanova, especialista em Fundamentos do Ensino das Artes e professor da área de Linguagens Cultural e Corporal do Centro Universitário Internacional Uninter, preparou algumas dicas para estimular a sua criatividade e aprimorar a qualidade das imagens. A realização destes exercícios práticos pode ser tanto para profissionais, como para iniciantes ou simplesmente, para quem gosta de fotografia e deseja tirar fotos mais bonitas.

 

1) Composição - O primeiro exercício fotográfico selecionado é chamado de 100 passos: escolha um local para começar a fotografar, pode ser um local público, como uma praça ou parque próximos da sua casa. Com a sua câmera preparada, caminhe 100 passos em qualquer direção, pare observe o local e tire 20 fotos do ambiente ao seu redor, aproveite para explorar o que encontrar nele. Perceba nestas fotos detalhes que poderia não ter percebido - pessoas passando, carros, enfim, os elementos da cena. Após dê mais 100 passos e tire mais 20 fotos com o mesmo objetivo.

 

2) Iluminação - Como é importante ter domínio da luz na fotografia, escolha um objeto simples, coloque uma luminária de mesa e tire fotos mudando a posição da iluminação neste objeto, não é necessário ter uma iluminação de estúdio ou vários flashes de foto. Então, você terá o mesmo cenário, mas com iluminações diferentes, perceba como a direção da luz pode afetar os resultados fotográficos. Exercite para que possa ter domínio do efeito desejado.  

 

3) Enquadramento - Caso não utilize tripé tente encostar o aparelho em algum local fixo para não movimentar a câmera, se estiver segurando o celular manualmente, no momento que for dar o click e tirar a foto, prenda a respiração para que o movimento do seu corpo não mude a posição enquadrada.

 

4) Qualidade -  Outro exercício muito bom é limitar a quantidade de fotos tiradas, a intenção é prezar mais pela qualidade do que na quantidade, já que as câmeras digitais possibilitam tirar inúmeras fotos. Antigamente o filme se esgotava com 36 poses, então a proposta pode ser tirar somente 36 fotos, na qual você ainda irá selecionar as que ficaram melhores, para analisar a qualidade da fotográfica.

 

5) Inspiração - Entre os vários fotógrafos, há alguém que te inspire? Então escolha algum de sua preferência, selecione algumas das suas imagens e tente recriá-las, verifique os elementos fotografados como a composição, o enquadramento, a iluminação, as diferentes poses, o movimento, além do desenvolvimento do olhar, auxilia na compreensão da técnica utilizada.

 

6) Possibilidades da câmera - A profundidade de campo é determinada pela distância entre a câmera e o objeto e para exercitar vamos utilizar um tabuleiro de xadrez, onde deve posicionar as peças alinhadas com as linhas do tabuleiro, como enfileiradas, assim foque nas peças da primeira fileira, utilize o recurso do zoom e faça anotações da abertura, depois da segunda fileira, este será um exercício para poder estudar as possibilidades da sua câmera.   

 

7) Efeito visual - Fotografe o mesmo local em diferentes horas do dia, podendo ser ao amanhecer e ao final do dia, o principal é perceber a luz na imagem e como ela interfere na sua fotografia, as mudanças de sombra, dos diferentes ângulos de iluminação, assim você poderá escolher o efeito visual.

 

“Desafie-se e crie uma rotina de fotografar diariamente. Isso irá auxiliar no domínio da técnica. Una a teoria com a prática, aproveite e se divirta fotografando. Além de treinar o seu olhar fotográfico, irá perceber uma grande melhora na qualidade das suas fotos, podendo desenvolver até o seu próprio estilo”, afirma Villanova. Então, bora fotografar!

 

Dia Nacional da Matemática: como os cientistas buscam padrões em um mundo aleatório


 No sábado, 6 de maio, é comemorado o Dia Nacional da Matemática. Descubra, nesta reportagem, o que pode acontecer quando os cientistas da área, sempre preocupados em encontrar padrões, se deparam com fenômenos aleatórios e, muitas vezes, imprevisíveis

 

O mundo aleatório da matemática pode ser um pouco diferente do que é o mundo aleatório para os demais habitantes do planeta Terra. Quando pesquisadores ou pesquisadoras das ciências exatas se deparam com o imprevisível, eles ainda acreditam que possa existir algum padrão para explicar aquele fenômeno.

Em 1999, enquanto estava sentado em um ponto de ônibus na cidade de Cuernavaca, no México, o cientista Petr Seba, da República Tcheca, ficou intrigado: viu alguns jovens entregando tiras de papel aos motoristas de ônibus em troca de dinheiro. Descobriu que eles eram olheiros, contratados pelos motoristas para registrarem quando o ônibus à frente saía do ponto. Como trabalhavam de forma avulsa, os motoristas tentavam maximizar os lucros usando esse sistema. Assim, colocavam o pé no acelerador caso o ônibus anterior tivesse partido há muito tempo para que não fossem ultrapassados pelo próximo motorista ou, pelo contrário, reduziam a velocidade a fim de que houvesse mais passageiros esperando na próxima parada.

Para estudar matematicamente como aquele sistema aparentemente aleatório funcionava, Seba se uniu a outro pesquisador, Milan Krbálek. Eles coletaram milhares de dados de partida e chegada dos ônibus e os analisaram usando computadores. Resultado, em 2000, publicaram um artigo explicando as propriedades estatísticas daquele sistema. “O que foi observado é que, quando se media, repetidas vezes, o espaçamento entre ônibus consecutivos, se via o mesmo padrão que era observado nos níveis de energia de partículas subatômicas”, revela Guilherme Lima Ferreira da Silva, jovem pesquisador Fapesp e colaborador do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos.

À primeira vista, o sistema de ônibus descentralizado de Cuernavaca nada teria a ver com as partículas minúsculas a que chamamos átomos. Invisíveis a olho nu, os átomos formam tudo o que nos cerca, e nada se parecem com uma esfera sólida como muitos de nós imaginamos. Na verdade, um átomo é como um sistema planetário elétrico minúsculo, composto por diversas partes ainda menores, as partículas subatômicas. Algumas delas são capazes de transportar energia, tal como os ônibus de Cuernavaca transportam passageiros.

“Em torno de 1950, vários fenômenos em  física, relacionados com partículas subatômicas foram observados. Mas, naquele momento, não havia matemática suficiente para poder descrevê-los e explicar o que era observado em experimentos. Nós só chegamos a uma compreensão melhor desses fenômenos no final da década de 1990 e começo dos anos 2000, devido a grandes avanços matemáticos”, explica Guilherme. Ele diz que essas novas ferramentas matemáticas funcionam como uma espécie de óculos. Assim, quando os cientistas usam os óculos para enxergar de perto, em nível subatômico, eles conseguem ver o padrão de níveis de energia nas partículas que moram dentro dos átomos. Ao trocar os óculos, são capazes de enxergar o mesmo padrão de espaçamento nos ônibus de Cuernavaca.

Em busca de padrões – “A matemática trafega na lógica e no rigor. Seus objetivos amplos são encontrar ordem e estrutura em um vasto mar de objetos. É precisamente porque o mundo matemático não é aleatório que todo o empreendimento da matemática é possível”, escreve Kevin Hartnett na reportagem Como a aleatoriedade pode tornar a matemática mais fácil, publicada em inglês pela revista Quanta Magazine.

Aparentemente, pode ser um pouco contraditório imaginar que uma ciência voltada a encontrar padrões possa se desenvolver diante do desafio de compreender fenômenos que, à primeira vista, não se comportam seguindo uma ordem preestabelecida. A questão é que, para os matemáticos, até mesmo onde enxergamos uma grande bagunça, podem existir padrões, apenas ainda não fomos capazes de identificá-los.

“Uma grande parte do que se faz em matemática é isso: encontrar padrões que são, muitas vezes, inesperados. E veja que, ao encontrar padrões, a gente pode reutilizar todo um conhecimento anterior em um modelo novo, que a gente descobriu que já segue um padrão que conhecíamos bem anteriormente”, acrescenta Guilherme. No caso do padrão encontrado pelos pesquisadores no sistema de ônibus descentralizado de Cuernavaca, ele se repete em vários fenômenos do nosso mundo, como, por exemplo, no crescimento em colônias bacterianas, no rastro de uma chama ao queimar o papel de cigarro, nas manchas deixadas por gotas de café formando anéis, em jogos como o famoso Tetris e no embaralhamento de cartas. Tanto que esse padrão chegou até a ganhar um nome interessante: universalidade.

Mas, será mesmo que existem conexões matemáticas subjacentes a tudo o que nos cerca? Ainda não conseguimos saber. Mas é certo que, ao nos revelar algumas dessas conexões, a matemática demonstra que podem existir padrões até mesmo onde só identificamos aleatoriedade e imprevisibilidade. Talvez, esses padrões se repitam dentro do nosso cérebro, na atmosfera do nosso planeta e no movimento das placas tectônicas.

O que sabemos é que, tal como as demais ciências, a matemática também tem muito a contribuir para que possamos continuar admirando e compreendendo o complexo mundo que nos rodeia. Então, da próxima vez que você sair de casa com um guarda-chuvas porque a previsão era de tempestade, mas sofrer com o calor do dia de Sol, lembre-se: há matemáticos muito mais preocupados com isso do que você pode imaginar.


Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC-USP

Alinhado ao Governo do Estado, Detran-SP intensifica ações de combate à corrupção

Autarquia promove fiscalização contínua em estabelecimentos credenciados e clandestinos, além de combater irregularidades em seus quadros internos 



Desde o início deste ano, o combate à corrupção tem sido um dos pilares da nova administração do Detran-SP. Com o objetivo de reprimir quaisquer condutas ilícitas ocorridas dentro da autarquia ou mesmo praticadas por prestadores de serviços de segmentos ligados ao trânsito, o órgão paulista promove fiscalização contínua em seus quadros internos, assim como em estabelecimentos credenciados e clandestinos, como autoescolas e desmanches. Para isso, vem deflagrando periodicamente ações em conjunto com a Polícia Civil e com a Controladoria Geral do Estado (CGE), que culminaram em prisões em flagrante e afastamento de funcionários de suas funções.

Tais medidas estão alinhadas com determinações do Governo do Estado de São Paulo, que lançou na quarta-feira (3), em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, o programa Radar Anticorrupção de prevenção, detecção e combate a irregularidades e atos ilícitos em todas as esferas da administração estadual. Foram publicados nesta quinta (4) no Diário Oficial do Estado de São Paulo quatro decretos assinados durante a cerimônia do dia anterior. O primeiro deles cria o Comitê de Combate à Corrupção; os outros dois aprovam os planos estaduais Anticorrupção e de Promoção da Integridade; o último deles estabelece critérios para a inserção de sanções e acordos de leniência paulistas no Cadastro de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS/CNEP), da Controladoria da União.

Sob coordenação da CGE e com envolvimento de todas as secretarias estaduais e órgãos correlatos, além das autarquias, empresas públicas e fundações estaduais, o Radar Anticorrupção está estruturado em mais de 80 medidas, a serem adotadas entre 2023 e 2026, cumprindo compromisso assumido pelo governador Tarcísio de Freitas para oferecer mais integridade e transparência à gestão e criar diretrizes permanentes de compliance – conjunto de normas legais e éticas, além de regulamentos de governança.



Tolerância Zero à Corrupção no órgão de trânsito paulista

Seguindo diretriz do Governador Tarcísio de Freitas, o Detran-SP está estruturando ainda uma área de Compliance e fortalecendo suas unidades internas de auditoria, controle e correição. Para isso, inclusive criou em março deste ano um grupo formado por servidores voluntários para discutir e propor soluções de curto prazo sobre os temas Compliance e Integridade.

A autarquia passou também a privilegiar a atuação em cooperação com outros órgãos, como a Secretaria Estadual de Segurança Pública e a Corregedoria Geral do Estado, no combate aos desvios de conduta e na promoção de melhores serviços à sociedade paulista.

Na esfera de ações anticorrupção do Detran-SP, o setor de Fiscalização de Serviços Credenciados da autarquia não deu trégua às irregularidades cometidas por estabelecimentos que prestam serviços ao órgão ou que atuam clandestinamente neste mercado, como desmontes, centros de formação de condutores (CFCs) e estampadoras, entre outros. Foram, no total, 1.702 ações de fiscalização só neste ano, sendo 402 em CFCs, 123 em clínicas médicas, 129 em clínicas psicológicas, 28 em bancas examinadoras de provas práticas, 32 em salas de aula remotas, 529 em salas de prova teórica remotas, 86 em empresas credenciadas de vistoria (ECVs) presenciais, 12 em ECVs remotas, 83 em estampadoras e 278 em desmontes credenciados e clandestinos.


Operação Box 1 e 2

Dentre as ações de fiscalização do Detran-SP junto a estabelecimentos credenciados no período, destacam-se as Megaoperações Box 1 e 2, realizadas em parceria com a Secretaria da Segurança Pública. Tendo em vista combater a atuação de desmanches envolvidos em crimes de receptação e associação criminosa, roubos e furtos de veículos e cargas, a primeira operação foi deflagrada em 28 de fevereiro, com ações na Capital, nos municípios de Santo André, Osasco e Arujá, da Grande São Paulo, e nas regiões de São José dos Campos, Campinas, Santos e Sorocaba. Ao todo, 75 estabelecimentos comerciais, além de outros locais clandestinos previamente identificados pelas equipes de investigação em todo o Estado, foram vistoriados, resultando na emissão de 33 autos de prisão em flagrante, inclusive de envolvidos em roubo de carga e em receptação e crime contra ordem tributária, além do cumprimento de mandado de prisão contra suspeitos de latrocínio e de roubos de motos. Foram presas 58 pessoas por atividades diretamente relacionadas aos desmanches clandestinos ou irregulares, suspeitas de envolvimento em crimes de receptação, associação criminosa e crimes contra as relações de consumo.

Do total de estabelecimentos fiscalizados, 43 desmanches foram autuados - 24 deles inclusive lacrados por não terem registro junto ao Detran-SP, enquanto outros 19 estabelecimentos credenciados no Órgão foram autuados por falta de rastreabilidade de peças, vendas de peças proibidas, desmontagem de veículos sem baixa. Outros 32 estabelecimentos foram fechados ou exerciam outras atividades não relacionadas à comercialização regular de autopeças.

Já a Megaoperação Box 2 foi realizada entre os dias 24 e 26 de abril, com 543 estabelecimentos fiscalizados em 48 municípios paulistas: Barueri, Jandira, Jacareí, Caraguatatuba, Pindamonhangaba, São José dos Campos, Araraquara, Taquaritinga, Ibitinga, São Carlos, São Joaquim da Barra, Barretos, Bebedouro, Franca, Igarapava, Ribeirão Preto, Cajuru, Jardinópolis, Jaboticabal, Sertãozinho, Americana, Nova Odessa, Hortolândia, Santa Bárbara d’Oeste, Sumaré, Cordeirópolis, Mococa, São José do Rio Pardo, São João da Boa Vista, Limeira, Leme, Pirassununga, Araras, Iracemápolis, Campinas, Saltinho, Mogi Mirim, Mogi Guaçu, Jaguariúna, Atibaia, Botucatu, São Manuel, Sorocaba, Aguaí, Capivari, Rio Claro Piracicaba e a capital paulista. As ações resultaram em 48 autuações, 47 lacrações de estabelecimentos e 161 prisões de suspeitos de crimes, sendo 62 delas em flagrante.

Importante ressaltar que os desmanches clandestinos e irregulares, muitas vezes, acabam por oferecer à população as chamadas “peças de sangue”, porque suas atividades, em geral, são alimentadas pelos produtos de outros crimes, como roubo de veículos, desvios de cargas, latrocínio, corrupção e lesões à sociedade.
 

Interludere

Outra ação de destaque realizada pela fiscalização do Detran-SP em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, em 29 de março, foi a operação Interludere, para combater fraudes na obtenção de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na região do Vale do Paraíba. No mesmo dia, numa segunda ação em São Bernardo do Campo, o Núcleo de Fiscalização do órgão contou com o apoio da Polícia Civil para autuar e suspender as atividades de um CFC – Centro de Formação de Condutores que burlava o sistema para informar a realização de aulas que não estavam acontecendo efetivamente na prática.

A investigação em Taubaté teve início após o Detran-SP suspeitar da existência do esquema e entrar em contato com a Polícia Civil. No inquérito, foram identificados seis examinadores de provas e um instrutor de trânsito ligado a dois CFCs da cidade, acusados de receberem propina em troca de aprovação nos exames práticos de direção veicular.

Já em São Bernardo, os agentes de fiscalização do Detran-SP, numa de suas cotidianas diligências de fiscalização de credenciados, identificaram a prática de irregularidades por parte de um CFC. A autoescola reportava no sistema, em tempo real, a realização de aulas com o respectivo cadastro ativo dos alunos. Mas os veículos destinados à aprendizagem foram encontrados vazios, sem a presença de alunos no momento da intervenção.

O Detran-SP acionou então a Polícia Civil para autuação dos responsáveis pela autoescola, que responderão a processos administrativos e criminais. Foram encontrados moldes de silicone que reproduziam as digitais dos alunos, burlando o sistema. Os equipamentos da escola foram recolhidos para averiguações. O diretor e um instrutor do CFC foram detidos, acusados de inserção de dados falsos em sistema de informações e falsificação de documento público. Durante as investigações, o estabelecimento credenciado terá suas atividades suspensas até o esclarecimento dos fatos. Se houver a comprovação das irregularidades, será descredenciado do órgão.


Funcionários investigados

Além disso, outras 12 ocorrências de condutas irregulares de funcionários foram investigadas pelo departamento de trânsito, nos municípios de Saltinho, Ribeirão Pires, Araçoiaba da Serra, Itapetininga, Marília, Mogi das Cruzes, Itaberá, Taquarituba, Penápolis, São Vicente e duas em São Paulo. Todos os casos seguem em investigação.

Realizada no dia 23 de janeiro, uma das ações conjuntas entre o Detran-SP, a CGE e a Polícia Civil, por exemplo, resultou na apreensão de cerca de R$ 170 mil em dinheiro na casa de um servidor suspeito de participar de um esquema de transferências irregulares de veículos em Saltinho.

Outro caso de ação conjunta entre o Detran-SP e a Polícia Civil no combate à corrupção interna ocorreu em Marília, no dia 16 de fevereiro. Na ocasião, a superintendência regional da autarquia acionou a Polícia Civil após identificar movimentações suspeitas no sistema. Policiais civis de Bauru dirigiram-se então à unidade do Detran-SP no Poupatempo de Marília, onde detiveram um servidor público, que foi indiciado pelo crime de inserção de dados falsos em sistema de informações.

Já o caso mais recente de combate à corrupção interna registrado pelo Detran-SP resultou na detenção de um funcionário em 29 de março, na unidade do Poupatempo de Taquarituba, após a autarquia identificar possíveis irregularidades no serviço de emissão de autorização de estampagem de veículos.

Entenda a lei antes de agir: pontos que devem ser considerados ao optar pelo divórcio

Para Luiz Fernando Gevaerd, especialista na área de Direito da Família, movimentos precipitados podem trazer consequências desastrosas e definitivas


Os divórcios são processos que envolvem não só questões emocionais, mas também aspectos legais que precisam ser considerados pelas duas partes em questão. Trata-se do fim de um casamento que pode ocorrer de forma consensual ou litigiosa e que demanda a resolução de questões como divisão de bens, pensão alimentícia, guarda dos filhos e muitas outras. 

Nesse sentido, é fundamental que as partes envolvidas estejam cientes dos seus direitos e obrigações perante a lei, visando a condução do processo de forma justa e equilibrada. Além disso, é importante contar com o auxílio de um advogado para que as questões legais sejam tratadas de forma adequada.

De acordo com Luiz Fernando Gevaerd, especialista na área de Direito da Família com mais de 40 anos de carreira, mais de 10 mil casos atendidos e  diretor do escritório Gevaerd Consultoria Jurídica, o único requisito necessário para dar entrada em um processo de divórcio é, justamente, estar legalmente casado. “Há alguns anos, era necessário um prazo mínimo de duração do casamento e que houvesse uma prévia separação judicial, mas isso mudou. Nos dias de hoje, esses procedimentos não são mais necessários, com apenas a manifestação da vontade sendo o suficiente”, relata. 

Segundo o especialista, o processo passou a ser menos burocrático. “Se for o desejo de ambos, basta apresentar ao juiz uma petição assinada pelos cônjuges, requerendo o divórcio. Se não houver filhos menores, as partes podem realizar o todo o procedimento diretamente em qualquer cartório de notas. Tudo é feito de forma simples e livre de burocracias”, revela.

Quando existem filhos menores de idade em meio a esse processo, a necessidade de pensão alimentícia deve ser levada em consideração. “As pessoas imaginam que a pensão sempre deve atender um percentual específico sobre os ganhos de quem irá pagar. Porém, a lei não estabelece qualquer limite mínimo ou máximo, estando o juiz livre para fixar o valor que melhor atenda as possibilidades de quem paga e as necessidades de quem recebe. Sempre que houver uma ação judicial em que se discuta a pensão alimentícia, é muito importante que as duas partes em questão apresentem provas e comprovantes de seus ganhos, facilitando as definições necessárias no processo”, pontua.

Vale lembrar que, em alguns casos, as cônjuges também têm direito a um valor mensal. “Em geral, a jurisprudência tem entendido que mulheres jovens e aptas para o trabalho não devem receber pensão, exceto quando comprovada essa necessidade por um curto período para que a pessoa possa inserir-se no mercado de trabalho. Por outro lado, mulheres que se encontram fora de atuação por muitos anos, idosas ou acometidas de qualquer enfermidade, devem receber pensão sem prazo definido, enquanto precisarem”, declara Gevaerd.

Para Gevaerd, contar com assistência jurídica antes mesmo de tomar uma decisão efetiva é fundamental. “Romper um casamento ou uma união estável deve ser precedida de uma reflexão repleta de informações e uma consulta com um advogado especialista em Direito da Família é parte importante deste processo. Muitas vezes, pode ser apenas uma crise passageira no relacionamento conjugal e qualquer precipitação poderá trazer consequências desastrosas e definitivas. Um profissional qualificado poderá avaliar a situação e orientar na busca de um melhor entendimento, sempre levando a família em consideração. É importante ressaltar que consultar um advogado não torna obrigatória sua contratação e os assuntos tratados estarão protegidos pelo sigilo profissional”, finaliza.

 

 Luiz Fernando Gevaerd - Especialista na área de Direito de Família, o advogado Luiz Fernando Gevaerd possui 40 anos de carreira e mais de 10 mil casos atendidos. Gevaerd é graduado em Direito, Economia, Administração de Empresas, Contabilidade e especialização em Mediação de Conflitos. Por sua grande expertise, o profissional é fonte constante das grandes mídias (programas de TV, rádios, revistas, jornais e sites) em assuntos diversos. Um de seus diferenciais é a experiência em outras áreas relacionadas com o Direito de Família: Economia, Contabilidade e Negócios, permitindo-lhe falar sobre as repercussões do divórcio em grandes patrimônios.



Gevaerd Consultoria Jurídica
https://gevaerd.com.br/

Concurso Militar: pela primeira vez, concurso da Marinha para Fuzileiro Naval 2024 terá vagas para mulheres

A prova será realizada no próximo dia 9 de maio e conta com mais de 1200 vagas, divididas em duas turmas e com salário de R$ 1.303,90 durante o curso.

 

O mês de maio se inicia em conjunto com a primeira etapa de alguns dos processos seletivos dos principais concursos militares anuais. O principal deles é para o Fuzileiro Naval que, pela primeira vez na história, irá contar com a abertura de vagas femininas para 2024. Ao todo, serão 1230 vagas para aqueles que buscam se juntar ao Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), uma força composta por militares voluntários, que passam por um rigoroso processo de seleção e treinamento no combate em ambiente terrestre, marinho e aéreo. 

Segundo a Marinha do Brasil, mais de 5 mil mulheres já se inscreveram para o certame. Ao todo são 96 vagas para o sexo feminino, distribuídas em duas turmas de 48, fazendo com que a relação candidato/vaga para mulheres fique em torno de 52,08/1.

Para auxiliar os concurseiros na preparação para essa primeira etapa, o Estratégia Militares, curso preparatório para concursos na área militar criado pelo grupo educacional Estratégia, oferece uma estrutura personalizada e um material direcionado para atender aos futuros alunos do Ensino Militar de Fuzileiro Naval.

Além disso, o Estratégia Militar oferece dicas de estudo, de como se preparar para o exame e aulões gratuitos em suas redes sociais. O professor e especialista em concursos militares, Ismael Santos, listou algumas orientações a serem seguidas no dia a dia em preparativos para o exame:

A primeira delas é fazer um planejamento dos estudos. “A ideia do ciclo de estudos, com a alternância de matérias, é extremamente benéfica para a fixação do conteúdo. Estar atento também à criação de uma rotina diária, com o acompanhamento de conteúdo estudado e quantidade de exercícios resolvidos por dia, além do desempenho neles, é importantíssimo e ajudará o concurseiro a ter mais foco durante a sua preparação e um controle da sua evolução em relação aos tópicos do edital”, explica Ismael Santos. O planejamento de estudos precisa ser dinâmico, deve evoluir e estar sujeito a ajustes e melhorias constantes, a depender do tempo até a prova e do nível de conhecimento do aluno. 

Também é importante manter o conhecimento fresco na cabeça. Para isso, é fundamental que o concurseiro tenha contato semanal com todas as disciplinas que estarão na prova. “Nas disciplinas que possui mais facilidade, pode alocar uma carga menor. Por outro lado, nas matérias que envolvam maior complexidade ou que possuam um peso maior na prova, certamente precisará de uma alocação mais relevante de carga horária”, completa. 

Segundo o especialista, dedicar-se aos estudos e estar bem preparado para a realização da prova são fatores que levam o concurseiro até a classificação no concurso, mas é fundamental intercalar a maratona de estudos com pausas. “Por exemplo: estudar 50 minutos, seguidos de 10 minutos de descanso. Cada pessoa precisa saber adaptar as pausas de maneira saudável à sua rotina de estudos”, ressalta.

Para ajudar quem deseja se preparar para o processo do Concurso de Fuzileiro Naval 2024, o Estratégia Militares também oferece um material totalmente voltado para as provas. O pacote conta com cursos completos, Livros Digitais Interativos (LDI), por meio da Operação Fuzileiro FN 2024, vídeos e PDFs com teoria e questões comentadas, que podem ser utilizados por alunos de qualquer nível, além de simulados de nivelamento e simulados com questões inéditas, todos resolvidos por escrito e corrigidos em vídeo. Os candidatos podem conferir todas as informações no link do pacote de estudos no portal do Estratégia Militares. 

“Todos os materiais oferecidos pelo Estratégia são completos e disponibilizados depois de uma análise minuciosa de questões aplicadas em provas anteriores. A principal missão da plataforma é auxiliar os alunos a conquistarem seus objetivos, alcançarem as notas para ingressar na vida pública e poderem se preparar para que isso possa acontecer”, finaliza Ismael Santos, professor e coordenador do Estratégia Militares. 

No CFN 2024, os candidatos a semestres diferentes seguirão o mesmo calendário de avaliação até a Prova Escrita. As demais fases poderão ter datas diferentes para os candidatos da Turma I e da Turma II, sendo 615 vagas para cada turma. Para mais informações sobre o concurso, acesse o link.

 

Declaração do Imposto de Renda 2023 pode ser feita até dia 31 de maio

Receita Federal define novas regras para este ano e especialista esclarece as principais dúvidas


A declaração do Imposto de Renda 2023 tem três novidades importantes para o contribuinte. Neste ano, a declaração vai até 31 de maio e as restituições começam a ser feitas em maio e serão pagas em cinco lotes até setembro. Debora Correa Rebellato, contadora e diretora da Contax Contabilidade e Planejamento Tributário, alerta que neste ano os contribuintes precisam ficar atentos às novas mudanças estabelecidas pela Receita Federal. 

 

As principais regras de obrigatoriedade são as mesmas de 2022. “É obrigado a declarar, entre outros requisitos, quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2022. Além de quem tinha, até 31 de dezembro de 2022, posse ou propriedade de bens ou direitos de valor total superior a R$ 300 mil. Na atividade rural, a obrigatoriedade vale para receita bruta superior a R$ 142.798,50”, explica Debora. 


 

Novidades Imposto de Renda 2023

 

Uma das novidades deste ano é que o contribuinte poderá utilizar a declaração pré-preenchida, sem a necessidade de certificado digital. Essa nova opção está disponível no Programa Gerador de Declaração (PGD) e também na solução Meu Imposto de Renda. “Todo contribuinte com conta nível prata e ouro no Gov.br poderá usar o serviço. A medida tem como intuito minimizar erros e oferecer maior comodidade aos contribuintes”, explica. 

 

Ainda sobre essa novidade, a contadora revela que a declaração pré-preenchida possui informações relativas a rendimentos, deduções, bens e direitos e dívidas e ônus reais e que são alimentadas diretamente no programa do Imposto de Renda 2023. “O contribuinte fica responsável por verificar todos os dados pré-preenchidos na declaração e deve realizar as alterações, inclusões e exclusões das informações, se for o caso”, reforça. De acordo com a Receita Federal, o intuito é que  25% das declarações sejam feitas no modelo pré-preenchido neste ano. 

 

Outra novidade é que quem usar a declaração pré-preenchida ou optar por receber a restituição por pix terá prioridade nos lotes de pagamento. Debora ainda alerta sobre as mudanças relacionadas à venda de ações. “Quem vendeu ações cuja soma é maior que R$ 40 mil, é obrigatório a apresentação da declaração”. 


 

Restituição do IR 2023 

 

Sobre a restituição deste ano, Debora explica que a pessoa que escolher um dos métodos de restituição - por pix ou fizer a declaração pré-preenchida - entra na lista de prioridade para receber a restituição pelo simples fato de evitar erros.

 

“A restituição começa a ser feita pela lista de contribuintes com prioridade legal que são idosos com idade igual ou superior a 80 anos, em seguida os idosos acima de 60 anos, pessoas com deficiência física, mental, moléstia grave e pessoas cuja maior fonte de renda seja o magistério”, relata. 

 

Depois das prioridades, as restituições vão ser pagas de acordo com a forma escolhida, ou seja, declaração pré-preenchida, restituição via pix e, por fim, a data de envio da declaração. “Quanto mais cedo entregar, mais cedo o contribuinte pode receber o dinheiro da restituição”, alerta a contadora. 

O primeiro lote de restituição será pago em 31 de maio; o segundo lote, em 30 de junho; o terceiro, em 31 de julho; o quarto, em 31 de agosto, e o último em 29 de setembro.


Auxílios oferecidos pelo governo dos EUA durante a pandemia mostra impactos negativos na sociedade americana

Para Daniel Toledo, advogado e especialista em Direito Internacional, muitos passaram a depender exclusivamente do capital estatal, enquanto outros optaram por trabalhar em casa e abandonar de vez os empregos tradicionais


Desde o início da pandemia de COVID-19, governos de diversos países disponibilizaram uma série de auxílios financeiros para ajudar a mitigar os efeitos econômicos da crise. Nos Estados Unidos, por exemplo, foram disponibilizados programas de proteção para empresas, injeção de finanças para indivíduos e famílias, além da expansão do seguro-desemprego em todo o país.

Embora essas medidas tenham sido implementadas com a intenção de proporcionar alívio aos americanos durante esse período de dificuldade, também apresentaram algumas consequências negativas. As críticas incluem temas como fraudes, desigualdade na distribuição dos fundos e impactos no mercado de trabalho.

De acordo com Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da Toledo e Associados e sócio do LeeToledo PLLC, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, os benefícios disponibilizados fizeram com que americanos deixassem de procurar empregos. “Com isso, muitas pessoas passaram a depender, apenas, dos auxílios oferecidos pelo governo. Além das legislações federais, as estaduais também ofereceram auxílios próprios. Isso sem mencionar a prorrogação do seguro-desemprego, que trouxe estabilidade mas diminuiu a busca por trabalho”, relata.

Toledo afirma, ainda, que muitos passaram a trabalhar em suas casas com a ajuda da internet. “As pessoas começaram a vender produtos em sites como Amazon e eBay, e deixaram o interesse por empregos tradicionais de lado. Muitos, inclusive, venderam seus carros por estarem trabalhando de casa, aumentando sua renda e o estímulo pelo trabalho informal via e-commerce”, pontua.

Além disso, a dependência de auxílios do governo fez com que uma enorme quantidade de americanos procurasse maneiras de fraudar os sistemas. “Muitos indivíduos e empresas não atendiam aos critérios para receber o auxílio, mas, se utilizando de meio ilegais, conseguiram receber os fundos disponíveis. Isso levou a uma perda significativa de capital público, proporcionando desigualdade na distribuição e deixando aqueles que mais precisavam em desvantagem”, lamenta.

Para o especialista em Direito Internacional, essa situação é benéfica para imigrantes que querem solicitar vistos de trabalho nos Estados Unidos. “Com um número cada vez menor de cidadãos americanos buscando empregos, as empresas estão recorrendo a profissionais localizados em outros países para preencher as vagas deixadas em aberto. Embora seja benéfico para o movimento imigratório, pode trazer impactos negativos para a economia e soberania interna do país”, finaliza.

 

Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da LeeToledo PLLC. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br. Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 180 mil seguidores https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB Santos, professor honorário da Universidade Oxford - Reino Unido, consultor em protocolos diplomáticos do Instituto Americano de Diplomacia e Direitos Humanos USIDHR e professor da PUC Minas Gerais do primeiro curso de pós graduação em Direito Internacional, com foco em Imigração para os Estados Unidos


Toledo e Advogados Associados
http://www.toledoeassociados.com.br


MAIO AMARELO: ARTESP e concessionárias de rodovias alertam para os riscos de dirigir com sono

Ampla programação do mês dedicado à conscientização da segurança viária inclui ações educativas ligadas a condução do veículo com sonolência

 

Dirigir com sono ou cansaço é tão perigoso quanto assumir o volante após ingerir álcool, apontam pesquisas sobre o tema, devido ao comprometimento que isso pode causar nos reflexos e na noção de espaço, entre outros fatores. O sono ao volante é um dos assuntos abordados nas ações desenvolvidas pela ARTESP - Agência de Transporte do Estado de São Paulo e concessionárias de rodovias do Estado durante o Maio Amarelo, cujo mote da campanha este ano é  “No Trânsito, escolha a vida”. No mês dedicado à segurança viária, às 20 operadoras responsáveis por 11,1 mil quilômetros de rodovias no Estado irão realizar mais de 300 atividades, que abordarão diversos  aspectos ligados à direção segura. 

Ações como o “Acorda Motorista” e o “Acorda Motociclista”, realizadas pelas concessionárias ViaPaulista, Intervias, Tebe, ViaRondon e EixoSP em diferentes trechos da malha concedida ao longo de maio, buscam conscientizar os usuários sobre os efeitos negativos de dirigir com sono e garantir a segurança viária aos usuários que utilizam as rodovias do estado. Em algumas dessas atividades, o caminhoneiro é o foco principal. Durante os eventos são distribuídos folhetos educativos e feitos exames básicos de saúde, como aferição da pressão arterial e glicemia.  

Na próxima semana, a ViaPaulista promove, no dia 9, o “Acorda Motorista” na Rodovia Anhanguera (SP-330) em Santa Rita do Passa Quatro; e o “Acorda Motociclista”, no dia 11, em Franca, na Rodovia Cândido Portinari (SP-334). Dando continuidade a programação, no dia 11 a EixoSP  promove uma ação destinada aos caminhoneiros na Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294) em Adamantina.  Confira aqui os eventos programados pelas concessionárias para a próxima semana, de 8 a 14 de maio. 

 

Sono ao volante 

Vários motivos podem levar o motorista a pegar a estrada com sono. Mas, na maioria das vezes, o problema está relacionado a: poucas horas dormidas; distúrbios do sono não tratados ou não diagnosticados; trabalho em turnos que altere a rotina regular do usuário;  efeitos de medicamentos ou álcool. 

 

Quais são os sinais comuns de direção sonolenta?  

Alguns sinais podem alertar o motorista quando ele está dirigindo com sonolência. As pessoas que dirigem até tarde da noite, por longos períodos de tempo ou com poucas horas de sono devem estar atentas para: 

·         Bocejar ou piscar com frequência

·         Dificuldade em lembrar os últimos quilômetros que esteve dirigindo

·         Dirigir em zigue zague na pista

·         Bater ou se aproximar do acostamento

Se você observar algum desses sinais, é recomendado parar o veículo o mais rápido possível em um local apropriado e seguro para descansar ou, se possível, trocar de motorista.


"Dirigir com sono é tão perigoso quanto alcoolizado, podendo causar acidentes graves. As ações têm como objetivo alertar os motoristas do risco que a sonolência ao volante pode ocasionar. Ajudamos a identificar os sinais e orientamos como agir caso aconteça, com objetivo de manter a segurança dos nossos usuários", comenta o diretor geral da ARTESP, Milton Persoli. 

 

Como evitar a condução sonolenta

 

É importante salientar que quando está sonolento, o motorista não deve pegar a estrada, para sua própria segurança, de seus acompanhantes e dos demais usuários das rodovias. As melhores maneiras de evitar a condução sonolenta incluem:

·         Durma o suficiente: a maioria dos adultos deve dormir cerca de sete horas por dia, enquanto os adolescentes, pelo menos oito horas.

·         Pratique bons hábitos de “higiene do sono”: estabelecer um horário de sono consistente, criar uma rotina para a hora de dormir e incorporar outros hábitos positivos à sua rotina, como apagar as luzes e ficar longe do celular na hora de dormir, podem fazer diferença na quantidade e na qualidade do descanso.

·         Evite álcool ou medicamentos que o deixem sonolento: verifique os rótulos de qualquer medicamento e, em caso de dúvida, consulte seu médico ou farmacêutico.

 

Programação


As ações de preservação de vidas, redução de acidentes e segurança nas estradas, começaram no dia 1º de maio.  As atividades do Programa de Concessões Rodoviárias do Estado abertas ao público abordam as mais diferentes formas e temas relacionados à segurança viária no Maio Amarelo, como manutenção preventiva, risco de sonolência ao volante, importância do uso do cinto de segurança, travessia segura, conscientização de motoqueiros sobre condução segura, orientações aos ciclistas, entre outros temas. As ações são divulgadas no site da ARTESP: acompanhe aqui a programação. 

 

 

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